"Especialista preconiza secas mais frequentes e intensas para a região
Verões mais quentes, acompanhados de secas mais frequentes e intensas, assim como Invernos e Outonos com menor precipitação, são algumas das projecções climáticas para o Sul de Portugal, sobretudo no Alentejo, para o final deste século, avança a Lusa.
Estas projecções regionais acerca do clima futuro foram hoje apresentadas por João Corte-Real, especialista do Centro de Geofísica da Universidade de Évora, durante uma conferência sobre as alterações climáticas e a gestão dos recursos hídricos no Alentejo.
Promovido pela Casa do Alentejo e a Revista Alentejo, em parceria com outras entidades, o encontro que hoje decorre nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, em Évora, termina sábado com uma visita à Barragem de Alqueva.
Em declarações à agência Lusa, à margem do evento, em que apresentou uma comunicação, o especialista do Centro de Geofísica de Évora explicou que as antevisões climáticas para o Alentejo, com base em modelos de clima numéricos e estatísticos, respeitam ao período 2071/2100.
«Estas sínteses estatísticas regionais sobre o clima, para terem algum valor, têm de abarcar 30 anos», frisou, reconhecendo que as projecções, pela sua natureza, são «rodeadas de incertezas», mas que as mudanças climáticas «são hoje já visíveis».
«O Sul do País, e principalmente o Alentejo, é já uma zona semi-árida. No passado, o intervalo de tempo entre secas extremas ou severas era da ordem dos dez anos, mas, mais recentemente, ronda os cinco anos», exemplificou.
De entre a série de alterações climáticas estimadas para o fim deste século, João Corte-Real realçou que o Sul do País, com especial incidência no Alentejo, poderá esperar um «aumento de temperaturas, tanto das mínimas como das máximas».
«Provavelmente vamos ter mais ondas de calor do que no passado e secas mais frequentes, longas e intensas. Ao mesmo tempo, esperam-se Outonos e Invernos com menor precipitação», referiu, explicando que os modelos de projecção, mesmo com diferentes valores das variáveis, «apontam qualitativamente para estes cenários».
Contudo, o catedrático da Universidade de Évora sublinhou à Lusa rejeitar «cenários catastróficos» para o futuro.
«Secas sempre tivemos e, por isso, não vamos ter fenómenos diferentes. Os extremos é que poderão ser mais intensos e frequentes», disse."
Portugal Diário
Verões mais quentes, acompanhados de secas mais frequentes e intensas, assim como Invernos e Outonos com menor precipitação, são algumas das projecções climáticas para o Sul de Portugal, sobretudo no Alentejo, para o final deste século, avança a Lusa.
Estas projecções regionais acerca do clima futuro foram hoje apresentadas por João Corte-Real, especialista do Centro de Geofísica da Universidade de Évora, durante uma conferência sobre as alterações climáticas e a gestão dos recursos hídricos no Alentejo.
Promovido pela Casa do Alentejo e a Revista Alentejo, em parceria com outras entidades, o encontro que hoje decorre nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, em Évora, termina sábado com uma visita à Barragem de Alqueva.
Em declarações à agência Lusa, à margem do evento, em que apresentou uma comunicação, o especialista do Centro de Geofísica de Évora explicou que as antevisões climáticas para o Alentejo, com base em modelos de clima numéricos e estatísticos, respeitam ao período 2071/2100.
«Estas sínteses estatísticas regionais sobre o clima, para terem algum valor, têm de abarcar 30 anos», frisou, reconhecendo que as projecções, pela sua natureza, são «rodeadas de incertezas», mas que as mudanças climáticas «são hoje já visíveis».
«O Sul do País, e principalmente o Alentejo, é já uma zona semi-árida. No passado, o intervalo de tempo entre secas extremas ou severas era da ordem dos dez anos, mas, mais recentemente, ronda os cinco anos», exemplificou.
De entre a série de alterações climáticas estimadas para o fim deste século, João Corte-Real realçou que o Sul do País, com especial incidência no Alentejo, poderá esperar um «aumento de temperaturas, tanto das mínimas como das máximas».
«Provavelmente vamos ter mais ondas de calor do que no passado e secas mais frequentes, longas e intensas. Ao mesmo tempo, esperam-se Outonos e Invernos com menor precipitação», referiu, explicando que os modelos de projecção, mesmo com diferentes valores das variáveis, «apontam qualitativamente para estes cenários».
Contudo, o catedrático da Universidade de Évora sublinhou à Lusa rejeitar «cenários catastróficos» para o futuro.
«Secas sempre tivemos e, por isso, não vamos ter fenómenos diferentes. Os extremos é que poderão ser mais intensos e frequentes», disse."
Portugal Diário