Bioluminescência em Portugal

belem

Cumulonimbus
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10 Out 2007
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Sintra/Carcavelos/Óbidos


E esta população que vivia numa pequena quinta de Carcavelos, encontra-se agora extinta. Onde existia é agora uma urbanização. Estas pequenas populações que persistem em traseiras e logradouros de zonas urbanas, seja em quintas ou jardins, são bastante vulneráveis. Existe uma enorme procura por terrenos em zonas urbanas. Muitas quintas antigas têm desaparecido.
Uma das reservas que faz parte da rede que criei (Lightalive) está em risco de deixar fazer parte do grupo, pois apesar das comunicações, os donos mandaram instalar várias luzes no jardim de forma exagerada, e de forma regular têm mandado retirar as folhas caídas no solo, evitando assim a formação de manta morta e húmus, compensando tal com adubo artificial. Tal levou a um empobrecimento do solo e uma perda enorme de humidade nas camadas superficiais. Uma linha de sebes foi parcialmente destruída. Com excesso de luz, falta de humidade e abrigo contra o sol e o vento, tanto os pirilampos como as suas presas, ficam com a sua vida dificultada e já passaram 2 anos que não se vêm pirilampos neste pequeno jardim que os donos quiseram que fizesse parte da rede de reservas Lightalive. Mais um ano sem avistamentos de adultos e será mais seguro considerarem-se localmente extintos e esta reserva deixará de fazer parte da rede.
As boas notícias são que mais reservas se vão juntar à rede Lightalive, desde regiões como Mafra, passando por Sintra (Monge, Peninha) , Lousada (Norte) e até ao Alentejo (tanto interior (Reguengos) como litoral (Rogil)).
Mais detalhes, serão apresentados dentro em breve, tanto sobre as reservas que ainda fazem parte da rede como as novas que se irão juntar a esta iniciativa.
 
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belem

Cumulonimbus
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Dia 16 de Fevereiro, esteve uma noite extraordinária para observar bioluminescência produzida por larvas de pirilampo aqui nos arredores de Óbidos.
Já há alguns anos que não observava tamanha quantidade. A temperatura esteve amena, a humidade bastante alta, e foi uma bela noite de sapos, cono por vezes se diz e várias luzes acendiam no chão quando eu passava.
Em situações de grande concentração de larvas, por vezes, observava-se o efeito da onda mexicana.
Desde então, fui sempre observando menos larvas, ainda que boas concentrações foram observadas de forma esporádica e localizada.

Ainda que com relevância de importância secundária para este tema também gostaria de mencionar o canto precoce das rãs verdes, que não me lembro de ouvir cantar tão cedo e mesmo até agora, com a descida de temperatura estão a fazer uma grande festa lá fora,. Por vezes ouvem-se também os ralos e as duas espécies de relas que ocorrem aqui (não tem sido assim tão raro ouvir relas e sapos parteiros nesta altura por aqui, mas já as rãs verdes...).
Quanto a aves, tenho ouvido ultimamente mais pica paus e tordos do que é normal, mas dada a distância das observações é difícil precisar as espécies.
Um número elevado de aves de rapina continua a ser observado, com destaque para o bufo-real (ontem).
 
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