Aquecimento Global

joralentejano

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É de facto cíclico, secas sempre houve e sempre haverá, tal como cheias. No entanto, a questão é que as secas serão mais frequentes e prolongadas e de repente pode surgir um evento de precipitação extremo, causando milhões de prejuízos, mas não resolvendo a seca. Estas situações levam a um desequilíbrio climático que tem consequências graves a nível do ecossistema e também não é positivo para nós.
O período 2022-2023 foi exemplo disso com uma seca histórica durante grande parte do ano de 2022, em dezembro ocorreram cheias muito significativas em vários pontos do território e posteriormente em 2023 voltou um período bastante seco e prolongado, tendo sido um dos piores anos em termos de colheita de cereais no Alentejo, por exemplo.
O atual ano hidrológico está a ser melhor, mas nada nos garante que os próximos sejam iguais, daí não fazer sentido haver tantas críticas às restrições do uso de água no Algarve. Podem haver alívios, mas tornar o consumo de água livre não me parece uma boa ideia porque no final do verão a região vai voltar a estar com as reservas em mínimos e não é garantido que o novo ano hidrológico seja chuvoso.
 
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StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)

Março o Mais Quente a Nível Global​

2024-04-15 (IPMA)

O mês de março de 2024 foi considerado o mais quente já registado no Globo com uma temperatura média de 14.14°C, 0.73 °C acima do valor médio 1991-2020 (Fig. 1). Estima-se que o mês tenha sido cerca de 1.68°C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900. Este é o décimo mês consecutivo mais quente já registado para o respetivo mês do ano.

Europa


O valor médio da temperatura média do ar foi + 2.12°C acima do valor médio 1991-2020, sendo o 2º mais quente desde o inicio dos registos.

Março de 2024 registou temperaturas iguais ou superiores à média de 1991-2020 em quase toda a Europa As maiores anomalias ocorreram nas regiões central e oriental do continente. A Alemanha e os Países Baixos registaram o seu mês de março mais quente desde o início (1881 e 1901, respetivamente). No final do mês, muitos países mais a leste, incluindo a Croácia, Letónia e Moldávia, igualaram ou ultrapassaram os anteriores recordes nacionais de temperaturas elevadas.

Em relação à precipitação, em março, o tempo foi mais húmido do que a média, na maior parte da Europa Ocidental, com tempestades que provocaram fortes precipitações na Península Ibérica e no sul de França. Também foi mais húmido do que a média nas regiões da Escandinávia e do noroeste da Rússia. No resto da Europa foi predominantemente mais seco do que a média, destacando-se a Noruega com valores muito inferiores à média.

Boletim_Clima_marco_2024.jpg



 
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algarvio1980

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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)

El Niño acabou mas La Niña ainda pode surgir este ano​



Veremos se no próximo Outono com uma fase mais neutral, nem carne nem peixe se o Outono é porreiro. :D
 

GabKoost

Nimbostratus
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Entre BRG e GMR
...desequilíbrio climático...

Nunca na história humana, e muito menos na do planeta, existiu tal coisa de "equilíbrio climático".

O que existe é uma perceção antropocêntrica e egocêntrica de um período de tempo extremamente curto (desde a última glaciação) onde existe uma "aparente" estabilidade que, na realidade, tão pouco existiu face aos múltiplos períodos quente e frios que duraram décadas ou séculos desde então.

A única realidade objectiva sobre a nossa sociedade é que nunca antes houve tanta gente no mundo, nunca antes se produziu tanta comida em excesso (mal distribuída) , e nunca o número de fatalidades associadas a eventos climatéricos extremos (cujo sinal de frequência nem tem sido muito diferente do habitual) alguma vez esteve tão baixo.

Voltar aos tempos antigos? Não obrigado.

Progredir em direcção a modelos mais eficientes e limpos sem histeria? Sim obrigado.
 
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meteo

Cumulonimbus
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15 Fev 2008
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Nunca na história humana, e muito menos na do planeta, existiu tal coisa de "equilíbrio climático".

O que existe é uma perceção antropocêntrica e egocêntrica de um período de tempo extremamente curto (desde a última glaciação) onde existe uma "aparente" estabilidade que, na realidade, tão pouco existiu face aos múltiplos períodos quente e frios que duraram décadas ou séculos desde então.

A única realidade objectiva sobre a nossa sociedade é que nunca antes houve tanta gente no mundo, nunca antes se produziu tanta comida em excesso (mal distribuída) , e nunca o número de fatalidades associadas a eventos climatéricos extremos (cujo sinal de frequência nem tem sido muito diferente do habitual) alguma vez esteve tão baixo.

Voltar aos tempos antigos? Não obrigado.

