Seguimento Rios e Albufeiras - 2010



PedroAfonso

Nimbostratus
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18 Fev 2008
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Covilhã (700 m) / Almada
O Tejo aqui em Lisboa está todo ele com uma cor barrenta e cheio de detritos. Para terem uma ideia, até árvores boiavam junto ao cais de Cacilhas. Com mais de 80 mm previstos para os próximos dias só aqui na grande Lisboa, é de prever que assim se mantenha.
 

DRC

Nimbostratus
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15 Set 2008
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Póvoa de Santa Iria
Hoje aqui na Póvoa de Santa Iria o Tejo voltou a galgar as margens, mas como não havia vento a água não entrou tanto pela terra adentro, mesmo assim foi suficiente para alagar os barracões dos pescadores.

Segundo o que diziam os pescadores, nos próximos 2 ou 3 dias durante as maré-cheias o nível da água deverá subir mais que o normal, estando esperadas mais cheias.
 

ac_cernax

Nimbostratus
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12 Jan 2008
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Cernache do Bonjardim - Sertã (400m) Distrito de C
Hoje aqui na Póvoa de Santa Iria o Tejo voltou a galgar as margens, mas como não havia vento a água não entrou tanto pela terra adentro, mesmo assim foi suficiente para alagar os barracões dos pescadores.

Segundo o que diziam os pescadores, nos próximos 2 ou 3 dias durante as maré-cheias o nível da água deverá subir mais que o normal, estando esperadas mais cheias.

E aqui estão... as descargas hoje, de duas das Barragens do Rio Zêzere (Cabril e Bouçã).


Barragem da Bouçã


Barragem do Cabril

Fotografias gentilmente cedidas por um amigo meu que esteve hoje nestes locais.
 

AnDré

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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Situação das Albufeiras - 28 de Fevereiro de 2010

No último dia do mês de Fevereiro de 2010 e comparativamente ao último dia do mês anterior verificou-se uma subida no volume armazenado em todas as bacias hidrográficas monitorizadas.
Das 56 albufeiras monitorizadas, 45 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e não existem albufeiras com disponibilidade inferior a 40% do volume total.
Os armazenamentos de Fevereiro de 2010 por bacia hidrográfica apresentam-se superiores às médias de armazenamento de Fevereiro (1990/91 a 2008/09).

fevereirof.png


Apesar de toda a precipitação que caiu, ainda há algumas barragens a "meio gás". É o caso da barragem do Roxo que está nos 59,9% e a barragem de Divor que está 62,5%. Ambas as barragens, há 2 meses, estavam a menos de 20%.


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Boletim de Escoamento dos Rios, 28 de Fevereiro de 2010

No mês de Fevereiro de 2010, considerando as 59 estações hidrométricas monitorizadas, verificou-se que 20 estações hidrométricas apresentam escoamento acumulado superior à média e 17 apresentam escoamento acumulado inferior à média.
Comparativamente ao escoamento mensal de Janeiro de 2010 verificou-se uma descida do escoamento mensal em 24 estações e uma subida em 8 estações.

semttulo5n.png


O maior défice de escoamento verifica-se em Almourol, no Tejo. Isto deve-se essencialmente ao facto do Outono ter sido extremamente seco, com o caudal do Tejo praticamente no zero.

Em contrapartida, o Tâmega e algumas ribeiras do Algarve, apresentam um nível de escoamento bem acima da média.

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Neste momento, e nos grandes rios, o Guadiana é aquele que apresenta um maior caudal (~2000m3/s).
Em Almourol, o caudal do Tejo desceu para os 1391m3/s, e a sua cota para os 8 metros (-2 metros que no fim-de-semana).

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Dados: SNIRH
 

stormy

Super Célula
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7 Ago 2008
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Lisboa
encontrei no tube este video de uma descarga da barragem do fratel, no dia 27 de fevereiro de 2019, ja passei 3 vezes naquela barragem mas sempre no verão com tudo seco a jusante...descarga 0.
fabuloso:eek:



PS-dia 28fev:

 
Editado por um moderador:

AnDré

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22 Nov 2007
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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Por toda a região oeste, de Loures a Óbidos, há enormes lençóis de água a cobrir os vales.

