Olá a todos.
Deixo-vos uma noticia que saiu no Expresso de dia 26 de Julho.
Retirado de http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/380511
Deixo-vos uma noticia que saiu no Expresso de dia 26 de Julho.
"Com a meteorologia a ameaçar as Olimpíadas, as autoridades chinesas viram-se para uma solução pouco usual: bombardear as nuvens com mísseis.
É possível alterar os fenómenos meteorológicos? Os intentos realizados até hoje têm tido, com raras excepções, respostas pouco satisfatórias, mas na China acredita-se que isso pode estar a mudar. O Governo chinês tem em marcha o mais ambicioso programa de modificação das chuvas, com dois objectivos: gerar precipitações para mitigar os efeitos da seca que afecta algumas regiões do país e modificar as nuvens durante a realização dos Jogos Olímpicos, para impedir que chova durante as principais cerimónias e as provas ao ar livre.
É caso para dizer que em Pequim estalou a guerra... climática. A afirmação é muito mais que uma metáfora. As autoridades chinesas disponibilizaram um verdadeiro arsenal para o combate às incómodas nuvens: quase sete mil canhões, mais de quatro mil lança-mísseis, uma trintena de aviões, um supercomputador capaz de elaborar modelos de previsão meteorológica a cada hora, um satélite que detecta nuvens perigosas numa área de 44.000 km2 e mais de 30 mil "soldados" que colaboram com o programa. "Estamos a trabalhar num plano de contingência para casos de tempestades de chuva e outros fenómenos meteorológicos durante as cerimónias", garantiu à Reuters Wang Yubin, coordenador do serviço de meteorologia destacado para as Olimpíadas.
Até hoje, a modificação das chuvas tem passado, sobretudo, pela injecção de iodeto de prata nas nuvens, uma técnica já ensaiada em Portugal pelo Instituto de Estudos Ambientais e de Meteorologia (IEAM) da Universidade Lusófona e que se admite ter sido utilizada pelos soviéticos durante os Jogos Olímpicos de Moscovo.
"O iodeto de prata, à semelhança de outras substâncias que utilizamos, como o cloreto de cálcio, vai aglomerar as microgotas que se encontram dentro das nuvens, fazendo com que chova", explicou ao Expresso Joaquim Ortigão, director do IEAM. Mas não é precisamente o efeito oposto que se pretende? "O que os chineses pretendem é fazer o que os soviéticos já fizeram em 1980: provocar a chuva antes que as nuvens atinjam as zonas onde se realizam as provas."
O método não é novo, mas outra das estratégias preparadas pelos chineses promete ser mais surpreendente. Em caso de necessidade, as nuvens serão literalmente bombardeadas com uma substância conhecida como diatomácea - um mineral com grande poder de absorção muito abundante na China - para eliminar parte do seu vapor e tornar os céus limpos. No fundo, espera-se que a substância actue como uma espécie de esponja, "secando" as nuvens, algo que foi também já testado em Portugal pelo IEAM, mas utilizando outra substância, o pó de cortiça.
Os primeiros testes foram realizados o ano passado no interior da Mongólia, quando três aviões espalharam no céu quase três quilos de diatomácea para comprovar a eficácia do método. Os resultados não foram conhecidos, mas admite-se que a técnica só funciona em áreas muito reduzidas e com nuvens pouco espessas, ou seja, em situações de chuva ligeira e pouco abundante.
Ora, esse é um cenário pouco provável durante o próximo mês de Agosto, em plena monção chuvosa de Verão. Segundo as autoridades de Pequim, a probabilidade de chover durante a cerimónia de abertura dos Jogos é de quase 50%. Um dado que reforça as críticas dos mais cépticos: não teria sido mais simples (e muito mais barato) adiar simplesmente o início da competição?"
É possível alterar os fenómenos meteorológicos? Os intentos realizados até hoje têm tido, com raras excepções, respostas pouco satisfatórias, mas na China acredita-se que isso pode estar a mudar. O Governo chinês tem em marcha o mais ambicioso programa de modificação das chuvas, com dois objectivos: gerar precipitações para mitigar os efeitos da seca que afecta algumas regiões do país e modificar as nuvens durante a realização dos Jogos Olímpicos, para impedir que chova durante as principais cerimónias e as provas ao ar livre.
É caso para dizer que em Pequim estalou a guerra... climática. A afirmação é muito mais que uma metáfora. As autoridades chinesas disponibilizaram um verdadeiro arsenal para o combate às incómodas nuvens: quase sete mil canhões, mais de quatro mil lança-mísseis, uma trintena de aviões, um supercomputador capaz de elaborar modelos de previsão meteorológica a cada hora, um satélite que detecta nuvens perigosas numa área de 44.000 km2 e mais de 30 mil "soldados" que colaboram com o programa. "Estamos a trabalhar num plano de contingência para casos de tempestades de chuva e outros fenómenos meteorológicos durante as cerimónias", garantiu à Reuters Wang Yubin, coordenador do serviço de meteorologia destacado para as Olimpíadas.
Até hoje, a modificação das chuvas tem passado, sobretudo, pela injecção de iodeto de prata nas nuvens, uma técnica já ensaiada em Portugal pelo Instituto de Estudos Ambientais e de Meteorologia (IEAM) da Universidade Lusófona e que se admite ter sido utilizada pelos soviéticos durante os Jogos Olímpicos de Moscovo.
"O iodeto de prata, à semelhança de outras substâncias que utilizamos, como o cloreto de cálcio, vai aglomerar as microgotas que se encontram dentro das nuvens, fazendo com que chova", explicou ao Expresso Joaquim Ortigão, director do IEAM. Mas não é precisamente o efeito oposto que se pretende? "O que os chineses pretendem é fazer o que os soviéticos já fizeram em 1980: provocar a chuva antes que as nuvens atinjam as zonas onde se realizam as provas."
O método não é novo, mas outra das estratégias preparadas pelos chineses promete ser mais surpreendente. Em caso de necessidade, as nuvens serão literalmente bombardeadas com uma substância conhecida como diatomácea - um mineral com grande poder de absorção muito abundante na China - para eliminar parte do seu vapor e tornar os céus limpos. No fundo, espera-se que a substância actue como uma espécie de esponja, "secando" as nuvens, algo que foi também já testado em Portugal pelo IEAM, mas utilizando outra substância, o pó de cortiça.
Os primeiros testes foram realizados o ano passado no interior da Mongólia, quando três aviões espalharam no céu quase três quilos de diatomácea para comprovar a eficácia do método. Os resultados não foram conhecidos, mas admite-se que a técnica só funciona em áreas muito reduzidas e com nuvens pouco espessas, ou seja, em situações de chuva ligeira e pouco abundante.
Ora, esse é um cenário pouco provável durante o próximo mês de Agosto, em plena monção chuvosa de Verão. Segundo as autoridades de Pequim, a probabilidade de chover durante a cerimónia de abertura dos Jogos é de quase 50%. Um dado que reforça as críticas dos mais cépticos: não teria sido mais simples (e muito mais barato) adiar simplesmente o início da competição?"
Retirado de http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/380511