Tópico de seguimento da Meteorologia espacial em 2009
Meteororologia espacial:
Introdução à actividade solar:
Links úteis:
Solar and Heliospheric Observatory
European Space Weather Portal
NOAA / Space Weather Prediction Center
SpaceWeather.com
SOLARCYCLE 24.com
ESA Space WeatherSite
Space Weather Canada
Solar Terrestrial Dispatch
USGS National Geomagnetism Program
The Geophysical Institute Auroral Forecast
Escala de Meteorologia Espacial do NOAA para Tempestades Geomagnéticas
Meteororologia espacial:
Meteorologia Espacial
O meio envolvente entre a Terra e o Espaço é complexo e muito dinâmico e as suas características são determinadas parcialmente pelas da Terra, pela ionosfera, pela magnetosfera, pelas interacções entre a Terra, o Sol e pelo espaço interplanetário.
O desenho de qualquer sistema exige que se tenha em consideração o ambiente em que vai funcionar, assegurando assim um correcto funcionamento do sistema e aumentando a sua fiabilidade e tempo de vida.
Os pincipais factores do meio envolvente espacial a consideradar incluem átomos e moléculas neutras, plasma, radiação e partículas.
* O meio neutro consiste no gás ambiente e no libertado pelos materiais superficiais dos satélites artificiais e veículos espaciais, gerados pela libertação de de gases ou decomposição, tando deliberadamente como aqueles emitidos durante o funcionamento dos motores.
* O plasma inclui o plasma ambiental, o libertado pelos motores por ionização e troca de cargas com o gás neutro, o gerado por descargas eléctricas e o gerado por impactos de grande velocidade com as superficies do sistema.
* A radiação tem duas componentes: electromagnética e partículas energéticas. A radiação electromagnética inclui o fluxo de fotões do Sol, a radiação reflectida e emitida pela Terra e a interferência electromagnética gerada pela operação dos sistemas do satélite. Também se incluem as ondas electromagnéticas geradas pelo plasma. A radiação por partículas energéticas consiste no fluxo de electrões, protões, iões pesados e neutrõe.
* As partículas são os meteoróides, o lixo espacial e as partículas libertadas pelos satélites e veículos espaciais.
Muitos destes componentes ambientais descritos variam com a posição na órbita, o tempo local e o nível de actividade solar.
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(c) © DEIMOS
Introdução à actividade solar:
Investigando a atmosfera do Sol
Traduzido por: Ana Luísa Carvalho
Alguma vez pensou sobre o que significa, para nós na Terra, o vento solar ou o que acontece quando, esporadicamente, a superfície do Sol entra em erupção? Lucie Green do Laboratório de Ciência Espacial Mullard (Mullard Space Science Laboratory) do University College de Londres, no Reino Unido, descreve alguma da mais recente investigação sobre a atmosfera do Sol.
Uma ejecção de massa da coroa
Decorre actualmente um programa especial de investigação do Sol e da sua influência no Sistema Solar. Iniciado pelas Nações Unidas, o programa designa-se Ano Internacional da Heliofísicaw1 e nele participam cientistas de toda a Europa. Um dos tópicos de interesse é a atmosfera do Sol; muitas questões sobre a nossa estrela local carecem ainda de resposta
Uma dessas questões surgiu em 1869, quando observações espectroscópicas de um eclipse total do Sol revelaram uma linha no espectro, desconhecida nos laboratórios. Inicialmente, pensou-se que seria um novo elemento ao qual, provisoriamente, se deu o nome de ‘coronium’, mas, mais tarde, descobriu-se que essa linha era produzida por iões de ferro altamente ionisados, cuja formação exige elevadas temperaturas (cerca de 1 milhão de Kelvin). Esta descoberta em 1939 foi o primeiro indício de que os gases na atmosfera solar se encontravam a temperaturas muito superiores aos 6000 Kelvin da superfície. No entanto, isto era intrigante. À medida que nos afastamos da fonte de calor (o núcleo do Sol), a temperatura deveria baixar. E assim é até ao topo da fotosfera, mas, a partir daí, a temperatura aumenta com o aumento da distância ao núcleo. Isto vai contra a segunda lei da Termodinâmica; um corpo mais frio não pode aquecer um corpo mais quente. Surge então a questão, o que aquece a coroa solar? Este é hoje conhecido como o problema do aquecimento da coroa solar.
A cromosfera vista a partir da nave SOHO
A coroa vista a partir da nave SOHO
Estruturas na atmosfera solar criadas pelos campos magnéticos
Além da sua elevada conductividade térmica, uma das consequências da coroa solar quente é a de se encontrar em constante expansão para o espaço. Esta expansão designa-se por vento solar e é de dois tipos: o vento lento que viaja a cerca de 400 km/s e o vento rápido que viaja a cerca de 800 km/s. Actualmente, ainda não compreendemos bem quais os mecanismos de aceleração destes dois tipos de vento nem a sua localização, mas ambos estão a ser investigados.