Em Óbidos, ontem a paisagem era a seguinte:

dsc06049g.jpg



Junto à estação de comboios, a água do rio quase tocava na ponte:

dsc06062.jpg



Mais à frente, campos e pomares totalmente alagados, e estrada cortada:

dsc06074m.jpg



A praia da Foz do Arelho está irreconhecível. Com máquinas a trabalhar contra o avanço do mar, e os danos que o forte caudal do rio está a causar.

dsc06141n.jpg



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O caudal do Guadiana que vem de Espanhã, segundo o SNIRH, é impressionante.
Quase 5000m3/s.

guadiana.png
 

stormy

Super Célula
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7 Ago 2008
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Lisboa
grandes fotos, andre:D
o caso da foz do arelho é impressionante, os trabalhos realizados na restinga para estabilizar a aberta foram inuteis e a aberta voltou á posição natural e que o homem nunca devia ter alterado ( como ja referiu o teles algumas vezes:thumbsup:).
a agua da lagoa estava muito barrenta talvez porque todos os rios que lhe vertem as aguas estavam cheissimos, neste momento até mesmo a maré enchente deve ter dificuldade em entrar na lagoa face á força do caudal vazante, caudal esse que mantem a dinamica da barra e tende a abrir ainda mais espaço horizontal e vertical que pode por em risco a povoação da foz do arelho:shocking:
tenho informações de que a lagoa de santo andré tambem está no maximo e talvez abra ao mar sozinha antes do prazo previsto ( 26mar, em periodo de maré viva), o que não acontece há mais de 20 anos:shocking:
 

MNeves

Cirrus
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13 Jan 2007
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Porto
A barragem do Monte da Rocha já não aguenta com esta chuva toda :D
Ontem estava a cerca de 5 cms de atingir a boca do poço, e com a chuva da noite passada finalmente chegou :hehe:
Hoje:

adj47a.jpg



bhcc1v.jpg



View My Video


Finalmente uma foto que encontrei no Google, que infelizmente tem sido o cenário mais habitual nos ultimos anos :disgust:


1675eug.jpg
 

Lousano

Cumulonimbus
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Lousã/Casais do Baleal
A praia da Foz do Arelho está irreconhecível. Com máquinas a trabalhar contra o avanço do mar, e os danos que o forte caudal do rio está a causar.

dsc06141n.jpg

Na Foz do Arelho não há qualquer problema com os caudais dos rios que lá desaguam (talvez para o moluscos, pouco habituados a uma menor sanilidade).

O problema não é novo, é a aberta que se deslocou muito para norte, como alguns anos atrás deslocou-se muito para sul.
 

actioman

Cumulonimbus
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Elvas (~300m)
A barragem do Monte da Rocha já não aguenta com esta chuva toda :D
Ontem estava a cerca de 5 cms de atingir a boca do poço, e com a chuva da noite passada finalmente chegou :hehe:
Hoje:

adj47a.jpg

Que espectáculo de imagem! :surprise:.

Sou um completo desconhecedor de barragens e seus sistemas de descarga e como tal nem em sonhos imaginei uma solução como esta, que fabuloso!!! E depois a água vai canalizada para onde? Onde é que ela sai?

Aproveito para informar que a Barragem do Caia finalmente após 12 anos, fez no passado Domingo 07/03/2010, descargas de fundo! :thumbsup:

Caia: barragem acima de 90%

O nível da águas na Barragem do Caia continua a subir, ainda que a abertura da descarga de fundo durante 24 horas tivesse feito sair da albufeira mais de cinco milhões de metros cúbicos, entre sábado e domingo últimos.

Na leitura das 9 horas desta segunda-feira, segundo dados fornecidos pela Associação de Beneficiários do Caia (ABC), a cota estava em 232,11 metros, a que corresponde um volume de 177 milhões de metros cúbicos, acima dos 90 por cento da capacidade de pleno armazenamento. Nos últimos sete dias, entraram 30 milhões de metros cúbicos (25 milhões armazenados e cinco descarregados) e o nível da água subiu mais de um metro e 60 centímetros.

Com a descarga de fundo aberta durante 24 horas, já um pontão sobre o Rio Caia, a jusante da barragem, ficou submerso, pelo que a ABC chama a atenção da população em geral e em particular dos agricultores da zona para a eventualidade da situação se poder repetir, ou eventualmente agravar caso as descargas automáticas de superfície sejam accionadas por uma subida rápida das águas da albufeira.


Fonte: Rádio Elvas

[ame="http://www.youtube.com/watch?v=eLIw_PdNV-Y&feature=related"]YouTube- Descarga na Barragem do Caia.MOV[/ame]

Mas espectacular mesmo são as descargas de superfície!
 

