Pássaro raro fotografado pela 1ª vez, e depois foi comido

Vince

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Um Pássaro muito raro fotografado pela 1ª vez. Depois por desconhecimento da sua raridade, foi comido.

Extremely Rare Bird Photographed for First Time - Then Eaten
A species of bird so rare it was thought perhaps to be extinct was captured on video and still images in the Phillipines province of Nueva Vizcaya… right before it was cooked and eaten.

worcestersbuttonquail.jpg



The Worcester’s buttonquail (Turnix worcesteri) lives only in the Phillipines, but had not been seen in many years, and was previously only known through illustration based on dead specimens collected centuries ago. One wild live buttonquail was inadvertently filmed in a mountainous area during the making of a documentary on the traditional methods of bird-trapping in northern Luzon. But neither the local crew nor the bird-trappers at the time of the filming understood how rare the bird was, so it was sold at a poultry market, then cooked and eaten.

The bird had already been consumed by the time its image was noticed in a viewing of the bird-trapping documentary by a member of the World Bird Club of the Phillipines. The WBCP reported the posthumous discovery of the extremely scarce bird. Mike Lu, the club’s president said: “We are ecstatic that this rarely seen species was photographed by accident. It may be the only photo of this poorly known bird. But I also feel sad that the locals do not value the biodiversity around them and that this bird was sold for only P10 and headed for the cooking pot”. P10 is about twenty American cents.

Desmond Allen was the WBCP member who was watching the appropriately named documentary “Bye-Bye Birdie” when he spotted the buttonquail in a still image among the credits. Mr. Allen is a life-long birder, with 50 years of experience. He maintains an extensive collection of bird calls on his ipod. The trapping documentary is viewable on YouTube via the producer’s blog.

The extremely rare quail is listed on the IUCN Red List of threatened species as ‘data deficient’, which means there is not enough data available to determine an animal’s conservation status.

http://ecoworldly.com/2009/02/26/extremely-rare-bird-photographed-for-first-time-then-eaten/
 


Kodiak

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Em Portugal existiu uma espécie semelhante, englobada no mesmo género. Chamava-se Turnix sylvatica. Começou a rarear e extinguiu-se há muitos anos. Os últimos exemplares tiveram provavelmente o mesmo fim: o prato de um caçarreta.
 

belem

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Em Portugal existiu uma espécie semelhante, englobada no mesmo género. Chamava-se Turnix sylvatica. Começou a rarear e extinguiu-se há muitos anos. Os últimos exemplares tiveram provavelmente o mesmo fim: o prato de um caçarreta.

Está dado como extinto?
Eu tenho visto o estatuto do toirão em Portugal como «indeterminado».
 

Kodiak

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Não está mencionado no Atlas das Aves Nidificantes de Portugal, recentemente publicado, portanto parto do principio que está mesmo extinto. No "Livro Vermelho" editado em 2005 surge como Regionalmente Extinto (RE) o que significa que "não existem dúvidas que o último indivíduo potencialmente capaz de se reproduzir no interior da região morreu ou desapareceu da mesma..." No anterior Atlas editado nos anos oitenta já a espécie era raríssima.
 

belem

Cumulonimbus
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Não está mencionado no Atlas das Aves Nidificantes de Portugal, recentemente publicado, portanto parto do principio que está mesmo extinto. No "Livro Vermelho" editado em 2005 surge como Regionalmente Extinto (RE) o que significa que "não existem dúvidas que o último indivíduo potencialmente capaz de se reproduzir no interior da região morreu ou desapareceu da mesma..." No anterior Atlas editado nos anos oitenta já a espécie era raríssima.

O toirão poderá não nidificar ( baseando nos poucos ou quase nenhuns estudos que se fizeram para chegar a essa conclusão) mas poderá vir a Portugal de passagem.
Eu em 2 trabalhos que vi publicados, nenhum se referiu ao toirão como definitivamente extinto, no entanto, agradeço os seus dados que servem assim para confrontar diferentes pontos de vista sobre um tema ainda pouco estudado.
 

belem

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Kodiak

Cumulus
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O trabalho do Catry confirma aquilo que eu disse (Turnix)

Quanto à outra publicação está desactualizada, tem gralhas, não se percebe bem a metodologia do trabalho e sobretudo não indica muitas das referências (dizem os autores que é para não tornar a leitura desgastante). Uma análise mais detalhada revela algumas passagens plagiadas. Nota de 0 a 20: 7. Não é de fiar.

