Durante o sismo de 9.0 no Japão, apesar da tragédia, o sistema de alerta precoce de sismos (Earthquake Early Warning System) funcionou bastante bem.
Este sistema que está a ser desenvolvido há muitos anos no Japão também está a ser implementado noutras regiões como a Califórnia e baseia-se na velocidade de propagação mais rápida das ondas sísmicas "P" (primárias) em relação às ondas "S" (secundárias) e às ondas de superfície, sendo estas últimas mais lentas mas as mais destrutivas. Não se trata portanto de uma previsão, mas da detecção de um sismo, não confundir com previsão onde infelizmente pouco vamos sabendo ou evoluindo.
Não sei se se recordam daquele vídeo num escritório que discutimos em tempos no fórum, do cão que se assustou antes de toda a gente onde pouco depois ocorreu o abalo, na altura especulámos e pelos cálculos que fiz que o que o cão sentiu foi a chegada das ondas P, que os humanos não detectaram.
Obviamente que não é um sistema perfeito, afinal quanto mais próximo do epicentro, menor o intervalo de tempo entre as ondas "P" e a "S", e quanto mais próximo, mais graves os estragos à partida. Ou seja, a utilidade do sistema é inversamente eficaz em relação ao riscos, quanto mais perto menos tempo, quanto mais longe mais tempo e menos estragos.
No sistema de alerta de tsunami podemos ter bastante tempo, dezenas de minutos ou horas, mas aqui falamos de segundos ou um minuto. Para uns mais próximos do epicentro de pouco servirá, mas para outros mais longe pode ser importante, sendo que quem recebe o aviso a um minuto é porque está bastante longe e o abalo provavelmente nem causa estragos.
Outro dos problemas serão os falsos alertas que um sistema automático deve acabar sempre por gerar e da confusão e alarme social que pode provocar na população.
O sistema obviamente baseia-se na velocidade com que algoritmos processam o mais rápidamente possível a informação de uma rede sísmica e a velocidade com que comunicam os dados em toda a rede, tem que ser tudo automatizado pois a avaliação/intervenção humana consumiria segundos preciosos que não podem ser perdidos em tal sistema.
A ideia destes sistemas é activar uma série de automatismos, que vão desde avisar forças de segurança e emergência, parar comboios de forma automática, "injectar" um aviso nas emissões de Televisão e Rádio, enviar um alerta para telemóveis (já abordado neste tópico do fórum) ou mesmo outras funcionalidades como por exemplo parar de forma automática elevadores no andar mais próximo, abrir portões de quartel de bombeiros, linhas de produção fabris delicadas, etc. Não é fácil imaginar imensas coisas que poderiam ser conectadas a isto.
No Japão foi este tipo de aviso que milhões de pessoas viram na TV, nalguns casos com um minuto de aviso antes da chegada do grande abalo:
Fiz umas contas muito por alto e estimei que num sismo forte a sudoeste do Cabo de São Vicente, por exemplo Lisboa talvez pudesse ter um aviso de meio minuto de antecedência, ou um pouco menos ou mais conforme a distância do epicentro claro.
Mas na Net não encontrei qualquer informação sobre investigação nesta área em Portugal. A nível de tsunamis tem havido progressos (ver este tópico do fórum) mas sobre isto não encontrei nada.
Alguém sabe de alguma nesta área em Portugal ? E o que acham, valeria a pena, ou poderia ser uma confusão devido aos falsos alarmes ?
Mais informações:
http://en.wikipedia.org/wiki/Earthquake_Early_Warning_(Japan)
http://www.jma.go.jp/jma/en/Activities/eew.html
http://www.elarms.org/
http://www.elarms.org/info/EWinBayArea.pdf
Este sistema que está a ser desenvolvido há muitos anos no Japão também está a ser implementado noutras regiões como a Califórnia e baseia-se na velocidade de propagação mais rápida das ondas sísmicas "P" (primárias) em relação às ondas "S" (secundárias) e às ondas de superfície, sendo estas últimas mais lentas mas as mais destrutivas. Não se trata portanto de uma previsão, mas da detecção de um sismo, não confundir com previsão onde infelizmente pouco vamos sabendo ou evoluindo.
Não sei se se recordam daquele vídeo num escritório que discutimos em tempos no fórum, do cão que se assustou antes de toda a gente onde pouco depois ocorreu o abalo, na altura especulámos e pelos cálculos que fiz que o que o cão sentiu foi a chegada das ondas P, que os humanos não detectaram.
Obviamente que não é um sistema perfeito, afinal quanto mais próximo do epicentro, menor o intervalo de tempo entre as ondas "P" e a "S", e quanto mais próximo, mais graves os estragos à partida. Ou seja, a utilidade do sistema é inversamente eficaz em relação ao riscos, quanto mais perto menos tempo, quanto mais longe mais tempo e menos estragos.
No sistema de alerta de tsunami podemos ter bastante tempo, dezenas de minutos ou horas, mas aqui falamos de segundos ou um minuto. Para uns mais próximos do epicentro de pouco servirá, mas para outros mais longe pode ser importante, sendo que quem recebe o aviso a um minuto é porque está bastante longe e o abalo provavelmente nem causa estragos.
Outro dos problemas serão os falsos alertas que um sistema automático deve acabar sempre por gerar e da confusão e alarme social que pode provocar na população.
O sistema obviamente baseia-se na velocidade com que algoritmos processam o mais rápidamente possível a informação de uma rede sísmica e a velocidade com que comunicam os dados em toda a rede, tem que ser tudo automatizado pois a avaliação/intervenção humana consumiria segundos preciosos que não podem ser perdidos em tal sistema.
A ideia destes sistemas é activar uma série de automatismos, que vão desde avisar forças de segurança e emergência, parar comboios de forma automática, "injectar" um aviso nas emissões de Televisão e Rádio, enviar um alerta para telemóveis (já abordado neste tópico do fórum) ou mesmo outras funcionalidades como por exemplo parar de forma automática elevadores no andar mais próximo, abrir portões de quartel de bombeiros, linhas de produção fabris delicadas, etc. Não é fácil imaginar imensas coisas que poderiam ser conectadas a isto.
No Japão foi este tipo de aviso que milhões de pessoas viram na TV, nalguns casos com um minuto de aviso antes da chegada do grande abalo:
Fiz umas contas muito por alto e estimei que num sismo forte a sudoeste do Cabo de São Vicente, por exemplo Lisboa talvez pudesse ter um aviso de meio minuto de antecedência, ou um pouco menos ou mais conforme a distância do epicentro claro.
Mas na Net não encontrei qualquer informação sobre investigação nesta área em Portugal. A nível de tsunamis tem havido progressos (ver este tópico do fórum) mas sobre isto não encontrei nada.
Alguém sabe de alguma nesta área em Portugal ? E o que acham, valeria a pena, ou poderia ser uma confusão devido aos falsos alarmes ?
Mais informações:
http://en.wikipedia.org/wiki/Earthquake_Early_Warning_(Japan)
http://www.jma.go.jp/jma/en/Activities/eew.html
http://www.elarms.org/
http://www.elarms.org/info/EWinBayArea.pdf
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