queda de um asa-delta com motor, na freguesia de Ansiães, concelho de Amarante, provocou ontem a morte a um luxemburguês e um violento incêndio que, ao final do dia, continuava por circunscrever. Segundo os dados dos bombeiros, o fogo mobilizava dois aviões, 104 homens e 27 viaturas, de várias corporações. Ainda não havia casas em perigo, mas a situação, admitiam, era "muito complicada".
Como explicou ao DN Eugénio Sampaio, chefe dos Bombeiros de Amarante, a chamada de alerta foi recebida às 10.39, dando conta da queda do aparelho, numa ravina, junto a um viveiro de trutas, em Ansiães.
Os bombeiros e a equipa médica foram de imediato para o terreno. O aparelho foi detectado pelo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que aterrou nas imediações, mas as dificuldades de acesso ao local do acidente obrigaram as equipas a andar cerca de uma hora a pé. Quando chegaram ao local, o homem que conduzia o asa-delta - e que segundo os bombeiros tinha 53 anos - estava já morto, porque batera com a cabeça nos rochedos. Ainda se tentou a reanimação, mas sem sucesso.
Para os bombeiros, no entanto, a ocorrência estava longe de ter terminado. Por volta das 12.45, o asa-delta explodiu, provocando um incêndio de grandes dimensões, com duas frentes.
Com "o vento muito forte", as chamas acabaram por galgar o IP4, passando para a zona das Lameiras, "num terreno de mato e carqueja". Às 18.30, o incêndio permanecia por circunscrever, deixando os bombeiros sem mãos a medir. "Aquilo está mesmo muito mau", comentava Eusébio Sampaio.
Também por circunscrever, à hora de fecho desta edição, estava o incêndio na zona de Vale da Galega, no concelho de Águeda, que deflagrou no sábado. Ao final da tarde de ontem, e de acordo com o Centro Distrital de Operações de Socorro de Aveiro, as operações no terreno estavam "a evoluir favoravelmente".
No entanto, permaneciam no local 145 bombeiros de 18 corporações, 28 viaturas e dois meios aéreos. A esta lista somava-se, ainda, a presença de seis viaturas e 30 homens da protecção civil municipal de Águeda. Ao final do dia, as chamas, que lavravam numa zona rural, já não ameaçavam casas, embora isso tenha chegado a acontecer.
Também ao fim da tarde, mas em Casmilo, no concelho de Condeixa-a-Nova, 14 viaturas e 55 bombeiros de cinco corporações combatiam ainda um incêndio florestal. Segundo o comando distrital de Coimbra, a situação era "mais calma", mas o fogo continuava não circunscrito.
DN