Bom dia a todos. No interessante tópico dedicado a eventos históricos, foi abordada uma intensa trovoada que se abateu sobre a cidade do Porto em Agosto 1987. Uma recordação que ainda perdura na minha mente até hoje (e pelos vistos de outros membros deste forum que presenciaram aquele momento) foi o intenso cheiro a «queimado» que ficou após a passagem daquela trovoada, e que já aqui foi descrito por outro membro como sendo o cheiro do ozono. Em 24 anos já presenciei imensas trovoadas, tão ou mais intensas que aquela, mas nunca mais senti aquele forte cheiro como naquela noite, e que ainda hoje tenho bem presente. Gostava que me explicassem a origem daquele fenómeno, em que consiste exactamente, e porque razão é tão raro, visto em 24 anos não ter voltado a sentir nada parecido. Que condições são necessárias para que se produza aquele efeito atmosférico ?
Fui eu que indiquei o cheiro a ozono que essa recordada trovoada me fez sentir. Eis aqui a razão: Na essência, o ozono (O3) não é nada mais do que oxigénio (O2), com um átomo de oxigénio a mais. Possui uma carga eléctrica delta negativa e uma carga eléctrica delta positiva. A molécula de ozono é muito instável e tem um tempo de vida curto. Portanto, transforma-se rapidamente na sua forma original: (O2), O relâmpago produz óxido de nitrogénio durante as trovoadas. Estes químicos podem reagir com outros - oxigénio – (O2), em presença da luz solar e produzir ozono (O3). Uma vez que os relâmpagos ocorrem durante trovoadas, eis a razão porque durante estas mais fortes (de maior voltagem) podemos sentir o cheiro do ozono. É também por este motivo que o ar numa floresta tem um cheiro fresco depois de uma trovoada. No fundo, temos oxigénio (O2), que as descargas eléctricas, (mais luz solar) “redistribuem” os atómos, agrupando-os em 3 (O3), formado, assim ozono de uma forma efémera. Espero que te tire a dúvida Iceberg.
Interesante... Nessa altura não me lembro de qualquer cheiro em particular. Mas lembro-me de como começou o dia. Fui até à praia e o panorama era de um céu carregado de nuvens escuras, ambiente "escaldante" de raios e mais raios e trovões. Regressamos a terras interiores, claro! Ao longo do dia a chuva foi uma companheira quase constante mas com pouca atividade elétrica aqui no Vale do Sousa. Mas eis que pela noite o espetáculo começa. O espetáculo de raios era brutal, medonho. Não me lembro de qualquer trovão, lembro-me sim dos raios e da luz a vaguear no céu. Divino, espetacular, colossal. Inquestionavelmente tive o maior espetáculo luminoso da minha vida sem sair de casa. Mais de uma hora...lindo, lindo, lindo!