No passado o litoral e o barrocal algarvios terão sido ocupados por uma floresta composta maioritariamente pela azinheira, sobreiro e pinheiro-manso, com manchas de carvalho-cerquinho e diversas espécies ripícolas a ocupar alguns vales.
Cedo o Homem modificou esta paisagem e pelo Mediterrâneo vieram provavelmente ainda antes da colonização romana algumas espécies de árvores, que acabaram por dominar a paisagem de parte do Algarve: amendoeira, figueira, alfarrobeira e oliveira. Embora se atribua a introdução destas espécies aos árabes ou romanos, é mais que provável que tenham chegado através de mercadores fenícios, gregos ou cartagineses, que durantes séculos mantiveram contactos comerciais com as tribos locais.
As espécies que fazem parte dos pomares de sequeiro têm um reduzido impacto ambiental e diversas espécies animais adaptaram-se a este ecossistema criado pelo homem. Uma das aves mais comuns nesta paisagem agrícola é o mocho galego, que ocupa buracos em troncos de alfarrobeiras ou oliveiras antigas para fazer os seus ninhos. A densidade de mocho-galego neste ambiente rural é elevadíssima e é muito fácil observar a espécie ao final do dia. Contudo, no Verão, a mortalidade por atropelamento é preocupante. A coruja-das-torres prefere casas abandonadas para nidificar, e também é comum. A andorinha-das-chaminés, rara nas serras, ocorre com elevada frequência. Há diversas espécies cinegéticas, infelizmente cada vez menos abundantes: coelho, lebre, perdiz. Nas zonas mais inacessíveis do barrocal a norte de Loulé nidifica a águia-de-bonelli. O ouriço-cacheiro prefere áreas agrícolas com algum regadio, próximas de habitações.
Contudo, os pomares de sequeiro estão em risco. O seu abandono tem décadas e as árvores não têm sido replantadas. Por toda a região há enormes extensões com alfarrobeiras e amendoeiras velhas e ressequidas.
Causas da decadência:
- substituição por outras culturas com maior impacto ambiental, como a vinha nos anos 80 e mais recentemente a laranjeira (no sotavento) ou as estufas de frutos vermelhos.
- especulação imobiliária.
- abandono da agricultura e despovoamento de algumas áreas.
- incêndios.
A abertura de novas estradas e caminhos, e a urbanização de terrenos agrícolas, num padrão caótico de povoamento disperso, como sucede a norte de Faro e de Olhão, também contribuem para a destruição dos pomares de sequeiro e para um maior impacto ambiental das actividades humanas.
Lamentavelmente, o valor económico destes pomares é desprezado. Portugal é um dos maiores produtores de alfarroba, um fruto seco com diversas aplicações e elevado valor económico. A alfarrobeira é cultivada apenas em algumas zonas em torno do Mediterrâneo, com condições edafo-climáticas idênticas às que se encontram no litoral e barrocal algarvios: solos profundos e férteis, elevada luminosidade, precipatação média anual em torno dos 400/500 mm, Estios secos e quentes e Invernos amenos. O figo e a amêndoa também constituem mais dois exemplos de produtos agrícolas com elevado valor económico. No tempo do Império Romano considerava-se que os melhores figos de todo o Império eram provenientes do sotavento algarvio.
O impacto ambiental dos pomares de sequeiro é reduzido e os custos de manutenção são baixos. Contudo, o crescimento das árvores é lento. Uma plantação de alfarrobeiras poderá dar o seu máximo rendimento apenas para a geração seguinte. Tal não constituiria problema se nas últimas décadas tivesse ocorrido um plano regional de valorização e manutenção destes pomares. Portugal já poderia ser o maior produtor de alfarroba a nível mundial se num passado recente a espécie tivesse sido mais valorizada na região algarvia.
Cedo o Homem modificou esta paisagem e pelo Mediterrâneo vieram provavelmente ainda antes da colonização romana algumas espécies de árvores, que acabaram por dominar a paisagem de parte do Algarve: amendoeira, figueira, alfarrobeira e oliveira. Embora se atribua a introdução destas espécies aos árabes ou romanos, é mais que provável que tenham chegado através de mercadores fenícios, gregos ou cartagineses, que durantes séculos mantiveram contactos comerciais com as tribos locais.
As espécies que fazem parte dos pomares de sequeiro têm um reduzido impacto ambiental e diversas espécies animais adaptaram-se a este ecossistema criado pelo homem. Uma das aves mais comuns nesta paisagem agrícola é o mocho galego, que ocupa buracos em troncos de alfarrobeiras ou oliveiras antigas para fazer os seus ninhos. A densidade de mocho-galego neste ambiente rural é elevadíssima e é muito fácil observar a espécie ao final do dia. Contudo, no Verão, a mortalidade por atropelamento é preocupante. A coruja-das-torres prefere casas abandonadas para nidificar, e também é comum. A andorinha-das-chaminés, rara nas serras, ocorre com elevada frequência. Há diversas espécies cinegéticas, infelizmente cada vez menos abundantes: coelho, lebre, perdiz. Nas zonas mais inacessíveis do barrocal a norte de Loulé nidifica a águia-de-bonelli. O ouriço-cacheiro prefere áreas agrícolas com algum regadio, próximas de habitações.
Contudo, os pomares de sequeiro estão em risco. O seu abandono tem décadas e as árvores não têm sido replantadas. Por toda a região há enormes extensões com alfarrobeiras e amendoeiras velhas e ressequidas.
Causas da decadência:
- substituição por outras culturas com maior impacto ambiental, como a vinha nos anos 80 e mais recentemente a laranjeira (no sotavento) ou as estufas de frutos vermelhos.
- especulação imobiliária.
- abandono da agricultura e despovoamento de algumas áreas.
- incêndios.
A abertura de novas estradas e caminhos, e a urbanização de terrenos agrícolas, num padrão caótico de povoamento disperso, como sucede a norte de Faro e de Olhão, também contribuem para a destruição dos pomares de sequeiro e para um maior impacto ambiental das actividades humanas.
Lamentavelmente, o valor económico destes pomares é desprezado. Portugal é um dos maiores produtores de alfarroba, um fruto seco com diversas aplicações e elevado valor económico. A alfarrobeira é cultivada apenas em algumas zonas em torno do Mediterrâneo, com condições edafo-climáticas idênticas às que se encontram no litoral e barrocal algarvios: solos profundos e férteis, elevada luminosidade, precipatação média anual em torno dos 400/500 mm, Estios secos e quentes e Invernos amenos. O figo e a amêndoa também constituem mais dois exemplos de produtos agrícolas com elevado valor económico. No tempo do Império Romano considerava-se que os melhores figos de todo o Império eram provenientes do sotavento algarvio.
O impacto ambiental dos pomares de sequeiro é reduzido e os custos de manutenção são baixos. Contudo, o crescimento das árvores é lento. Uma plantação de alfarrobeiras poderá dar o seu máximo rendimento apenas para a geração seguinte. Tal não constituiria problema se nas últimas décadas tivesse ocorrido um plano regional de valorização e manutenção destes pomares. Portugal já poderia ser o maior produtor de alfarroba a nível mundial se num passado recente a espécie tivesse sido mais valorizada na região algarvia.