Progredir em direcção a modelos mais eficientes e limpos sem histeria? Sim obrigado.
Os eventos extremos têm aumentado de frequência e de intensidade, assim o indica, quem estuda na área (Apesar de também haver alguns investigadores que indicam que é difícil ainda dizer de forma concreta, ou seja quantificar, porque ainda temos poucas décadas de dados). Mas a previsão é claramente de aumento de intensidade e frequência. QUando se fala de desequilibrio climático, é na vertente de nós estarmos a influenciar estas variações climáticas de forma significativa, e entrarmos num ponto de não retorno.

Relativamente aos períodos quentes e frios, é verdade, sempre houve. Até já houve períodos mais quentes que agora. O que os especialistas indicam é que nunca houve é um aquecimento tão rápido, num curto espaço de tempo (e influenciado por nós). Isto é factual, penso que podemos dizer isto de forma categórica. Não é a minha opinião.
 

meteo

Cumulonimbus
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Ainda sobre o desequilíbrio climático e a histeria: Que histeria é essa quando se fala que há desequilibrio climático, quando tal é factual? Um desequilíbrio acontece quando algo saí da normalidade. Não há desequilíbrio quando há aquecimento ou arrefecimento ao longo de séculos/milénios, porque tal sempre aconteceu. Agora quando há uma influência exterior (que somos nós), que acelera como nunca esse aquecimento (num curto espaço de tempo), porque não se pode falar em desequilibrio climático? Dizer algo factual é histeria? :D

Está provado que há muitos ecossistemas com muita dificuldade de adaptação a este aquecimento repentino. O aquecimento brusco (em rapidez, em aumento por década) que temos tido é inédito na história. Este desvalorizar constante da nossa influência com o argumento que sempre houve períodos de aquecimento e arrefecimento (ou que sempre houve eventos extremos) são curiosos. É que ninguém aqui ou na ciência climática alguma vez negou isso.
 

GabKoost

Nimbostratus
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Entre BRG e GMR
Os eventos extremos têm aumentado de frequência e de intensidade, assim o indica, quem estuda na área (Apesar de também haver alguns investigadores que indicam que é difícil ainda dizer de forma concreta, ou seja quantificar, porque ainda temos poucas décadas de dados). Mas a previsão é claramente de aumento de intensidade e frequência. QUando se fala de desequilibrio climático, é na vertente de nós estarmos a influenciar estas variações climáticas de forma significativa, e entrarmos num ponto de não retorno.

Relativamente aos períodos quentes e frios, é verdade, sempre houve. Até já houve períodos mais quentes que agora. O que os especialistas indicam é que nunca houve é um aquecimento tão rápido, num curto espaço de tempo (e influenciado por nós). Isto é factual, penso que podemos dizer isto de forma categórica. Não é a minha opinião.

Não há prova nenhuma do aumento de intensidade e frequência de eventos extremos. Isso é uma falácia propagandista que já vi desmontada por outros cientistas e até pode ser constatada em dados básicos:


O que existe sim, também por causa do histerismo climático, é uma tendência a denominar tempestades cada vez mais crescente quando no passado as mesmas não o teriam sido, ou dada a menor preocupação e comunicações menos desenvolvidas, passavam sem ser sinalizadas pela ciência global.

Hoje, porem, não há evento climático que não seja registado, nomeado e inserido nas bases de dados. Aliás, já li certos cientistas referir que os parâmetros que definem o que é um evento extremo e o que é que deve ser nomeado é altamente contestável e existe falta de consenso. Logo, quanto mais histerismo, mais tempestades.

E mesmo assim, o sinal actual não é diferente do de há uns 20 anos atrás.

Quanto ao facto da temperatura ter subido a uma velocidade recorde, mais uma vez, não temos forma de o saber. Os sinais que temos de períodos climáticos divergentes dentro da história "recente" não nos permite concluir o que aconteceu ano a ano, e nem sequer década a década com clareza. Dá-nos sim um sinal consistente ao longo de períodos mais alargados. Diz-nos que fomos de A para B em 300 anos mas não nos diz a que velocidades e ritmos tal aconteceu. Pode muito bem ter subido em flecha nos primeiros 50, descido um pouco nos próximos 10 anos, voltado a acelerar a ritmo recorde de seguindo e depois evoluindo muito mais linearmente. Se estivermos a falar de períodos de milhares de anos então, ainda muito menos temos capacidade de afirmar que hoje estamos a bater recordes.

O que existe hoje é um registo detalhado constante que nos permite chegar a estas conclusões sem contudo podermos afirmar com toda a certeza que eventos mais extremos tivessem acontecido no passado.

