Bioluminescência em Portugal



belem

Cumulonimbus
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Aqui pode-se ver a expansão de um fungo luminoso (a decompôr folhas caídas no solo).
Daqui uns tempos, poderá formar um tapete.
 
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Parte da Reserva Lightalve de Óbidos, está inserida na Rede Natura, e portante existe alguma continuidade de habitats, além desta reserva.

Este fungo luminoso foi fotografado a cerca de 150 metros da reserva em 2018 (aconselho a usar zoom):

70-D-17275-20180716-1024-4.jpg

Autor: Gonçalo Lemos

http://pirilampos-lightalive.blogspot.com/2020/10/
 
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7. Jardim da Capela de São Jerónimo, Lisboa

A capela de São Jerónimo, em Belém, está rodeada por um jardim da autoria de Gonçalo Ribeiro Telles. Foto: Google Maps


Desconhecia que tinha sido o GRT o autor deste espaço verde...

Foi neste mesmo espaço, que fiz esta investigação:

«Em apenas uma noite de Maio de 2001, foram contadas pelo menos, 155 fêmeas de Lamprohiza e pelo menos 310 machos de Luciola sp. num zambujal com cerca de somente 75 metros quadrados, que fica perto do Parque Florestal de Monsanto (mais concretamente no Restelo)

Neste zambujal, foram observadas as conchas de alguns caracóis (Theba pisana, Cornu aspersum, Rumina decollata, Otala lactea, entre outros).muitos acantos e heras e geologicamente, situa-se no complexo vulcânico de Lisboa.»...

«...No Bairro do Restelo, um zambujal antigo, com cerca de 75 metros quadrados, abrigava até 2008 (as observações iniciaram-se em 1997), Luciola sp e mais outras 3 espécies de pirilampos: Lamprohiza paulinoi, uma espécie ainda por identificar e hoje apenas tem sido observada uma espécie (Nyctophila reichii) e em densidades muito mais baixas do que no passado.
Terá sido esta a primeira prova documentada em Portugal, do desaparecimento de populações de pirilampos (mesmo dentro de espaços florestais).
Segundo o que o nosso projeto, conseguiu apurar, muito provavelmente foi a remoção excessiva de húmus florestal, assim como de plantas e troncos, que causou o desaparecimento destas populações.
Este caso, já foi apresentado aqui no blog (link)
Este ano já visitámos esta floresta, e pudemos confirmar, que a Câmara Municipal de Lisboa, fez realmente um bom trabalho, pois as condições do habitat melhoraram muito ao longo dos anos, as árvores estão saudáveis e isto sem qualquer custo extra de manutenção.
Uma espécie desconhecida, de diminutas dimensões e produtora de pequenos e rápidos «flashes» foi aqui observada na Primavera de 1997.
Seria a Lampyroidea quadrinotata quadrinotata, que é mencionada como presente em Portugal, pela Naturdata? Não sabemos ainda.»

https://pirilampos-lightalive.blogspot.com/2020/03/os-pirilampos-do-sul-da-estremadura.html

Mais aqui: https://pirilampos-lightalive.blogspot.com/search?q=sustentabilidade

O resultado da nossa investigação sugere que foi a remoção excessiva de húmus florestal (assim como da vegetação e troncos, que estavam presentes no solo) que causou a extinção de várias populações de pirilampos assim como a degradação da floresta local.

Interessante, que só hoje li o que o GRT, dizia a respeito desta temática (das ditas limpezas florestais):

GRT: «A limpeza da floresta é um mito. O que se limpa na floresta, a matéria orgânica? E o que se faz à matéria orgânica, deita-se fora, queima-se? Dantes era com essa matéria que se ia mantendo a agricultura em boas condições e melhorando a qualidade dos solos. E, ao mesmo tempo, era mantida a quantidade suficiente na mata para que houvesse uma maior capacidade de retenção da água.

Com a limpeza exaustiva transformámos a mata num espelho e a água corre mais velozmente e menos se retém na mata, portanto mais seco fica o ambiente.

V: Se as matas estivessem bem limpas ardiam na mesma?

GRT: Ardiam na mesma e a capacidade de retenção da água não se dava, passava a haver um sistema torrencial. A limpeza tem que ser entendida como uma operação agrícola. Mas esta floresta monocultural de resinosas e eucaliptos, limpa ou não limpa, não serve para mais nada senão para arder. Aquela floresta vive para não ter gente. Se houvesse lá mais gente aquilo não ardia assim.

https://visao.sapo.pt/atualidade/po...sta-tem-14-anos-mas-podia-ter-sido-dada-hoje/








 
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Pedro1993

Super Célula
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Como já tinha referido antes, com micélios frescos de Armillaria (que estejam a brilhar profusamente) é possível ler um livro com a sua luz:

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Muito bom, nunca tinha visto, uma coisa igual, é um verdadeiro fenómeno da natureza.
 

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Cumulonimbus
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Muito bom, nunca tinha visto, uma coisa igual, é um verdadeiro fenómeno da natureza.

Encontrar um exemplar de grandes dimensões e numa fase em que a luminescência é intensa, é realmente um golpe de sorte.
A maior parte dos que encontro ou são ainda pequenos, ou então não brilham assim muito.
Encontro mais vezes micélios pequenos e que brilham intensamente (como o de cima), do que micélios grandes que brilham pouco e ainda muito mais raro tem sido encontrar grandes exemplares a brihar intensamente, mas também não procuro assim tanto.
Mas existem certos locais e regiões, em que as possibilidades de encontrar exemplares mais exuberantes são um pouco maiores do que é normal.
 
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belem

Cumulonimbus
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Já começam a ser visíveis as oligoquetas luminosas.

Há dois dias, fui buscar um pouco de composto (durante a noite) e vi luzes a acender dentro do amontoado (com uma lanterna consegui perceber o que estava a produzir a luminescência)..

Encontrada no Vale do Guadiana, mesmo junto ao rio, na noite do último sábado (dia 19 de Dezembro).
Muita humidade (superior a 90%) e uma temperatura amena (cerca de 11-12ºc).
Fui apanhado de surpresa e só tinha comigo o tlm.

image-2020-12-21-T220211-216.png


Esta além de brilhar diretamente do corpo, esguichava também um fluído luminoso que se mantinha aceso por uns 25 segundos.
Visto pessoalmente, a luz é mais intensa do que esta foto dá a entender (depois quero ir ao mesmo local com a minha câmera).
Ainda encontrei mais umas tantas que acendiam por onde eu passava (ou perto) e naquela parte do vale, ocorrem exemplares de grandes dimensões.
 
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