Sudoeste EUA 2025 - Parte 1

David sf

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8 Jan 2009
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Oeiras / VN Poiares
Não deve haver ninguém que não se sinta atraído por algumas das variadíssimas e diferentes paisagens que constituem os EUA. Afinal, as cidades, Parques Naturais, desertos e aldeias americanas entram-nos regularmente casa adentro através da indústria cinematográfica e televisiva, onde os americanos dominam totalmente.

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Pessoalmente, nunca me senti, e esta viagem veio confirmar isso, atraído pelas cidades americanas. A única cidade que faço questão de visitar pelo menos uma vez é Washington DC, e mais pelo seu simbolismo do que pela sua beleza. Por outro lado, a paisagem rural americana sempre me fascinou. Vários locais que sempre conheci dos westerns que via quando era miúdo (o meu pai adora), outros que via nos programas de documentário da National Geographic à hora de almoço dos fins-de-semana e localizações mais específicas do universo de várias séries (os locais de gravação de Twin Peaks estão na lista para a próxima viagem) colocaram durante anos os EUA na lista de destinos pensados para as férias, constantemente adiados pelo enorme custo do turismo neste país, principalmente o alojamento.

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Mas chegou o ano em que as condições económicas já me permitiram gastar um pouco mais de dinheiro e lá fui eu concretizar o primeiro “pack” de locais a visitar nos EUA. E comecei pelo Sudoeste do país.

O momento da viagem foi o ideal, embora a maior parte das pessoas achasse que não. As maluquices do presidente americano, por um lado desvalorizaram o dólar em mais de 10% face ao Euro, por outro lado afoguentaram muitos turistas europeus, reduzindo o custo das viagens aéreas e do aluguer de carros. Dos motivos que afoguentaram os turistas europeus, não vi qualquer vestígio, bem pelo contrário, como explicarei adiante.

O objectivo era visitar os estados do Colorado, Utah, Arizona e New Mexico. O itinerário foi condicionado pela disponibilidade de voos a preços mais acessíveis e pelo custo de aluguer de carro. A ideia inicial seria começar e terminar em Phoenix, mas encontrei uma viagem a custo bastante favorável para Denver e verifiquei que alugar carro no Texas ficaria muito mais em conta.

Deste modo, optei por voar da Europa para Denver, daí para El Paso, onde aluguei carro, que devolvi 3 semanas depois em Phoenix, de onde voei de volta a casa:

Ida: Lisboa – Londres – Denver 7:10 – 16:30, ambos pela British Airways;

Dia seguinte: Denver – El Paso 9:35-11:20, Southwest Airlines (45€);

Regresso: Phoenix – Londres – Lisboa 18:50 – 23:20 (+1), o primeiro pela American Airlines, o segundo pela British Airways. O custo dos 4 voos foi de 827€.

Aluguei o carro na Alamo, a um preço fabuloso para os standards europeus, 1126€ por 22 dias com franquia zero e entrega a mais de 700km de distância do local de recolha. O carro era um Jeep Compass, ideal para o percurso que fiz que incluía várias estradas em terra.

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Percorri um total de 6800km. Conduzir nesta região é simples, a maior parte das estradas têm muito pouco tráfego, são largas e estão em bom estado. Contudo, há certos pormenores que quem está habituado a conduzir na Europa tem de se recordar:
  • Os semáforos estão sempre depois dos cruzamentos, pelo que se deve parar muito antes do semáforo;
  • Em todos os Estados onde conduzi, é permitido cortar à direita mesmo com o semáforo vermelho, desde que se faça stop;
  • Muitos entroncamentos têm STOP em todas as ruas. A regra é avançar por ordem de chegada.

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Os americanos conduzem depressa. O limite de velocidade numa estrada ser de 75 mph, significa que ninguém anda abaixo dessa velocidade, inclusive pesados (75 mps são 120 km/h), mas também ninguém circula muito acima desse valor.

Também dependem do carro para tudo. Não se vê pessoas nas ruas, se é necessário atravessar a estrada para ir ao supermercado, tira-se o carro do passeio à porta de casa, circula-se por 10 metros e estaciona-se à porta do supermercado.

A gasolina é extremamente barata, fiz média de 0,80€ por litro, varia bastante por estado, no Colorado anda por volta de 1,00€, no New Mexico anda pelos 0,60€.

Por outro lado, os alojamentos são extremamente caros, um quarto individual num motel fraco de beira de estrada e cheio de viciados em Fentanyl pode custar cerca de 100€ e um hotel banal ir aos 200€. Em muitos locais alojamentos locais são a solução mais em conta.

A comida também é geralmente bastante cara, mas é relativamente fácil contornar este problema. As grandes superfícies comerciais vendem comida pré-cozinhada a preços mais em conta e praticamente todos os hotéis, motéis e AirBnB dispõem de micro-ondas. A qualidade da comida é razoável, usam excessivamente os molhos e a variedade não é muita.

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No Sudoeste do país, a comida mexicana é uma alternativa de maior qualidade e a preço mais reduzido.

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O taco Navajo, variação da tribo homónima do taco, é uma opção mais saudável, com tomate, alface e outros vegetais frescos acompanhados de pão frito e carne picada. Os molhos vêm à parte, logo dá para fugir deles.

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Outra receita que abunda no território Navajo é o pão frito, geralmente comido com mel.