MNeves

Cirrus
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Também não tenho a certeza, mas ou vai para o canal ou então para alguma ribeira. Não posso dizer com certeza, mas vou tentar saber :thumbsup:
 

AnDré

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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Registo muito bom, MNeves! :thumbsup:

Sou um completo desconhecedor de barragens e seus sistemas de descarga e como tal nem em sonhos imaginei uma solução como esta, que fabuloso!!! E depois a água vai canalizada para onde? Onde é que ela sai?

Trata-se de um descarregador de poço vertical ou inclinado. Normalmente são usados em barragens com fins agrícolas e regadio, cujos afluentes sejam de baixo caudal.

A água entra pelo anel do poço e é canalizada, de forma subterrânea, para jusante da barragem.

descox.png


descarregador.jpg
 

MNeves

Cirrus
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13 Jan 2007
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Registo muito bom, MNeves! :thumbsup:



Trata-se de um descarregador de poço vertical ou inclinado. Normalmente são usados em barragens com fins agrícolas e regadio, cujos afluentes sejam de baixo caudal.

A água entra pelo anel do poço e é canalizada, de forma subterrânea, para jusante da barragem.

descox.png


descarregador.jpg

Obrigado pelo esclarecimento, AnDré :w00t::cool:
 

Mário Barros

Furacão
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18 Nov 2006
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Maçores (Torre de Moncorvo) / Algueirão (Sintra)
Excesso de água nos solos compromete produção de hortícolas

O director executivo da Torriba, Organização de Produtores de Hortícolas, Gonçalo Escudeiro, esfrega nas mãos as batatas apodrecidas pelo excesso de água que empapou os terrenos do Ribatejo, inviabilizando grande parte das culturas de Outono/Inverno.

«Estamos realmente perante um problema muito grave porque atingimos há muito tempo o nível máximo de saturação das terras, o que fez com que as batatas de semente começassem a apodrecer», disse à agência Lusa.

O cenário do batatal nos campos junto a Salvaterra de Magos repete-se em hectares de plantações de cenouras e ervilhas na região, a juntar ao atraso na preparação dos terrenos para receberem as plantas de tomateiro na zona de onde sai a maior parte da produção nacional de tomate com destino à indústria.

«As condições do tempo nos últimos dois meses não permitem entrar no solo para fazer as instalações de forma a cumprirmos todos os compromissos com o mercado e com os clientes finais que esperam os nossos produtos», disse Gonçalo Escudeiro.

Além das perdas por podridão das sementes e asfixia radicular, devido ao excessivo encharcamento dos solos, também a qualidade da semente que espera em armazém oportunidade para ser instalada está a ser afectada, devido à desidratação com consequente redução do potencial produtivo, sublinha igualmente a Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) num comunicado que fez chegar a várias entidades.

As consequências do tempo afectaram ainda estufas de culturas de morango e framboesa, queixando-se a Organização de Produtores de Pequenos Frutos (Lusomorango) de que os ventos fortes registados a 27 de Fevereiro provocaram estragos nas estruturas nas regiões de Almeirim, Cantanhede, Zambujeira do Mar e Sines.

Gonçalo Andrade, da Lusomorango, disse à Lusa que parte da produção foi igualmente afectada pelas fortes chuvadas, o que irá ter repercussões no cumprimento dos contratos, sendo este um sector que aposta forte na exportação.

O director executivo da Torriba, organização que congrega 110 produtores, afirmou que os prejuízos na produção de hortofrutícolas no Ribatejo variam de parcela para parcela, algumas com perda total.

Gonçalo Escudeiro sublinhou que os produtores estão cansados da ideia de que, ao mínimo capricho do tempo, estão à espera dos «subsídios», frisando que «há anos» reclamam por alterações ao Sistema Integrado Contra Aleatoridades Climáticas (SIPAC), de forma que o seguro de colheita sirva de facto para salvaguardar situações como a que agora se vive, ajustando-se à realidade.

«Infelizmente, nos últimos cinco anos tem vindo a haver um grande desacreditar da nossa produção nos seguros, porque estão completamente desajustados face à realidade e sempre que há um problema é difícil sentir que as seguradoras estão ao nosso lado», afirmou.

Acreditando haver actualmente «abertura do Ministério da Agricultura para alterar os seguros de colheita», Gonçalo Escudeiro lamenta que não venha a tempo para ajudar os produtores agora em dificuldades.

O apelo, disse, é no sentido de que estes produtores, sem qualquer hipótese de recuperarem o investimento feito em sementes, adubo, estrume, possam ter acesso a prolongamentos dos créditos a que recorreram ou a créditos bonificados.

Lusa / SOL