Uma erupção solar a ocorrer na atmosfera do Sol
O vento solar atinge todos os planetas e outros corpos do Sistema Solar. Alguns planetas, como a Terra, geram o seu próprio campo magnético: aqueles que possuem um núcleo de ferro fundido (como a Terra) ou uma atmosfera de hidrogénio tão comprimida que actua como um metal (como Júpiter). Isto forma uma bolha magnética em torno do planeta, em volta da qual normalmente circula o vento solar. O planeta e o seu campo magnético actuam como um rochedo num rio, desviando a corrente. No entanto, o vento solar também traz consigo um campo magnético e, se a sua orientação for marcadamente de sul, este alinhar-se-á com o campo magnético terrestre. Nestas alturas, produzem-se as auroras (Boreal, no norte, e Austral, no sul). Neste momento, os trabalhos de investigação procuram determinar como ocorre a transferência de energia do vento solar para o campo magnético terreste e para a atmosfera.
Também se procura saber como o vento solar afecta os planetas que não possuem campo magnético. Por exemplo, a missão Venus Express encontra-se actualmente na órbita de Vénus e mede a erosão da atmosfera venesiana pelo vento solar.
As violentas erupções de plasma e campo magnético conhecidas como ejecções de massa da coroa, ou CMEs (de Coronal Mass Ejections), são a forma de actividade mais dramática que ocorre na atmosfera do Sol. Descobertas originalmente na década de 1970, verificou-se que a sua frequência varia de forma cíclica (com o que é conhecido como ciclo solar): as CMEs ocorrem, pelo menos, uma vez em cada três dias, até um máximo de três a cinco vezes por dia. Estas erupções podem dirigir-se para a Terra e, tal como ocorre com o vento solar, podem interferir com o campo magnético terrestre. Nestas condições, as consequências na Terra podem ser drásticas; o aquecimento e expansão da atmosfera terrestre provocam alterações nas órbitas dos satélites. O efeito bastante real das CMEs torna-as um objecto de estudo muito interessante e toda uma frota observa actualmente o Sol e a Terra apenas com este objectivo.
Sabe-se que as CMEs estão relacionadas com os campos magnéticos do Sol, criados por correntes eléctricas naquilo que é designado o dínamo solar, bem no seu interior. Grupos de campos concentrados sobem e emergem através da fotosfera, estendendo-se até à coroa. Este campo magnético é continuamente injectado na atmosfera e pensa-se que as CMEs constituem uma forma de remover esse campo, evitando uma acumulação. Os estudos das missões SOHO, TRACE, STEREO e Hinode monitorizam as alterações das estruturas do campo magnético ao longo do tempo.
Na missão STEREO, duas naves orbitam o Sol de uma forma que lhes permite afastarem-se da Terra (uma órbita encontra-se ligeiramente mais próxima do Sol do que a Terra, e a outra órbitra encontra-se ligeiramente mais afastada). Isto significa que as duas naves observam o Sol a partir de posições diferentes no espaço e, tal como os nossos dois olhos nos dão uma sensação de profundidade de campo e perspectiva, as naves STEREO dão-nos uma visão 3D das estruturas magnéticas em erupção (ver imagem no fundo da página 53). A visão 3D permite estudar os aspectos físicos da erupção, usando o conhecimento sobre a estrutura dos campos magnéticos. A missão STEREO permite também prever quais as CMEs que irão colidir com a Terra. Este conhecimento pode ser usado pelos operadores de satélite ou organizações que gerem as redes de distribuição de energia eléctrica: por exemplo, as órbitas dos satélites podem ser especificamente monitorizadas, quando se sabe que as CMEs irão colidir com a Terra.
A nave Hinode é o equivalente, para o Sol, do Telescópio Espacial Hubble e permite o estudo, ao longo do tempo e em grande detalhe, da evolução das imensas estruturas magnéticas atmosféricas. Pensa-se que a única forma de conseguir energia suficiente para expelir os biliões de toneladas de material solar de uma CME é usando a energia armazenada nos campos magnéticos distorcidos. A Hinode efectua medições na distorção do campo e os resultados são combinados com os resultados da missão STEREO. Quando soubermos porque ocorrem as CMEs, podemos prever quais as estruturas magnéticas que irão entrar em erupção e, eventualmente, quais terão maiores efeitos na Terra.
Um detalhe da cromosfera
O vento solar contínuo e as CMEs esporádicas significam que a Terra está sempre a sentir a influência do Sol. De facto, podemos dizer que nos encontramos sentados na atmosfera do Sol, a qual se expande no Sistema Solar. Assim, tal como a ciência fundamental tenta compreender a nossa estrela local, nós também queremos perceber qual o nosso lugar no Sistema Solar.
(c) Sun Earth Plan e Scienceinschool.org / Tradução de Ana Luísa Carvalho / Imagens cortesia de SOHO, ESA, JAXA, NASA
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