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As doses são industriais, o que é chato para quem como eu viaja sozinho. O exemplo de um pequeno-almoço comum:

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E uma pizza “pequena”, que deu para o jantar e para o pequeno-almoço do dia seguinte. Na mesa ao lado um americano comia uma pizza “média” inteira. As doses são industriais, mas eles comem tudo.



Nesta região do país há duas particularidades que são muito relevantes. Grande parte do território pertence a várias tribos nativas, constituindo reservas, regiões administradas por governos autónomos, poder judicial autónomo e onde a polícia federal apenas pode actuar contra crimes federais e a polícia estadual não tem qualquer poder.

As várias reservas na região do Four Corners (fronteira dos 4 estados que visitei):

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Em muitas destas reservas é proibido consumir álcool. No entanto, o alcoolismo é um problema sério em muitas destas comunidades, é comum encontrar no limite das reservas várias lojas de venda de álcool, que estão sempre com os parques de estacionamento muito bem composto.

Acabam por ser também uma “reserva”, mas são uma instituição dentro do governo federal e um orgulho do americano patriota, refiro-me aos Parques Nacionais, cuja concentração é a maior do país nesta região. O governo americano faz um trabalho excepcional nestes parques (e também em monumentos nacionais e reservas florestais), com centros explicativos à entrada, excelente informação em todos os locais, delimitação de trilhos, e principalmente na preservação das condições naturais destes locais. São enormes áreas onde não há qualquer construção, onde a maior parte dos locais não são acessíveis por carro e onde, por muita visitante que haja, é possível estar em harmonia com a natureza.

Para aceder a estes parques é necessário pagar, e o custo é elevado. A maior parte dos parques exige o pagamento de 25 a 35 USD por veículo. A alternativa, muito mais em conta, é adquirir o cartão America The Beautiful por 80 USD, que permite aceder a todos os parques durante um ano. São excepção os parques geridos pela nação Navajo, Monument Valley e Antelope Canyon por exemplo.

Entrada no Zion NP:

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Alguns de muitos Visitor Centers, acolhedores e muito informativos:

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A informação sempre presente:

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A “luta” por manter um ambiente natural passa por todos os pormenores, como o tipo de iluminação nocturna e a limitação de espécies invasoras:

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E depois, as paisagens… Deixo os parques naturais que mais gostei:

Monument Valley:

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Canyonlands NP:

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Bryce Canyon NP:

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E mesmo fora dos parques naturais, circular pela América rural é sempre muito relaxante. São as paisagens típicas dos Westerns:

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E a política… Há claramente duas américas. A rural, conservadora, que ao contrário do que se acha na Europa, não é composta por pistoleiros embrutecidos mas sim por pessoas extremamente afáveis e acolhedoras. O comércio é familiar, algumas vezes fui atendido por miúdos em restaurantes geridos pelos seus pais. Foi nas vilas mais conservadoras que me senti mais bem recebido.

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Depois há a América urbana, que se divide entre os citadinos e as pessoas que vivem em aldeias que estão mais na moda. São pessoas com mais mundo, informadas, um estilo mais próximo ao europeu. Também recebem bem, mas organizam-se de forma mais individualista.

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Nunca notei crispação política nos locais por onde passei. É certo que na maior parte dos locais tem inclinação clara para um dos lados, 80% da população deve votar no mesmo partido, mas em algumas cidades percebia-se que pessoas de ambos os lados conviviam pacificamente.

Outros aspectos curiosos:

Muito mobiliário urbano, desde bancos de jardim a sinais de trânsito, é patrocinado por mecenas, geralmente pela família de pessoas falecidas que lhes querem fazer uma homenagem:

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A Route 66 está em todo o lado, mas não está... Há o traçado pré-1937, o traçado da Route 66 a sério (que já quase não existe, e que muitos dos seus troços estão em terrenos agora privados) e a Interstate 40, a autoestrada que a substituiu nesta região e que mais não é que uma estrada cheia de camiões sem qualquer alma. Actualmente, fazer a Route 66 nesta região deve ser uma frustração.

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Para um país que se diz inseguro (que salvo raras excepções, nunca notei), os hábitos da população nesta zona não o indiciam. É relativamente comum as pessoas não trancarem os carros. Os quintais raramente têm muros e apesar das portas terem fechaduras bastante robustas, as janelas são facilmente acessíveis desde o lado de fora.

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Um exemplo, o AirBnB onde fiquei em Alamogordo:

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Os autocarros escolares, todos iguais em todo o país. São uma instituição, quando param para as crianças saírem ligam várias luzes vermelhas, abrem-se sinais de Stop, um de cada lado, e todos os condutores de ambos os lados da estrada têm de se manter parados.

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Os americanos não andam a pé, usam o carro para tudo. Só andam a pé para uma coisa: passear o cão. Toda a gente tem um cão, todas as cidades estão cheias de dispensadores de sacos para limpar dejectos de cão, e até nos aeroportos há casas de banho para cães:

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1 – Lisboa – Denver

Chego ao aeroporto de Lisboa pelas 4:30, deixo a mala de porão e vou para a fronteira, onde fico mais de 30 minutos para poder sair do meu país. É incrível a quantidade de pessoas que está atrasada e passa à frente de toda a gente e incompreensível que apenas haja duas passagens abertas num aeroporto com tantos voos. Já entrei em vários países e nunca encontrei serviço de fronteiras tão ineficiente e antipático como em Portugal.

Ambos os voos são pontuais e tranquilos, chego a Denver e havia aquele receio de entrar nos EUA devido a várias notícias de situações mais complicadas que cidadãos europeus enfrentaram recentemente. Será que me iam revistar o telemóvel? Perguntar a minha opinião sobre o Trump?

