Bioluminescência em Portugal

belem

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Mr. Neves

Cumulonimbus
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Boa noite, @belem . Este ano os nossos amigos estão de volta, já avistei uma fêmea adulta há 2 dias (emitia luz) durante a noite enquanto chovia bastante. Hoje encontrei esta larva:
mhRu1Z5.jpg

uJqpw1x.jpg
 

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Sempre tive curiosidade em tentar captar a luz de ramos e troncos luminosos (colonizados por Armillaria) com o tlm.
Estes exemplares são oriundos de perto de Óbidos (alguns já são o resultado do cultivo experimental em cativeiro que entretanto realizei).
Esta variedade cresce numa floresta saudável e luxuriante e assume sobretudo um papel decompositor.
Não é nada fácil e até mesmo com máquinas fotográficas razoáveis, exige alguma perícia e paciência.
Ontem, talvez devido a uma conjugação de vários fatores favoráveis e uma pinga extra de sorte lá consegui captar o fenómeno com o tlm:



image-2021-08-08-T182157-927-2.jpg


image-2021-08-08-T195556-232-3.jpg
 
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esta-4.jpg


A olho nu, e em condições totalmente escuras, a luminescência é mais intensa do que estas fotos levam a crer (talvez apenas uma ou outra foto esteja próxima da realidade, como a do «jacaré») e a côr da luz por vezes varia um pouco, mas é essencialmente uma mistura maravilhosa de verde com azul.
Estes pedaços de madeira, estão todos colonizados pelo mesmo exemplar de Armilaria e ainda não atingiram o auge luminoso pois a madeira ainda apresenta alguma rigidez estrutural (com o tempo este fungo consegue até degradar a lignina!).
 
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Pelo que tenho observado, pode levar algumas horas (cerca de 4 horas), após um ramo ser partido e começar a mostrar luminescência, mas a luz após ser ativada, pode-se estender por muitas horas (e pode ter muita intensidade mesmo após 24 horas):





Claro que a condição fundamental, é que o ramo esteja colonizado por um micélio ativo.

Há uns anos, o meu vizinho cortou algumas árvores e durante um passeio noturno, qual não foi o meu espanto, quando vários cepos, ramos e troncos, brilhavam na escuro!
Um espetáculo interessante de se observar e tal a intensidade de alguns exemplares, que se viam bem à distância , mesmo no meio da vegetação densa.
Parecia que alguém se tinha esquecido de apagar a fogueira, e que tinham ficado as brasas...
Sobretudo se o tempo estiver húmido, mas a perturbação direta da madeira, não é uma condição fundamental para a observação da luz, pois por vezes, a madeira é encontrada a brilhar, mesmo sem ser tocada.
 
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Entretanto, em conjunto com outros autores/autoras, publiquei isto: https://bioone.org/journals/annales...pterus/10.3161/00034541ANZ2021.71.3.005.short

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Quem quiser, aceder ao artigo completo (sem ser assinante), se quiser, envie-me uma pm (para já apenas posso partilhá-lo via mensagem privada ou email).
Posso adiantar que deverão ser necessários testes genéticos para distinguir Phosphaenopterus de Phosphaenus, tal como aliás já tinha mencionado há uns tempos, no meu blog.