Aqui deixe-vos um artigo disponível no site ciberia sobre a influência da temperatura do mar na actividade dos furacões.
(julgo que abri o tópico no local correcto)
http://ciberia.aeiou.pt/?st=8493
Actividade dos furacões aumenta com aquecimento da superfície do mar
Equipa de investigadores norte-americanos quantifica pela primeira vez a relação entre a subida da temperatura da superfície do mar e o aumento na actividade dos furacões.
Segundo o estudo da Nature, realizado por cientistas do University College de Londres, uma subida de 0,5 graus Celsius na temperatura da superfície do mar corresponde a um aumento de cerca de 40 por cento na actividade dos furacões, entendida como combinação da sua força e frequência.
Os cientistas já sabiam que os furacões se formam sobre águas quentes, e que quanto maior é a temperatura à superfície do mar, maior é a energia sorvida pela tempestade para esta se formar ou ganhar força.
A investigação quantificou a força e frequência do furacão provenientes da subida da temperatura do mar, indicou Mark Saunders, perito em previsão climática no University College e principal autor do estudo.
Saunders encontrou conexões numéricas distintas entre as subidas e descidas da temperatura da água e a intensidade da temporada de furacões, o que ajuda a explicar por que razão os furacões foram muito piores nos últimos doze anos e até por que é que 2007 - com águas ligeiramente mais frescas do que o normal - foi uma excepção.
Embora tenha constatado que a actividade dos furacões é muito influenciada por mudanças nos padrões de circulação atmosférica, o investigador concentrou-se no efeito da temperatura do mar sobre as tempestades, sem se debruçar sobre as causas das flutuações de temperatura, para as quais acredita contribuírem as alterações climáticas.
A investigação centrou-se na temperatura da água numa banda de mar tropical que se estende da zona de Porto Rico e da costa norte da América do Sul para leste até perto da costa africana a partir de 1950 (uma região que produz cerca de 90 por cento dos furacões que desde esse ano atingiram os Estados Unidos) e estudou a actividade dos furacões desde 1965.
O estudo concluiu que o aquecimento local da superfície do mar foi responsável por cerca de 40 por cento do aumento da actividade dos furacões no Atlântico (relativa à média de 1950-2000) entre 1996 e 2005.
«Criámos um modelo estatístico baseado em duas variáveis ambientais - temperatura local da superfície do mar e campo de vento atmosférico - que reflectiram 75 a 80 por cento da variação na força e frequência dos furacões no Atlântico tropical entre 1965 e 2005», explicou Mark Saunders.
«Ao removermos do modelo a influência dos ventos fomos capazes de avaliar a contribuição da temperatura da superfície do mar e descobrimos que tem um grande efeito» - assinalou.
Por exemplo, em 2005 a temporada de furacões foi a mais activa de que há registo e a temperatura da água a mais elevada, tendo-se registado nesse ano 28 tempestades e 13 furacões, sete dos quais muito fortes.
Em contraste, em 1971, quando a temperatura da água foi a mais fresca, ocorreram 13 tempestades e seis furacões, um dos quais muito forte.
Na perspectiva deste cientista, importa que os modelos climáticos reproduzam a relação observada entre a actividade dos furacões e a temperatura da superfície do mar para se ter confiança na sua capacidade de projectar que efeitos terão futuras alterações climáticas na actividade dos furacões.
Com Lusa
JC, 2008/01/30
(julgo que abri o tópico no local correcto)
http://ciberia.aeiou.pt/?st=8493
Actividade dos furacões aumenta com aquecimento da superfície do mar
Equipa de investigadores norte-americanos quantifica pela primeira vez a relação entre a subida da temperatura da superfície do mar e o aumento na actividade dos furacões.
Segundo o estudo da Nature, realizado por cientistas do University College de Londres, uma subida de 0,5 graus Celsius na temperatura da superfície do mar corresponde a um aumento de cerca de 40 por cento na actividade dos furacões, entendida como combinação da sua força e frequência.
Os cientistas já sabiam que os furacões se formam sobre águas quentes, e que quanto maior é a temperatura à superfície do mar, maior é a energia sorvida pela tempestade para esta se formar ou ganhar força.
A investigação quantificou a força e frequência do furacão provenientes da subida da temperatura do mar, indicou Mark Saunders, perito em previsão climática no University College e principal autor do estudo.
Saunders encontrou conexões numéricas distintas entre as subidas e descidas da temperatura da água e a intensidade da temporada de furacões, o que ajuda a explicar por que razão os furacões foram muito piores nos últimos doze anos e até por que é que 2007 - com águas ligeiramente mais frescas do que o normal - foi uma excepção.
Embora tenha constatado que a actividade dos furacões é muito influenciada por mudanças nos padrões de circulação atmosférica, o investigador concentrou-se no efeito da temperatura do mar sobre as tempestades, sem se debruçar sobre as causas das flutuações de temperatura, para as quais acredita contribuírem as alterações climáticas.
A investigação centrou-se na temperatura da água numa banda de mar tropical que se estende da zona de Porto Rico e da costa norte da América do Sul para leste até perto da costa africana a partir de 1950 (uma região que produz cerca de 90 por cento dos furacões que desde esse ano atingiram os Estados Unidos) e estudou a actividade dos furacões desde 1965.
O estudo concluiu que o aquecimento local da superfície do mar foi responsável por cerca de 40 por cento do aumento da actividade dos furacões no Atlântico (relativa à média de 1950-2000) entre 1996 e 2005.
«Criámos um modelo estatístico baseado em duas variáveis ambientais - temperatura local da superfície do mar e campo de vento atmosférico - que reflectiram 75 a 80 por cento da variação na força e frequência dos furacões no Atlântico tropical entre 1965 e 2005», explicou Mark Saunders.
«Ao removermos do modelo a influência dos ventos fomos capazes de avaliar a contribuição da temperatura da superfície do mar e descobrimos que tem um grande efeito» - assinalou.
Por exemplo, em 2005 a temporada de furacões foi a mais activa de que há registo e a temperatura da água a mais elevada, tendo-se registado nesse ano 28 tempestades e 13 furacões, sete dos quais muito fortes.
Em contraste, em 1971, quando a temperatura da água foi a mais fresca, ocorreram 13 tempestades e seis furacões, um dos quais muito forte.
Na perspectiva deste cientista, importa que os modelos climáticos reproduzam a relação observada entre a actividade dos furacões e a temperatura da superfície do mar para se ter confiança na sua capacidade de projectar que efeitos terão futuras alterações climáticas na actividade dos furacões.
Com Lusa
JC, 2008/01/30