Antes da fronteira, duas funcionárias do aeroporto recebem os visitantes com um sorridente “Welcome” e encaminham-nos para o local onde devem ir. Mais à frente, um senhor bastante cordial indica a fila para onde devo ir, onde só há… uma pessoa. Ao fim de um minuto sou atendido por um polícia que analisa o meu passaporte, verifica o ESTA que tem no seu computador, pede-me as impressões digitais e pergunta-me o que é da praxe com tal pressa que eu nem consigo acabar de responder. Ao fim de 3 minutos estou despachado, e vou para o tapete da bagagem de porão.

Aí está uma senhora do departamento de agricultura, com um cão pequenino a cheirar as malas para verificar se não havia itens alimentares proibidos. A senhora, também ela extremamente simpática, deixa os visitantes fazerem festas no cão, enquanto conversa alegremente com eles.

Ao fim de 10 minutos estou a comprar o bilhete para o comboio para o hotel. A terrível entrada nos EUA foi um processo eficaz, cordial, até simpático, que comparado com o que se passa em Portugal parece uma visita a um castelo de princesas da Disney.

Cá fora, estava frio e havia uns farrapos de neve no ar.

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Fiquei num hotel a menos de 10 minutos de comboio do aeroporto. Eram 17 horas em Denver, mas em Lisboa já era meia noite e eu havia acordado às 3 e meia da manhã. Não havia nada que me chamasse no centro de Denver, e no dia a seguir iria apanhar o avião para El Paso logo de manhã, pelo que optei por ficar perto do aeroporto.

A seguir a jantar começa a nevar de forma mais intensa. Desde meados de fevereiro que não nevava em Denver e desde aquele 18 de abril não voltou a nevar. Este inverno não tinha visto neve, acabei por ser compensado sem estar muito à espera.

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2 –Denver – El Paso

Acordo às 4:30 da manhã, efeito do jet lag. Fico um pouco mais na cama, até às 6 da manhã, e o dia amanhece com céu limpo, mas com um fino manto branco e -4ºC de temperatura.

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O Sol nasce enquanto estou a caminho da estação de comboio.

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Havia vários coelhos em redor da estação.

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Já no aeroporto, deixo a mala de porão, passo rapidamente a segurança e passo pelo abrigo contra tornados, algo que deve dar muito jeito, mas que eu não fazia ideia de que existia em estruturas tão robustas como aeroportos.

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No exterior do Terminal C, umas mesas com aquecimento “central”.

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O terminal C é dominado pela Southwest, companhia de baixo custo americana, que até ao mês de maio passado tinha umas regras de embarque interessantes. Não havia lugares marcados, apenas ordem de entrada. Cada bilhete tinha um número de ordem e as pessoas deveriam formar uma fila em função de cada número.

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De notar, que a Southwest, apesar de ser low cost, oferecia duas malas de porão no custo do bilhete. Entretanto, em meados de maio as regras mudaram e adoptaram as regras das demais companhias aéreas, bagagens pagas e lugares marcados.

O voo é pontual, chateia-me que nos EUA não haja obrigação de se abrir a “cortina” da janela para aterragem e descolagem, e a dona da janela da minha fila fechou-a assim que se sentou e nunca mais a abriu, portanto não vi nada da paisagem.

Aterro em El Paso, vou buscar o carro, e começa a road-trip. Apesar de ter escrito que visitei 4 estados, El Paso é no Texas, portanto são 5. Alguém se lembrou de colocar El Paso no Texas, apesar de ficar no alinhamento do New Mexico e estar mais próximo de Phoenix do que de Dallas. Sorte a minha, que paguei impostos sobre o aluguer do carro no Texas, que são os mais baixos do país.

Começo por fazer a Scenic Drive que contorna El Paso pela montanha que circunda a cidade. Do miradouro, contempla-se o ex-libris da cidade e de toda a região fronteiriça, a “big, beatiful Wall” de Donald Trump, construída nesta zona nos longínquos anos 1990 na presidência Clinton. Do outro lado, a cidade que até há poucos anos registava a maior taxa de homicídios no mundo, Juarez. Cheguei a pensar visitá-la, mas os problemas que se registaram no mês anterior com europeus nas fronteiras terrestres fizeram-me desistir da ideia e não deixar tempo para isso. Se soubesse o que soube entretanto, da facilidade com que entrei no país, teria deixado um dia a mais em El Paso para ir a Juarez.

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Foto na direcção da Donwtown:

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Entretanto o vento começa a intensificar-se. Habitual nesta época no sudoeste, é por vezes desastroso, causando tempestades de areia de grande duração que bloqueiam completamente qualquer deslocação. E estava a formar-se uma, a visibilidade estava a reduzir-se, por isso optei por ir para a Downtown, onde poderia circular a pé e refugiar-me em caso de um evento mais severo. Acabou por ser uma pequena tempestade de areia, com baixa redução de visibilidade e que terminou ao fim de uma hora com um chuvisco de lama. As tempestades de areia eram um dos meus principais receios, em março houve 3 nesta região que fecharam estradas durante várias horas, mas esta tempestade em El Paso, de pequena dimensão, acabou por ser a única amostra que apanhei nestas 3 semanas.

