Li um artigo na revista
Astronomy de Julho de 2011, intitulado "
Water-rich Moon has complex origin".
Não vou citar o artigo completo porque tenho apenas acesso à sua versão impressa... Preguiça!
Mas cito o parágrafo introdutório e comento depois.
Almost forty years later, lunar rocks recovered by the Apollo 17 mission are throwing up surprises and threatening to turn the theory of how the Moon formed on its head.
O artigo relata como análise das amostras recolhidas pela dita missão, realizadas através da sonda NanoSIMS 50L, revelam existir água retida nos minerais de rochas lunares em quantidades cerca de 100 vezes superiores aos encontrados por anteriores análises.
Trata-se de água fisicamente retida nos minerais e não, portanto, de "humidade", seja na forma de água líquida ou água "higroscópica" - neste caso, moléculas de água quimicamente ligadas a minerais, de forma suficientemente forte para não ser possível a sua libertação por secagem em estufa. Trata-se, neste caso, de água "aprisionada" em pequeníssimas "bolhas" nos cristais de lava solidificada, após um período de intenso e explosivo vulcanismo.
Um aspecto interessante deste artigo é que afirma que esta descoberta põe em causa a teoria mais aceite actualmente acerca da formação do sistema Terra-Lua, a teoria do impacte de um objecto do tamanho de Marte com a Terra de cujos fragmentos, novamente congregados, se terá formado a Lua. Diz o artigo que tal impacte teria liquefeito praticamente todo o material, resultando em total desidratação.
Não deixa de acrescentar, contudo, que há hipóteses de explicação que podem conciliar a teoria com as observações, relacionadas com a energia do impacto ser, ou suficientemente pequena para que nem todo o material tivesse fundido, ou suficientemente grande para ter provocado a formação de um "escudo denso" de material silicioso que teria impedido a perda total da água...