Aquecimento global: Maldivas procuram novo território

Gerofil

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21 Mar 2007
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As Maldivas já procuram um novo território para viver em caso de naufrágio

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O primeiro Presidente eleito democraticamente nas Maldivas, Mohamed Nasheed, inaugurou o seu mandato com uma medida inovadora. O país vai criar um fundo de poupança para comprar novas terras onde a população possa viver, caso o nível das águas acabe por engolir o paradisíaco arquipélago, anunciou ontem Nasheed ao diário "The Guardian".
O "seguro de vida" dos maldivanos, como lhe chamou Nasheed, irá ser pago com uma parte das receitas do turismo, a principal fonte de rendimentos do país.
Se as previsões mais pessimistas se cumprirem, os 300 mil habitantes poderão ter de abandonar definitivamente o seu território. É que as 1192 ilhas que compõem o arquipélago das Maldivas não estão a mais do que 2,4 metros acima do nível do mar e a maioria do território habitado está apenas a um metro de altitude. A capital, Malé, está a 90 centímetros do nível do mar e, só aqui, vivem 100 mil pessoas.
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU estima que o nível das águas suba até 59 centímetros até 2100. Mas outros estudos, como o relatório de 2006 do Instituto de Potsdam para a Investigação do Impacto Climático, apontam para uma subida até 1,40 metros, o que ditaria o fim das Maldivas.
A proposta de Nasheed já foi discutida com alguns países, que se mostraram "receptivos", segundo conta o novo Presidente ao Guardian. O Sri Lanka e a Índia são os destinos mais prováveis, devido às semelhanças culturais, mas o Norte da Austrália também é uma possibilidade. Nasheed explica que ninguém quer deixar as Maldivas, mas que pretende assegurar os direitos das próximas gerações, que poderão não resistir às consequências do aquecimento global.
Refugiados ambientais - O problema estende-se a outras 47 ilhas, apelidadas pelas Nações Unidas de SIDS (Small Islands Developping States). Na Papua-Nova Guiné, existe desde 2005 um plano de evacuação para uma ilha vizinha. As ilhas Marshall não têm capacidade financeira para proteger o depósito de lixo nuclear que os Estados Unidos criaram no país e que agora poderá ficar submerso. Na ilha de Bhola, no Bangladesh, 500 mil habitantes deslocaram-se para o interior quando a ilha foi inundada, em 1995, tornando-se talvez os primeiros refugiados ambientais do mundo. Um estatuto que irá proliferar, segundo as previsões.
Ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledónia ou Fiji são alguns dos territórios ameaçados com a subida das águas.
Outro é o Tuvalu, símbolo das vítimas do clima. O pequeno arquipélago de 11 mil habitantes poderá ser o primeiro país a desaparecer do planeta. Periodicamente, marés vivas de cerca de três metros de amplitude submergem parte do território, incluindo a pista do aeroporto. As constantes inundações comprometem também a incipiente agricultura do país, devido à salinização das terras.
A falta de água doce, a pesca excessiva e a poluição dos navios são outros problemas que também afectam estas ilhas, para além dos furacões e maremotos. "Nós não precisamos de novas investigações científicas sobre o fenómeno da subida das águas, nós já o vivemos", dizia já em 2005 o primeiro-ministro do Tuvalu, Saufatu Sopo'aga. A Nova Zelândia recebe 17 imigrantes deste país por ano e já se estudam propostas para uma deslocação em massa da população.
Os SIDS tentam apelar às nações desenvolvidas para uma redução das emissões de gases de estufa, a única forma de abrandar a subida das águas que é inevitável no futuro próximo. Na quinta-feira, reuniram-se em Singapura, para unificar as posições que tomarão em Dezembro, na cimeira sobre alterações climáticas da Polónia. Pedem que a crise financeira não relegue para segundo plano o futuro destes países, em risco de desaparecer do mapa.

Fonte: PÚBLICO
 


stormy

Super Célula
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lindissimo...é pena os pontos mais elevados das maldivas serem os prédios:D
quanto á subida do nivel médio das aguas não há nada a dizer já é factual agora é só esperar que não suba muito ( no max 0.5m) mas isso é muito dificil:sad::sad::sad:
 

Daniel Vilão

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Belíssima ilha. :w00t:
Parece algo surreal, uma obra do SimCity. :D
É pena que haja tanta urbanização que mais tarde ou mais cedo irá estragar tudo, se é que já não está a estragar.
Estou a imaginar as variações térmicas dentro dessa ilha - devem ser praticamente nulas - não há vales, encostas, acidentes de terreno, a altitude ronda 1 m, enfim, as diferenças que possam existir devem ser praticamente nulas, para além de que pelo facto de ser uma ilha as amplitudes térmicas devem ser mínimas.
 

Agreste

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Parece um dos fantasiados continentes na ilha da palmeira no dubai. De facto está em marcha a 1ª operação acerca dos refugiados ambientais. Já não são só os animais, os humanos também estão em fuga... :rolleyes:

Mesmo assim não sei se não seria mais barato comprar areia à arabia saudita e fazer como os holandes fizeram... :huh:
 

Mário Barros

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Bem é definitivamente uma cidade onde eu nao gostava de viver. Pois o futuro nao abona muito para o lado de cidades costeiras de baixa altitude.

Será que o futuro será mesmo como o pintam ?? cá para mim eles ainda vão estar melhor que nós em termos climáticos e geográficos.
 

Fabio_R_21

Cirrus
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Será que o futuro será mesmo como o pintam ?? cá para mim eles ainda vão estar melhor que nós em termos climáticos e geográficos.

Sinceramente... Não sei... Eu acho que algumas cidades vão ter alguns problemas com inundações, quer seja por subida médio das águas quer por mau planeamento e construção das cidades. Eu lembro-me duma aula de Climatologia do meu prof. ter dito que nao acreditava muito em 'Aquecimento Global' e era show off a mais dos média. Agora, e isto é opinião pessoal, acho poderá haver show off a mais, mas nao nos livramos de alguns problemas com 'agua a mais'.

Mas espera, melhor que nós, Portugal? :p