O centro de El Paso é semelhante ao de quase todas as cidades que visitei. Decadente, deserto, abandonado. Ocorre um fenómeno estranho em várias cidades americanas, a população está a deslocar-se toda para os subúrbios das cidades, onde vários bairros com construção de grande qualidade crescem como cogumelos. Os centros ficam abandonados ou entregues aos sem abrigo viciados em Fentanyl. No caso de El Paso, está abandonado, tem ar de cidade-fantasma.

No entanto, e apesar de estar paredes meias com uma das cidades mais perigosas do mundo, El Paso é das cidades mais seguras da região, apesar de aparentar ser uma cidade-fantasma nunca me senti inseguro.

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Na praça central havia meia dúzia de transeuntes.

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E, para minha surpresa, encontro uma obra de Bordalo II, nos confins do Texas…

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Após a visita da Downtown, vou abastecer-me ao supermercado e, já cansado e com o jet lag a fazer sentir-se, recolho ao AirBnb onde iria passar a noite, num dos subúrbios de el Paso para onde a população se está a deslocar. Passo mesmo junto ao muro.

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A vista do bairro onde fiquei.

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3 – El Paso – Alamogordo 274 km

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Domingo de Páscoa, volto a acordar cedíssimo, e faço-me a estrada à caminho do primeiro Parque Nacional, o White Sands, que como o nome indica é uma área dunar com areias brancas com grande dimensão.

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Ao fim de duas horas de viagem, incluindo uma passagem num checkpoint policial para verificarem que não trazia nenhum mexicano na bagageira chego ao White Sands NP. Tento comprar o passe para os Parques Nacionais, mas a bilheteira está fechada, dizem para comprar na internet. Na internet a página de pagamento dava erro. Entrei de borla, ninguém me chateou, e como compraria mais tarde o passe não me pesou na consciência.

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O Parque é excepcional. As dunas não batem em altura as do Erg Chebbi em Merzouga, onde estive no ano passado, mas a sua extensão é provavelmente maior. São constituídas por gesso e não areia, sendo mais suave ao toque que a areia tradicional do deserto. Faziam parte do fundo do mar, quando esta zona estava submersa.

O facto de ser rodeada de montanhas, cobertas de neve caída na véspera, dá um ar mais surreal ao “deserto”. O sol reflectido no branco queima a pele e os olhos (a primeira vez na vida que senti necessidade de uns óculos de sol), apesar de a temperatura estar relativamente baixa (nem quero imaginar como será no verão com 40 graus…).

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Este Parque Nacional situa-se ao lado do maior campo de teste de mísseis do país, sendo por vezes fechado em dias de testes. A Norte, na outra encosta das montanhas, localiza-se o Trinity Site (apenas visitável um dia por ano), onde a equipa de Openheimer testou a primeira bomba atómica da História. A bacia de Tularosa, que inclui o White Sands NP, Alamogordo e outras cidades a Norte registou vários problemas decorrentes dessa explosão, havendo alguns casos de malformações em algumas crianças nascidas nos anos subsequentes ao teste.

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Várias famílias aproveitaram o domingo de Páscoa para vir escorregar nas dunas, havendo uma fila enorme para entrar quando eu estava a sair por volta da hora de almoço. Mas a área é enorme, havia espaço para toda a gente.

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Pouco mais de uma hora depois chego a Cloudcroft, pequeno vilarejo tipicamente americano situado nas montanhas a Este de Alamogordo, a uma altitude de mais de 2500 metros. Constituída por meia dúzia de ruas, o edificado transporta-me para os Westerns clássicos, onde apenas os vários carros estacionados ao longo da rua destoam.

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O primeiro contacto com um restaurante tipicamente americano.

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À saída de Cloudcroft, a antiga ponte do caminho de ferro que no passado ligava esta estância montanhosa a Alamogordo. As famílias abastadas passavam o verão cá em cima, para fugir ao calor de cidade.

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E a vista para a bacia de Tularosa, onde as dunas de White Sands dominam a paisagem.

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Volto a descer para Alamogordo, onde passarei a noite num AirBnB de uma senhora idosa muito conversadora. Nesta cidade existe um museu da História Espacial, onde tem descanso eterno o primeiro chimpazé a viajar no espaço.

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Um pronúncio para o dia seguinte:

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O interior é medianamente interessante, mas por 8 USD creio que vale a pena passar uma hora aqui.

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Um passeio para esticar as pernas após o jantar, onde como habitual circulo por uma cidade deserta, onde apenas os carros demonstram que a cidade é habitada.

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4 – Alamogordo – Roswell 227 km

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Hoje já consegui dormir até às 6 horas. A partir de agora e até ao último dia esta era a hora de levantar. Não só os americanos começam a sua vida diária bem cedo, como o Sol nasce antes desta hora, pelo que opto por deixar de lutar contra o jet lag e cumprir os dias das 6 da manhã até às 22 h.


Subo de novo as montanhas, agora a Nordeste, a caminho de Ruidoso, e depois Lincoln. Apesar de o tempo já estar mais quente, em Roswell vou apanhar perto de 30ºC, ainda apanho temperaturas negativas em alguns locais mais abrigados durante a manhã.

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Antes de Lincoln paro no antigo Fort Stanton, antigo campo militar da cavalaria que conquistou este território aos nativos durante o século XIX, mais tarde transformado em sanatório.

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Lincoln é uma das cidades mais bem preservadas do velho Oeste. Famosa pela Guerra de Lincoln, travada em 1878 entre duas facções que pretendiam dominar o comércio na região, e onde se destacou Billy the Kid, figura mítica da região e de Lincoln.