Da mesma forma, apesar de ser evidente que uma civilização como a nossa tem manifestamente que ter um impacto no ambiente, até que grau somos responsáveis é pura ficção. Novamente, temos claro um impacto. Mas considerar que somos o factor principal da mudança climática planetária depois de saber as variações monstruosas que já aconteceram desde que os Humanos andam na terra, e isso sem este ter qualquer papel em "emissões" e outras formas poluentes, é no mínimo incompreensível.

Usar termos absolutistas no que toca ás alterações climáticas colocando o Ser Humano no centro exclusivo das mesmas não só revela preguiça intelectual como gera uma perigosa política anti Humanista que tende a coagir as sociedades e criar potenciais problemas muito mais mortíferos que as alegadas alterações climáticas (que na realidade não tem sido responsáveis por mais mortes de origem climática que no passado).
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Usar termos absolutistas no que toca ás alterações climáticas colocando o Ser Humano no centro exclusivo das mesmas não só revela preguiça intelectual como gera uma perigosa política anti Humanista que tende a coagir as sociedades e criar potenciais problemas muito mais mortíferos que as alegadas alterações climáticas (que na realidade não tem sido responsáveis por mais mortes de origem climática que no passado).
Ridículo:
99% dos cientistas ligados a esta área da ciência têm, portanto, "preguiça intelectual".
"alegadas alterações climáticas (que na realidade não tem sido responsáveis por mais mortes de origem climática que no passado)", como se no "passado" (qual é o alcance temporal dessa palavra?) houvesse conhecimento meteorológico, de previsão, de prevenção, de socorro ao nível de hoje em dia; como se as condições de habitação, urbanização, protecção fossem as mesmas de hoje. Ou seja, essa frase pressupõe que a tecnologia em todas as áreas do saber da humanidade é igual à do "passado".
Experimenta atirar com essa frase às equipas de salvamento actuais, de protecção civil, de bombeiros, e verás o que te respondem.
E já agora, na próxima intempérie, quando estiveres em perigo de vida, não chames por ninguém, põe-te como se estivesses há séculos atrás, conta só com as ajudas que existiam nessas épocas, e boa sorte...
 

meteo

Cumulonimbus
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15 Fev 2008
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Oeiras
Ridículo:
99% dos cientistas ligados a esta área da ciência têm, portanto, "preguiça intelectual".
"alegadas alterações climáticas (que na realidade não tem sido responsáveis por mais mortes de origem climática que no passado)", como se no "passado" (qual é o alcance temporal dessa palavra?) houvesse conhecimento meteorológico, de previsão, de prevenção, de socorro ao nível de hoje em dia; como se as condições de habitação, urbanização, protecção fossem as mesmas de hoje. Ou seja, essa frase pressupõe que a tecnologia em todas as áreas do saber da humanidade é igual à do "passado".
Experimenta atirar com essa frase às equipas de salvamento actuais, de protecção civil, de bombeiros, e verás o que te respondem.
E já agora, na próxima intempérie, quando estiveres em perigo de vida, não chames por ninguém, põe-te como se estivesses há séculos atrás, conta só com as ajudas que existiam nessas épocas, e boa sorte...
Muito bem. É que o argumento do passado incompleto e de poucos dados para confirmar alguma coisa são referidos muitas vezes. Já ir buscar o facto ainda mais óbvio que no passado não haviam os cuidados com a vida humana e infrastruturas que há agora (e assim mortes evitadas no presente), para lidar com tempestades extremas, já não interessa referir.

E depois vêr algumas vezes escrito "as alegadas alterações climáticas", isto é negacionismo puro, mas muito bem escrito (Sempre com palavras bem colocadas e texto pomposo). Mas não deixa de ser negacionismo de algo factual. Já conheci um geólogo precisamente com estes argumentos. Nunca dizia diretamente que o homem tinha 0 influência no aquecimento global, mas todo o discurso ia por esse caminho.
 
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Davidmpb

Super Célula
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7 Jul 2014
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Portalegre( 600m)/ Fundão
Usar termos absolutistas no que toca ás alterações climáticas colocando o Ser Humano no centro exclusivo das mesmas não só revela preguiça intelectual como gera uma perigosa política anti Humanista que tende a coagir as sociedades e criar potenciais problemas muito mais mortíferos que as alegadas alterações climáticas (que na realidade não tem sido responsáveis por mais mortes de origem climática que no passado).
Não deixas de ter alguma razão... Mas não sou tão extremista ao ponto de afirmar que a humanidade não tem qualquer impacto no clima na terra nos dias de hoje porque tem, mas pode haver várias variantes que podem alterar o clima da Terra, como a atividade vulcânica, asteroides, o sol etc .
 
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