Mas no que diz respeito ao número de espécies (espécies de aves) não anda longe da verdade.
 

belem

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O trabalho do Catry confirma aquilo que eu disse (Turnix)

Quanto à outra publicação está desactualizada, tem gralhas, não se percebe bem a metodologia do trabalho e sobretudo não indica muitas das referências (dizem os autores que é para não tornar a leitura desgastante). Uma análise mais detalhada revela algumas passagens plagiadas. Nota de 0 a 20: 7. Não é de fiar.

Mas no que diz respeito ao número de espécies (espécies de aves) não anda longe da verdade.

O personagem em questão uivava muito bem. E desencadeava por vezes resposta pronta. Tive ocasião de acompanhá-lo em diversas ocasiões. Ouvir a música de uma alcateia é coisa que não se esquece. É um lamento colectivo, doce e triste: arrepia, impressiona, persegue-nos toda a vida. Primeiro respodem todos, depois, apenas, o líder, que emite um uivo alto e grave, sinal claro de dominância.


O trabalho do Catry pôe a hipótese de a reprodução ser possível em Portugal para o Turnix sylvatica ( embora pouco provável). Não menciona a confirmação de extinção. Aliás ainda há toirões a reproduzir-se em Espanha ( Andaluzia). Não existem fronteiras geográficas entre Portugal e Espanha que impeçam que eles venham até Portugal.


Praticamente todos os anos, aparecem registos de novas espécies de aves para Portugal. Sejam aves que usam Portugal como corredor migratório, que têm uma presença ocasional ( mas de alguma forma regular), que se confirmam como nidificantes, que são introduzidas,etc...
Portugal tem uma vasta área oceânica, tem pontos distantes uns dos outros com diferenças de habitats assinaláveis, tem grandes extensões de área agrícola, silvícola e ainda está muito mal estudado. Por exemplo em 2006 abateu-se a tiro uma raríssima narceja de Wilson, veja-se, em Vila Franca de Xira!!
Tenho referências para a presença, neste momento de cerca de 590 espécies, numero que tenderá a aumentar para o ano e nos anos seguintes, com mais descobertas.
Existem ornitólogos, que estão a preparar publicações tendo em vista aumentar a lista conhecida de espécies de aves presentes em Portugal.
Numerosos fotógrafos têm sido particularmente prestáveis para este objectivo.
 

Kodiak

Cumulus
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Uma coisa é o somatório das espécies que algum dia ocorreram em Portugal Continental e Ilhas, espécies que podem ser residentes, estivais nidificantes, invernantes, ocasionais, e acidentais, como a narceja de Wilson. Não sei quantas são nem estou preocupado. Outra coisa é o somatório das espécies de ocorrência regular no território português, que vêm mencionadas em duas publicações de referência que são o Livro Vermelho e o Atlas. O Atlas, por exemplo, refere para o período de estudo 235 espécies das quais 209 a ndificarem regularmente. Depois existem os invernantes regulares, cerca de uma centena. E depois existem todos os outros de presença irregular ou acidental. É a presença regular de espécies que indica o estado dos ecossistemas. Os outros são interessantes por serem raridades, mas a sua presença nada indica.
O exemplo do Atlas do PNPG elaborado nos cinco primeiros anos da década de noventa.Foram registadas 111 espécies nidificantes e 10 exclusivamente invernantes (122 no total). Para além dessas foram registadas para aquele período mais 21 espécies acidentais ou migradores de passagem, somando 144. Mas se eu somar as espécies observadas no período anterior ao Atlas e no período posterior terei aproximadamente 170 espécies, incluindo, por exemplo, a águia-pesqueira, a cegonha preta, o abutre-preto e outras aves mais ou menos raras, que aqui aparecem ocasionalmente mas que não têm, neste momento, condições para permanecer na região.
É evidente que de um momento para o outro tudo pode mudar para algumas espécies. O novo atlas nacional mostra isso mesmo, por exemplo, a expansão do Turdus philomelos para sul ou a diminuição do Oenante hispanica.
A existir um novo atlas para a Peneda-Gerês ele iria mostrar o desaparecimento do Corvus monedula, do Oenathe hispanica e até da Aquila chrysaetos. Em contrapartida iriam surgir, por exemplo, a Cetia ceti e a Ciconia ciconia como nidificantes. É possível por exemplo que o grifo volte um dia a nidificar na região. E são estas espécies que verdadeiramente interessam. Mas isto é apenas uma opinião.
 