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A cidade é um museu a céu aberto. Tem um centro de visitantes com um museu muito interessante e o bilhete de 7 USD permite visitar vários edifícios históricos da localidade, entre os quais a igreja, a antiga loja de John Tunstall (o líder de uma das fações), que tem expostos os produtos que venderia no século XIX e o edifício da prisão e do tribunal, de onde Billy the Kid encetou uma fuga que o tornou uma lenda do velho Oeste.

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A loja de Tunstall:

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O tribunal / prisão:

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Neste edifício também se reunia a loja maçónica local:

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E depois de duas horas bem passadas em Lincoln, faço-me à estrada a caminho de Roswell, para almoçar no seu famoso McDonald’s.

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Roswell é uma cidade banal da planície que ocupa o centro do país. Não tem nada que a destaque das demais e seria apenas um ponto de passagem não fosse qualquer coisa ter caído do céu em julho de 1947 num rancho situado a quase 100 km de distância. Roswell teve a sorte de na altura ter uma base da força aérea (que ainda se mantém), razão pela qual, presumo eu, o rancheiro Mac Brazel levou os destroços que encontrou nas terras onde trabalhava para aqui e não para outras localidades mais próximas. Teve sorte Roswell que construiu uma poderosa indústria alicerçada nos acontecimentos de 1947.

O famoso McDonald’s, em forma de disco voador.

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O museu dedicado à ovnilogia e aos acontecimentos de 1947, bastante interessante mas algo enviesado na análise dos factos:

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Para além do caso Roswell, são mostrados outros casos no mundo e é explorada a teoria de que várias civilizações antigas terão tido contacto com seres de outros planetas:

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No museu, existe também uma biblioteca com documentação de vários casos, que faz lembrar o escritório do Fox Mulder.

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O resto da cidade aproveita o fenómeno alien para tudo. Não há negócio na cidade que não mencione discos voadoras ou humanoides verdes ou cinzentos.

Ninguém sabe ao certo o que Mac Brazel recolheu naquela manhã de julho de 1947. Eu aposto que foi algum projecto secreto do governo americano, que não poderia ser revelado e que a cortina de fumo criado pela lenda ajudou a esconder, mas não tenho a certeza de nada. Poucos saberão o que era e um balão meteorológico não era de certeza. Mas o que aconteceu de verdade já não interessa nada a Roswell. A lenda está criada, o negócio está montado.

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Passo esta noite num hotel na saída Norte da cidade. Nos EUA a maior parte dos hotéis têm este formato mais típico de motel, com os quartos a darem directamente para a rua.

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A zona envolvente é residencial. Aqui já não há humanoides verdes em todas as paredes.

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Uau! Paisagens magnificas! Alguns desses sitios parecem tirados dos filmes de terror :lol: Também tenho curiosidade de visitar essa zona. Se nao é intromissao, quanto ficou a viagem no total?

Mal posso esperar por ver o resto do percurso!
Todos os voos: 875€
Aluguer de carro (21 dias): 1125€
Gasolina (6800 km): 375€
Alojamentos (22 noites): 1800€
ESTA + Seguro + eSIM: 150€
Entradas em museus/ parques (incluindo passe NP): 250€
Alimentação ficou num adicional de 10€/dia face ao que gasto quando estou em Portugal
 
Todos os voos: 875€
Aluguer de carro (21 dias): 1125€
Gasolina (6800 km): 375€
Alojamentos (22 noites): 1800€
ESTA + Seguro + eSIM: 150€
Entradas em museus/ parques (incluindo passe NP): 250€
Alimentação ficou num adicional de 10€/dia face ao que gasto quando estou em Portugal
Nao ficou caro diria eu.
 
5 – Roswell – Santa Fe 452 km

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Dia longo de condução, como eu gosto. Estradas desertas, paisagens bucólicas, total relaxamento. À saída de Roswell, uma última menção aos discos voadores:

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Dirijo-me para Santa Fe, capital do Estado do New Mexico onde vou passar a noite. Não há grandes atrações no caminho, mas eu decido criar uma: vou até ao local onde o caiu qualquer coisa do céu em 1947, e que se situa a cerca de 100 km de Roswell.

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Para lá chegar é necessário percorrer uma estrada de terra batida, em excelentes condições, por mais de 60 km. Fica a caminho de Santa Fe, não me consome muito tempo. Junto ao local denominado pelo Google Maps de UFO crash site existe uma instalação do gasoduto que liga o Texas ao Arizona, razão pela qual a estrada está bem mantida pela companhia que o gere. Existem também vários ranchos na zona, vez em quando cruzo com um carro ou um camião.

Início da estrada de terra:

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Foi dos troços de estrada que mais gostei de fazer nesta viagem. Paisagem a perder de vista, tranquilidade…

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Uma antiga pista de aviação próxima das instalações do gasoduto.

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Segundo informação que consultei na internet, a partir daqui havia que ir a pé até ao UFO crash site, uma vez que a estrada atravessava terreno privado vedado. No entanto, a presença de bois na zona, desaconselhava a fazer 3 km a pé, pelo que consultei a imagem de satélite do Google Maps e verifiquei que existia uma picada que contornava o terreno vedado e que permitia chegar ao crash site no sentido contrário.

E, tirando partido do facto de ter um Jeep, consigo chegar a 800m do crash site.

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Avaliando o terreno até ao crash site, achei que o Jeep conseguia lá chegar, e avancei pelos 800 m que faltavam. Consegui lá chegar, ao local do antigo monumento que assinalava o local, entretanto derrubado:

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Volto ao caminho principal, onde após duas horas e meia em estradas de terra volto a entrar numa pavimentada e parto rumo a Santa Fe.

