Bom e mau tempo sempre foi e sempre será subjetivo.
Se as condições meteorológicas forem perspetivadas numa ótica económica, ponto central da subsistência humana, também há grandes diferenças consoante o país. Nos países desenvolvidos, cuja economia assenta pouco na agricultura, a chuva tende a prejudicar mais já que há atrasos, acidentes na estrada, danos (daí o 'mau' tempo)... Já nos países em desenvolvimento, tendencialmente muito dependentes da agricultura, o clima monsonal e o mediterrâneo pode ser devastador. Mas tendem a ser chuvas existenciais e, como tal, a opinião será certamente outra.
Os atributos positivos que os meteoloucos dão ao 'mau' tempo também são paradoxais. Querem mau tempo - quanto mais severo melhor - próximo o suficiente para o experienciarem mas ao mesmo tempo longe o que baste para que as suas vidas não sejam diretamente afetadas. Como o mundo real não funciona assim haverá quem seja prejudicado. É assim tão de admirar que o 'mau' tempo não seja mais adorado?
É normal que as pessoas se habituem ao tempo calmo especialmente se não dependerem diretamente do mau humor da natureza. Enquanto houver água na torneira e comida no supermercado dificilmente haverá uma consciência generalizada da importância da chuva. Os continentais ficam admirados quando vêm aos Açores devido à verdura. Ficam espantados porque geralmente vêm no Verão quando os dias têm algum sol. Claro que ignoram completamente os inúmeros dias de nevoeiro e de humidade a 90% que são necessários à persistência dessa verdura. Paralelamente, muitos indígenas das ilhas de bruma (Açores) queixam-se da humidade e gostavam de ter um clima mais seco como o continente.
É impossível agradar a todos e tentar demover todo e qualquer indivíduo que discorde de nós é uma aventura destinada ao fracasso colossal. Ainda assim, há que tentar informar as pessoas o máximo possível.