Águia Imperial

boneli

Nimbostratus
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A águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é uma espécie de águia endémica do sudoeste da Península Ibérica e norte de Marrocos. Até pouco tempo era considerada uma subespécie da águia-imperial-oriental (Aquila heliaca), porém os estudos do ADN de ambas as aves demonstraram que estavam suficientemente separados para cada uma constituir uma espécie válida. A águia-imperial-ibérica encontra-se actualmente em perigo de extinção.

É uma das rapinas mais raras do mundo. Numerosas acções de conservação têm permitido a sua recuperação passando de 100 casais em 1995 para 230 de 2007, estimando-se uma população Portuguesa de 2 a 5 casais.

Um estudo feito em 2012/2013 dá um novo alento a esta espécie que viu a sua populaçãoa duplicar desde 2007 em 400 casais em Espanha e 11 em Portugal.

http://www.noticiasaominuto.com/mun...ia-imperial-na-peninsula-iberica#.Ul3csPtdbIU


Achei pertinente abrir um tópico sobre esta ave que pouco se conhece e que de beleza e simbolismo tem muito.
 


belem

Cumulonimbus
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Aguila_imperial_iberica.jpg



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boneli

Nimbostratus
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Esta espécie desapareceu do nosso território em finais dos anos 70.
Segundo sei voltou a procriar no nosso território em 2002 e desde dai tem andando na corda bamba mas sempre com um crescimento lento, até aos 11 casais.

Aqui fica uma reportagem que encontrei já com alguns anos.

[ame="http://videos.sapo.pt/Glq7MCkNyEBVVOqtjNV3"]Ã￾guia-imperial reinstala-se em Portugal - SIC - SAPO Vídeos[/ame]
 

boneli

Nimbostratus
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12 Jan 2008
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Parece que há muita gente reticente relativamente ao projeto do Lince. É uma perda de tempo e que simplesmente não vai resultar no nosso território.

Pois bem, pego precisamente na águia imperial como um exemplo de uma espécie de rapina das mais raras do mundo e que continua desde 2003 em crescendo ocupando mais ou menos o território que o Lince irá ocupar numa fase inicial em Portugal. Um processo lento que se iniciou em 2003 com o primerio casal reprodutor. Juntamente com as autoridades espanholas, recuperação de terrório, colocação de ninhos, seguimento dos exemplares são algumas das açoes que continuam a ser feitas com resultados visíveis. de 0 indivíduos em 2000 pasamos para 26 em 2013.

Com o Lince não é possível porquê?

http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/patrinatur/especies/aves/ag-imp
 

frederico

Furacão
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9 Jan 2009
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O lince vai voltar a um território muito mais despovoado.

Não houve Revolução Industrial em Portugal nos séculos XVIII ou XIX. A fuga dos campos foi tardia e começou em massa durante o Estado Novo, via emigração e migrações internas.

Os solos do habitant do lince não são favoráveis a práticas agrícolas que motivem o crescimento de centros populacionais. São áreas essencialmente vocacionadas para a floresta e a cortiça é a sua maior riqueza.

O despovoamento do interior alentejano, da serra Algarvia ou da Beira Interior favorecerá muito o regresso de diversas espécies e o despovoamento humano tardio é natural e bem-vindo. Afinal estes processos já ocorreram noutros países há mais de um século, e deve-se ao fim de sociedades baseadas em práticas de subsistência que ainda ocorriam no país até anos recentes. Nos anos 80 ainda havia aldeias na serra algarvia onde a população conseguiu produzir quase tudo o que necessitava.

Contudo o Estado Central não se pode demitir da vigilância dos territórios despovoados:

- há roubos de cortiça e mutilação de árvores para roubar lenha, com corte ilegal de sobreiros e azinheiros;

- há roubos de castanhas, alfarrobas, azeitonas ou amêndoas;

- Há caça furtiva, incêndios criminosos, exploração ilegal de inertes.

A regeneração já está em marcha e conheço várias zonas da serra algarvia onde a regeneração de sobreiro, azinheira e medronheiro está a bom ritmo. Como os nichos com carvalhos são muito, muito raros, só a acção humana poderia ajudar à sua regeneração espalhando manualmente bolotas ou procedendo a reflorestações. Falo do carvalho-português e do carvalho-de-Monchique (que não é só de Monchique como se diz, e também ocorre nos concelhos de Odemira, São Brás de Alportes, Tavira e talvez Loulé). Não é necessário reflorestar com pinheiro-manso, como dizem alguns engenheiros... é mais barato espalhar bolotas e deixar a natureza fazer o resto. O povo diz que as árvores de maior porte nascem espontaneamente onde a natureza «quer». Para a regeneração prosseguir é sim importante limpar os solos de invasoras e de «matos». Mas sem lavrar, para não se contribuir para a disseminação da doença do sobreiro.

Com o despovoamento em marcha e sem interferir muito na regeneração natural dentro de algumas décadas poderíamos ter interessantes zonas florestais em várias regiões de Portugal com diversidade de vida selvagem.

Ontem falei com a filha do senhor que viu o último lobo da aldeia dos Cintados... foi há muitas décadas, perto da ribeira do Beliche... o povo que resta na aldeia diz isto: «se no nosso tempo não tivesse havido lavoura tínhamos agora uma fortuna em cortiça; no nosso tempo o sobreiro crescia e as copas cerravam, sem ninguém os semear; mas precisávamos de comer e de semear as terras, não podíamos esperar tanto tempo para os sobreiros se fazerem». Dizem ainda que o lobo se extinguiu porque a serra ficou toda semeada e o mato foi removido (Campanhas do Trigo...)