É arrefecimento por transporte de massa de ar com origem no interior da PI? Tem de haver alguma justificação, alguém sabe responder?
Como disse no post atras, não é arefecimento nocturno praticamente com esse nevoeiro persistente instalado.
Como o exemplo que dei de Lisboa, uma massa totalmente saturada, onde está nevoeiro cerrado, está como que "isolada" do meio envolvente, devido à forte capacidade calorífica da água, por comparação com uma massa de ar seco.
Ou seja, depois de haver uma primeira noite de inversão térmica, com arrefecimento nocturno, e chegar a formar o nevoeiro, esse nevoeiro, se não dissipar, vai fazer com que o aquecimento diurno seja quase insignificante, assim como o arrefecimento nocturno da noite seguinte também. Eles estão lá, mas em muito menor escala. É como se metesses esse ar dentro dum balão fechado, quase isolado, mas com pequenas fugas.
E toda essa zona mantém muito as propriedades, e estando a atmosfera calma, anda por aí a "passear" lentamente.
É apenas isso!
Não tem nada a ver com ar das montanhas, com ser do centro da península, ou etc.
Apenas houve uma primeira noite em que arrefeceu, e depois "meteu-se esse ar frio da noite dentro duma cápsula quase fechada", que se vai aguentando nos níveis baixos, como que isolada.
Ainda sobre a história das inversões, aconselho a procurar na net "Camada Limite Planetária", que é complexo indo ao detalhe, mas o básico é entender o esquema do ciclo diurno da mesma, em tempo calmo e solarengo, e grande parte dessas dúvidas das inversões, níveis, etc, ficarão entendidas! Especialmente se se vir uma figura que o represente.
A A zona de Lisboa é muito vulnerável ao vento de leste. Provavelmente porque é a região do litoral que tem menos obstáculos montanhosos a leste, portanto a advecção do frio que se acumulou durante a noite no interior chega a Lisboa com maior facilidade.
Certo David, mas com a ressalva que fiz no post anterior, em que essa situação que referes é totalmente diferente se a massa de ar vier seca ou saturada, tipo nevoeiro.
Mesmo muito diferente, pois uma massa seca fria originada a Este chega a Lisboa muito menos fria, com diferenças de temperatura mínima brutais entre Lisboa e o outro lado do rio, como bem sabemos, e uma saturada com nevoeiro "conserva" o frio, e ao chegar a Lisboa mantém a temperatura semelhante dos 2 lados (como está hoje desde que chegou o nevoeiro).
Portanto, Lisboa é muito pouco propícia a inversões térmicas de jeito, há sempre brisas, e na verdade estes nevoeiros de radiação, chegam a Lisboa por advecção, e paradoxalmente, com a mesma massa de ar, frequentemente nestas situações está mais frio em Lisboa de dia com o nevoeiro, do que na madrugada desse próprio dia, com céu limpo, antes dele chegar!
PS: Moderadores podiam mandar esta conversa toda para o tópico apropriado, se tiverem paciência!
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Deixando de fugir ao tópico, gostei bastante de finalmente ver uma concordância bem razoável no GFS e ECMWF.
Ambos têm dado cenários muito bons, o GFS alguns de sonho, que rapidamente na RUN seguinte se desvanecem, mas agora sim, finalmente ambos mostram um cenário semelhante e coerente, com aquela posição do AA a NW de nós, bastante forte.
Que parece mais garantido, e injectará certamente algum frio razoável, se se mantiver uns bons dias.
O problema é que está pouco extenso e "fecha" a circulação ali quase no UK, nunca nos está a injectar ar vindo mesmo do ártico..
Mas já é um começo, vamos ver depois os detalhes.. Que o frio em Portugal vive literalmente de detalhes..