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Depois de almoçar os restos da comida que tinha comprado no supermercado em El Paso, chego a Santa Fe. Ao contrário da maior parte das restantes cidades, esta tem vida, tem pessoas, e é bastante interessante.

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Tem um género de “Plaza Mayor”, onde nativos vendem alguns produtos tradicionais, há músicos de rua, bastante vida e chilis pendurados nos candeeiros públicos.

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A Igreja principal da cidade, onde se rendiam homenagens ao Papa Francisco, falecido na véspera.

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Uma outra Igreja:

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Santa Fe é uma cidade rica, com um nível de vida bastante superior ao restante Estado. Nota-se que a população é mais informada e, por outro lado, mais snob, É daquelas cidades em que se percebe que os Democratas vencem com mais de 70%, tal como no dia anterior percebi facilmente que em Rowell eram os Republicanos que dominavam.

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Dormi num AirBnB à saída da cidade, onde deu para ver um belo pôr do sol.

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Nao ficou caro diria eu.
Beneficiei de "10% de desconto" graças à política económica do Trump, que colocou o dólar a valer menos 10%. Comprei os voos com um mês de antecedência ao preço que teriam com 6 meses de antecedência. O que é caríssimo é o alojamento, e esta média a rondar 85€/noite (quase 100 usd/noite) foi conseguida com muitos AirBnB e Motel 6, onde se consegue fazer uma média de 60€/noite em locais menos turísticos...
 
6 – Santa Fe – Los Alamos 269 km

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Hoje seria o primeiro contacto a sério com uma reserva nativa (já tinha atravessado a reserva dos Mescalero – Apache entre Alamogordo e Lincoln, mas nem dei por eles), em Taos Pueblo. Seria quase um ir e vir, porque terminaria o dia em Los Alamos que é a uma distância curta de Santa Fe.

Para não repetir caminho vou a caminho de Taos pelas montanhas, para depois regressar pelo vale do Rio Grande. A paisagem é semelhante ao Nordeste de Portugal, não se notando muito a grande altitude a que estava (tanto Santa Fe como Los Alamos situam-se acima dos 2000 m de altitude). Algumas localidades com nomes peculiares…

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Primeiro vou à cidade mais moderna de Taos, uma Santa Fe em miniatura, também com aspecto fancy e arquitectura de tendência hispânica.

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Poucos quilómetros a Norte, situa-se Taos Pueblo, uma pequeníssima reserva indígena, que preserva totalmente o modo de viver dos nativos e com regras próprias, como a proibição do uso do telemóvel. O preço para entrar é excessivo, 25€… Os visitantes têm que cumprir com várias regras, como não fotografar os habitantes e não entrar no rio, que é sagrado para a tribo.

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O pormenor das escadas, que dois dias depois iria notar com maior exuberância noutra reserva, umas para aceder a habitações situadas em pisos mais elevados, outras para se aceder aos Khivas, os seus espaços religiosos, geralmente acedidos a partir do telhado.

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Após almoçar num restaurante mexicano junto a Taos Pueblo, dirijo-me para Los Alamos através do vale, passando pelo desfiladeiro do Rio Grande, o primeiro de muitos canyons da viagem.

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Para se chegar a Los Alamos, o caminho preferencial é através de uma auto-estrada que sobe a montanha desde o vale do Rio Grande. Perto do alto paro no Anderson Overlook, miradouro com vista para as montanhas que atravessei durante a manhã.

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Antes da chegada à cidade de Los Alamos, a famosa porta para a área do Manhattan Project, recentemente reconstruída, que pode ser vista no filme Oppenheimer.

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Los Alamos foi criada na década de 1940 para albergar a equipa de cientistas que projectou a bomba atómica. A História é sobejamente conhecida e retratada em vários filmes e documentários, sendo o mais famoso Oppenheimer, recente vencedor do Óscar de melhor filme.

Por ser uma cidade fundada para uma comunidade científica, e albergando ainda um laboratório nacional de grandes dimensões, tem uma população bastante jovem e dinâmica. Tem inúmeros espaços verdes bastante bem cuidados, arquitectura harmoniosa e de bom gosto, é uma cidade arejada.

Começo pelo museu Bradbury, que se debruça sobre as pesquisas atómicas iniciadas nesta cidade, desde a formação do Manhattan Project até o pós-WWII.

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Réplicas à mesma escala das bombas lançadas sobre Hiroshima (little boy) e Nagasaki (fat man).

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No centro da cidade, junto do visitor center, há um enorme parque denominado de Manhattan Project.

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Do outro lado da estrada, as estátuas de Leslie Groves e Oppenheimer. Atrás, o Fuller Lodge, primeiro edifício de Los Alamos, que albergava um campo de férias durante a década de 1930.

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As casas de Oppenheimer e de Hans Bethe estão bem assinaladas, sendo que a segunda pode ser visitada.

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O prémio Nobel da Física, original, recebido por Frederick Reines em 1995, está exposto na antiga casa de Hans Bethe.

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A casa de Oppenheimer:

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Vou ao Wallmart (espectáculo, tem tudo e mais alguma coisa) aviar o jantar e o pequeno almoço do dia seguinte, e sigo para o espectacular AirBnB onde iria dormir, nos subúrbios de Los Alamos e cujos donos adoram a cidade de Lisboa.

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O jantar:

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E a esplêndida vista ao pôr do Sol:

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7 – Santa Fe – Grants 480 km

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Começo bem cedo o dia com maior quilometragem da viagem (e outra vez com uma grande parte em estradas de terra batida), com uma magnífico nascer do Sol:

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Hoje o principal objectivo é visitar as ruínas do Chaco Canyon, acessíveis apenas por caminho de terra batida, e que era uma espécie de Roma do século XI, todos os caminhos iam lá dar. Mas começo por atravessar a antiga cratera vulcânica de Valles Caldera, localizada uns 20 km a Oeste de Los Alamos, a quase 3000 m de altitude.

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Após uma viagem de mais de duas horas, sem grande motivo de interesse, entro na estrada de terra batida e começa a tornar-se mais interessante. Ao contrário da estrada do Roswell crash site, esta tem alguns troços em mau estado. A paisagem continua bastante semelhante ao interior de Portugal.

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Chego ao visitor center do monumento nacional da cultura Chaco, onde finalmente consigo adquirir o passe dos Parques Nacionais. Em frente ao visitor center, o primeiro de muitos buttes que iria ver nesta zona do país.

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Há ainda muito mistério que envolve a origem e a queda da cultura Chaco. As culturas nativas americanas não usam a escrita para registar a sua História e tradições, porque querem mantê-las secretas e invioláveis para “forasteiros”, passando-se apenas o conhecimento de forma oral dos mais velhos para os mais novos. Deste modo, somente a tradição oral das várias tribos, que na sua maioria deverão ser descendentes da cultura Chaco, permite ter algum conhecimento sobre este período da História, e já com bastantes imprecisões resultantes dos vários pontos acrescentados por quem contou o conto.

Há muita polémica, até porque algumas tribos acham essa hipótese ultrajante, sobre uma teoria de que se teria praticado canibalismo neste local. Há algumas provas e vários cientistas defendem essa teoria, que permitiria por outro lado relacionar a cultura Chaco com as culturas indígenas do México, que praticavam canibalismo como forma de exercer o poder sobre os mais fracos e os vencidos.

A verdade, e isso é inquestionável, é que o Chaco Canyon era, durante o seu apogeu (séculos XI, XII), o centro nevrálgico da região, tendo-se identificado várias estradas que radiavam daqui.

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No visitor center apresenta-se uma maqueta das ruínas do Pueblo Bonito, a maior edificação do canyon.

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E aqui a reconstrução do que teria sido o Pueblo Bonito.

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As ruínas do Pueblo Bonito:

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Um dos vários Khivas do Pueblo Bonito, locais de culto dos nativos americanos.

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Os habitantes deste local deviam ser muito baixos, as portas não tinham sequer 1,5m de altura:

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É uma questão de tempo até mais umas rochas caírem sobre as ruínas:

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Outros “pueblos” do canyon:

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Também há vários petróglifos no Canyon, embora nos dias seguintes tenha visto uns mais nítidos e impressionantes.

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É uma visita agradável, mas sem uma ida ao visitor center não dá para ter uma ideia clara sobre o que foram estes Pueblos durante o seu apogeu, uma vez que as ruínas já estão em muito mau estado.

Por fim sobra o último mistério. Porque é que, a partir de meados do século XIII, a cultura Chaco desapareceu sem deixar rasto aparente. Mudanças climáticas podem explicar este desaparecimento, dependiam muito da agricultura e tinham um vasto sistema de canais de irrigação que com uma eventual redução da precipitação deixaram de poder produzir. Mas essa teoria não explica a desaparição da cultura Chaco como uma identidade centralizada, das quais derivaram várias tribos nativas. A razão da implosão, é ainda um mistério.

Parto rumo à civilização, não sem antes passar por uma das paisagens mais surreais da viagem. Antes disso, mais uns quilómetros na terra batida, alguns deles em que só mesmo um jipe passaria.

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Ah-Shi-Sle-Pah, sal cinzento no dialecto dos Navajo, é um local completamente perdido nas badlands do New Mexico. Se não tivesse tropeçado nestas fotografias no Google Earth não teria passado por aqui, e a verdade é que durante a hora em que lá estive mais ninguém passou por lá. Nunca me senti tão isolado nesta viagem como aqui. Mas vale muito a pena, umas dezenas de chaminés de fada, com uma terra cinzenta, e uma paisagem surreal.

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A longe o Chaco Canyon.

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Havia mais paisagens surreais semelhantes, mas exigiam uma larga distância a percorrer a pé, pelo que me fiquei por estes. Sigo de novo viagem, a caminho do local onde iria dormir, Grants.

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Grants localiza-se na Route 66, e aqui a estrada ainda existe, paralela à I-40 cheia de camiões. Deu para fazer uns 30 km na Route 66 original.

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Fiquei num Motel 6, que ao contrário dos reviews no Booking, não é assim tão mau. Quarto limpo e confortável.

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8 – Grants – Gallup 264 km

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Primeiro pensamento do dia, ir à janela confirmar que não me roubaram o carro. Grants, e toda esta região do New Mexico junto à I-40 é das zonas do país com maior número de furtos automóveis, e o Motel estava numa zona particularmente exposta. Felizmente, o carro estava lá, intacto.

Parto para o Pueblo de Acoma, na reserva homónima, que tem a particularidade de se localizar no alto de um butte. Faço mais alguns quilómetros na antiga Route 66.

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A vista para o território Acoma.

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Só se pode visitar o Pueblo em visita guiada, para a qual se pagam 32 USD, com permissão para fotografar incluída (cumprindo as regras de não fotografar os habitante e locais sagrados). Valem mais a pena estes 32 USD que os 25 que paguei em Taos, esta aldeia é maior e tem mais piada. A carrinha que leva os visitantes desde o visitor center até lá acima.

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Já lá em cima, após visitar a Igreja onde é proibido fotografar.

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Aqui as escadas são mais exuberantes. Estas permitem aceder ao Khiva.

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Outras imagens da vila, que pela sua posição tem umas belas vistas para as paisagens circundantes.

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Quem quiser pode voltar para o visitor center a pé, pelo antigo caminho de acesso à aldeia. O caminho é bastante íngreme e pouco seguro.

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Já cá em baixo, com pavimento mais firme.

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E de regresso ao visitor center.

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Volto a passar por Grants, onde passo por inúmeros motéis em ruína ao longo da antiga Route 66.

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E já a caminho de Gallup passo pelo Momumento Nacional de El Morro, o local que durante a época da colonização do Oeste do país era das poucas fontes de água fresca de que os viajantes se poderiam socorrer.

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Neste local há vários petróglifos, de várias épocas. Não apenas de nativos americanos, mas também de viajantes do século XIX, alguns deles que nunca chegariam ao seu destino, sendo mortos em emboscadas de bandidos ou de nativos. No visitor center à entrada é fornecido um guia explicativo de muitas das inscrições, que contava o que aconteceu aos seus autores após seguirem viagem.

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E chego a Gallup, uma das principais cidades do New Mexico, e atravessada pela Route 66.

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Tal como El Paso, o centro de Gallup é uma cidade quase fantasma, quase não se vê vivalma, apenas carros.

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Aqui cruzei-me com alguns viciados em Fentanyl, a maioria viviam em motéis decrépitos.

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Fiquei hospedado no magnífico Hotel El Rancho, que durante o apogeu dos filmes western albergou muitos dos actores que vinham para a região para gravações.

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Cada quarto tem o nome de um actor/actriz que se hospedou neste hotel.

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O ambiente no lobby é muito pitoresco, com pessoas a tocarem piano e música Country a tocar em fundo.

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Não consigo ver nenhuma foto no post de ontem. :(
 
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9 – Gallup – Monument Valley 342 km

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Após uma semana por percursos menos turísticos, inicio agora uma semana pelos lugares mais famosos da região. O primeiro é o Monument Valley, mas antes de lá chegar há outros pontos de interesse menos famosos pelo caminho.

O primeiro, já no estado do Arizona, é a cidade de Window Rock, capital da nação Navajo, que é a maior de todas as reservas nativas do país. Nesta cidade reúne o poder legislativo Navajo, e todos os órgãos governativos.

A Window Rock, é esta rocha, considerada sagrada pelos Navajo.

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Junto à rocha, e tal como acontece nas maior parte das capitais estaduais "típicas", o monumento ao soldado desconhecido. Junto a este, a homenagem aos Navajo code talkers, soldados Navajo que durante a segunda Guerra Mundial estabeleceram a comunicação em código dos soldados americanos, utilizando o dialecto Navajo, que nunca foi decifrado pelos adversários.

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Os edifícios do governo:

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E após mais uma hora em estradas de terra batida, chego ao primeiro canyon de grande dimensão da viagem, Canyon de Chelly (lê-se shay).

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Impressiona pela dimensão, que as fotos não conseguem traduzir na totalidade. Aqui, a vista mais impressionante, para a Spider Rock, uma coluna rochosa que se manteve no meio do canyon.

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Lá abaixo só é possível aceder em visitas organizadas e com quantidade de visitantes limitada.

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Após o Canyon de Chelly, vou a caminho de Monument Valley. A aproximação mais impressionante e conhecida é por Norte, mas eu guardo essas vistas para o dia seguinte e aproximo-me por Sul, onde também há algumas rochas peculiares.

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Na aproximação, num dia de muito vento, a poeira no ar vai crescendo conforme avança o dia e o vento vai-se intensificando cada vez mais.

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Após 10 minutos na fila para entrar em Monument Valley (relativamente barato, 8 USD, o parque é gerido pelos Navajo, logo o passe dos Parques Nacionais não permite a entrada), chego ao local de uma das mais famosas vistas do país.

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Pela primeira vez deparo-me com uma grande quantidade de turistas. Mas o espaço é enorme e excepção feita ao visitor center, mal se dá pela multidão.

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Desde o visitor center inicia-se um caminho circular com cerca de 25 km ao longo do Monument Valley, com vários pontos de paragem. A estrada é de terra batida e carros baixos têm alguma dificuldade em fazê-la. É possível fazer este percurso através de visita guiada, para quem não tem veículo apropriado, mas aconselho todos a fazerem com veículo próprio, ao vosso ritmo e a pararem onde e quando quiserem.

As fotos falam por si.

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Ao regresso, no visitor center, cada vez mais poeira levantada pelo vento.

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Depois de jantar num hotel já fora do parque (dentro do parque é caríssimo e, segundo os reviews, de pouca qualidade), dirijo-me ao AirBnB onde vou pernoitar, uma cabana com vista para o Monument Valley. Foi a noite mais cara da viagem (a localização paga-se) e nem sequer tinha duche (que com a poeira que apanhei neste dia teria dado muito jeito, no dia a seguir acordei com a almofada alaranjada…). Mas gostei muito do local, e repetiria se voltasse.

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