belem

Cumulonimbus
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Uma coisa é o somatório das espécies que algum dia ocorreram em Portugal Continental e Ilhas, espécies que podem ser residentes, estivais nidificantes, invernantes, ocasionais, e acidentais, como a narceja de Wilson. Não sei quantas são nem estou preocupado. Outra coisa é o somatório das espécies de ocorrência regular no território português, que vêm mencionadas em duas publicações de referência que são o Livro Vermelho e o Atlas. O Atlas, por exemplo, refere para o período de estudo 235 espécies das quais 209 a ndificarem regularmente. Depois existem os invernantes regulares, cerca de uma centena. E depois existem todos os outros de presença irregular ou acidental. É a presença regular de espécies que indica o estado dos ecossistemas. Os outros são interessantes por serem raridades, mas a sua presença nada indica.
O exemplo do Atlas do PNPG elaborado nos cinco primeiros anos da década de noventa.Foram registadas 111 espécies nidificantes e 10 exclusivamente invernantes (122 no total). Para além dessas foram registadas para aquele período mais 21 espécies acidentais ou migradores de passagem, somando 144. Mas se eu somar as espécies observadas no período anterior ao Atlas e no período posterior terei aproximadamente 170 espécies, incluindo, por exemplo, a águia-pesqueira, a cegonha preta, o abutre-preto e outras aves mais ou menos raras, que aqui aparecem ocasionalmente mas que não têm, neste momento, condições para permanecer na região.
É evidente que de um momento para o outro tudo pode mudar para algumas espécies. O novo atlas nacional mostra isso mesmo, por exemplo, a expansão do Turdus philomelos para sul ou a diminuição do Oenante hispanica.
A existir um novo atlas para a Peneda-Gerês ele iria mostrar o desaparecimento do Corvus monedula, do Oenanthe hispanica e até da Aquila chrysaetos. Em contrapartida iriam surgir, por exemplo, a Cetia ceti e a Ciconia ciconia como nidificantes. É possível por exemplo que o grifo volte um dia a nidificar na região. E são estas espécies que verdadeiramente interessam. Mas isto é apenas uma opinião.

Sim, decerto a sua opinião é interessante.
Na minha opinião, contudo, toda a presença deve ser registada, pois podemos estar perante espécies com presença regular só que não devidamente documentada. Mesmo as de presença irregular podem gostar das condições e ficarem por cá ou então por razões extremas ( ventos, tempestades,etc...) virem cá parar e depois saírem de novo ( após alimentarem-se e descansar)significando que fomos um importante ponto de escala. A meu ver, é importante registar estas presenças, pois significa que Portugal foi um porto de abrigo ocasional ou não, para espécies que podem ser interessantes a nível de conservação ou por serem muito pouco usuais. Como já disse e acredito que tenha a mesma opinião que eu neste aspecto, em Portugal há muitos poucos estudos no que se refere à biodiversidade. A ornitologia é só mais um ramo científico entre outros que sofre grandemente com essa lacuna.
E com toda a sinceridade, acho que o estudo sobre as nidificantes e os números apresentados são uma pálida amostra da realidade.
 

Kodiak

Cumulus
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7 Fev 2009
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O estudo sobre as nidificantes, o Atlas das Aves nidificantes em Portugal, não é uma pálida imagem da realidade, é mesmo a realidade. É um estudo elaborado no período de 1999-2005 e que reflecte bem a realidade portuguesa nesse período. Disponibiliza informação detalhada sobre 235 espécies que nidificaram em Portugal, incluindo os padrões de abundância. Trata da biogeografia, do uso do território e da conservação das espécies observadas. Estiveram envolvidos centenas de ornitólogos profissionais e amadores. Em termos de publicação (grafismo, qualidade etc) é das melhores que tenho visto em termos europeus. Tenho comigo, na minha "biblioteca", duas dezenas de atlas europeus e americanos e o nosso destaca-se pela qualidade gráfica. As ilustrações, na globalidade, são excelentes. Tem defeitos? Foi bem conduzido em termos de metodologia? O tratamento final dos dados foi o mais adequado? Os textos finais são os melhores? Naturalmente que não é perfeito. Mas o resultado final é bom. E acima de
tudo é bom instrumento de planeamento.
Falta agora um atlas de invernantes e falta informação sobre as espécies ocasionais. Mas em termos de nidificantes não me parece que mereça grandes críticas.
 

Lightning

Cumulonimbus
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25 Jul 2008
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Algures
Só tenho duas palavras a dizer em relação a isto:

QUE ESTUPIDEZ :disgust:

Quem comeu o pássaro havia de se ter engasgado. :angry:

Faz algum sentido esta história? O pobre do bicho fazia mal a alguém por acaso? :angry: Se desconheciam a sua raridade iam informar-se junto dos cientistas, olha que grande lata :angry:

A cada dia que passa vêem-se pessoas cada vez mais estúpidas... :dry: