Árvores e Florestas de Portugal

MSantos

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3 Out 2007
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Passei o fim-de-semana na terrinha, na zona de Tábua, e foi este o resultado da colheita. Não trouxe mais porque não teria capacidade de conseguir semear mais, e mesmo assim esta quantidade já vai ser complicada. Mas oferta não faltava! Assim que puder coloco mais umas fotos.

Já retirei algumas que já estavam furadas, e meia-dúzia delas que já estavam a brotar: coloquei-as em algodão húmido no frigorífico (se este método não for indicado, avisem-me :p), espero conseguir colocá-las na terra hoje ou amanhã.

À esquerda: Carvalho-alvarinho (Quercus Robur)
À direita: Sobreiro (não sei a espécie)*

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*Este é o sobreiro onde estavam as bolotas caídas que apanhei, alguém consegue identificar a espécie?

0tV98O9.png

Boa iniciativa Duarte! :thumbsup:

Antes de as semeares faz o chamado teste da flutuabilidade, metes as bolotas num recipiente com água, as que flutuarem podes manda-las fora, não estão viáveis. As que passarem no teste podes mete-las no frigorífico ou imersas em água durante uns 2 dias para quebrar a dormência. Depois podes semear. :)

Quando as semeares coloca-as em vasos ou outros recipientes (um pacote de leite cortado serve, desde que lhe faças um buraco no fundo). Para as semeares coloca-as na posição horizontal, nunca coloques as bolotas na vertical. De seguida cobre-as com terra, coloca as bolotas a cerca de 1cm de profundidade.

Em alternativa podes semear diretamente no local definitivo no campo, muitas vão ser comidas por ratos ou outros animais, mas as que sobreviverem aos primeiros dois anos terão melhor probabilidade de se tornarem árvores do que plantar pequenas árvores.
 


Duarte Sousa

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8 Mar 2011
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Antes de as semeares faz o chamado teste da flutuabilidade, metes as bolotas num recipiente com água, as que flutuarem podes manda-las fora, não estão viáveis.

Ainda faltava isso, sim. Acabei de fazer e só descartei 8 :) Agora é começar a luta contra as larvas que me aparecem sempre nas bolotas...

As que passarem no teste podes mete-las no frigorífico ou imersas em água durante uns 2 dias para quebrar a dormência. Depois podes semear. :)

Quando as semeares coloca-as em vasos ou outros recipientes (um pacote de leite cortado serve, desde que lhe faças um buraco no fundo). Para as semeares coloca-as na posição horizontal, nunca coloques as bolotas na vertical. De seguida cobre-as com terra, coloca as bolotas a cerca de 1cm de profundidade.

Em alternativa podes semear diretamente no local definitivo no campo, muitas vão ser comidas por ratos ou outros animais, mas as que sobreviverem aos primeiros dois anos terão melhor probabilidade de se tornarem árvores do que plantar pequenas árvores.

Irei certamente colocar algumas no frigorífico, mas dada a quantidade, de certeza que não vão ser todas :p Quanto ao local, como não faço ideia do destino que lhes quero dar, irão para recipientes temporários :)
 

belem

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Oito obras icónicas que Gonçalo Ribeiro Telles nos deixou
11 nov, 2020 - 20:16 • Inês Rocha

Dos jardins da Gulbenkian ao espaço verde que rodeia o Castelo de São Jorge, passando pelos espaços verdes do icónico Bairro das Estacas, a obra de Gonçalo Ribeiro Telles deixou marcas na capital e na arquitetura portuguesa. Recorde algumas das obras do arquiteto paisagista que morreu esta quarta-feira.

Da vasta obra de Ribeiro Telles destaca-se o projeto dos jardins da Gulbenkian, em Lisboa Foto: João Pimentel Ferreira/Wikimedia

1. Jardins da Fundação Calouste Gulbenkian

Pormenor dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, acrescentado durante a reabilitação do jardim, iniciada em 2002. Gonçalo Ribeiro Telles concebeu os jardins em conjunto com o arquiteto António Viana Barreto, na década de 60 e foi também responsável pela reabilitação do espaço. Foto: Pedro Ribeiro Simões/Wikimedia


O anfiteatro ao ar livre é um dos elementos desenhados pelo arquiteto nos jardins da Gulbenkian, em Lisboa. Foto: Wikimedia

2. Jardins do Castelo de São Jorge, Lisboa

Ribeiro Telles e Pulido Garcia foram os responsáveis pela planificação dos jardins do Castelo de S. Jorge. Foto: François Philipp/Wikimedia


Jardim do castelo, de 1959, é um dos primeiros trabalhos de arquitetura paisagista feitos em Portugal. Foto: Wikimedia

3. Mata de Alvalade, Lisboa

O Parque José Gomes Ferreira, ou Mata de Alvalade como é vulgarmente conhecido, foi desenhado em 1951 por Ribeiro Telles. Foto: Câmara de Lisboa

4. Jardim Amália Rodrigues, Lisboa

Originalmente chamado Alto do Parque, este jardim foi projetado em1997 pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles. Foto: Wikimedia


Em 2000, foi renomeado para homenagear Amália Rodrigues. Foto: Câmara de Lisboa

5. Bairro das Estacas, Alvalade

O Bairro das Estacas, construído no início da década de 1950, rompeu com o modelo tradicional vigente no Estado Novo e tornou-se uma referência da arquitetura. Foto: Wikimedia


Foi projetado pelos arquitetos Ruy Jervis d’Athouguia e Sebastião Formosinho Sanchez. Gonçalo Ribeiro Telles encarregou-se do planeamento da via pública com espaços verdes. O projeto foi premiado tanto a nível local, com o Prémio Municipal de Arquitetura em 1954, como internacional, na Bienal de São Paulo em 1950. Foto: Wikimedia

6. Mata dos Medos, Almada

Em 1994, Gonçalo Ribeiro Telles projeta a Mata Nacional dos Medos, em Almada

7. Jardim da Capela de São Jerónimo, Lisboa

A capela de São Jerónimo, em Belém, está rodeada por um jardim da autoria de Gonçalo Ribeiro Telles. Foto: Google Maps

8. Corredor verde de Monsanto

Projetado nos anos 70 por Ribeiro Telles, o Corredor Verde de Monsanto, que liga o Parque Eduardo VII ao Parque Florestal de Monsanto por vias pedonais, apenas viu a luz do dia em 2012.





https://rr.sapo.pt/2020/11/11/pais/...lo-ribeiro-telles-nos-deixou/especial/214480/
 

belem

Cumulonimbus
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Gonçalo Ribeiro Telles. Ministro do Ambiente lamenta morte de "homem à frente do seu tempo"
11.11.2020
O arquiteto paisagista, que morreu hoje aos 98 anos, "deixa no seu legado coisas como as figuras de ordenamento do território que são a Reserva Ecológica Nacional e a Reserva Agrícola Nacional, que são dos anos 80, mas se mantêm atuais como peças essenciais de ordenamento a partir dos conceitos seminais de Ribeiro Telles"


O ministro do Ambiente e da Ação Climática lamentou esta quarta-feira a morte do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, salientando que foi "um homem à frente do seu tempo". "O arquiteto Ribeiro Telles pôs-nos todos a pensar. Foi um homem que deixou nas gerações seguintes preocupações ambientais, mostrando que não podem ser de segunda linha", disse João Pedro Matos Fernandes em declarações à agência Lusa.


O arquiteto paisagista, que morreu hoje aos 98 anos, "deixa no seu legado coisas como as figuras de ordenamento do território que são a Reserva Ecológica Nacional e a Reserva Agrícola Nacional, que são dos anos 80, mas se mantêm atuais como peças essenciais de ordenamento a partir dos conceitos seminais de Ribeiro Telles".

Os projetos de um arquiteto perduram no tempo, mas já não é tão habitual que instrumentos como as reservas agrícola e ecológica perdurem, referiu. "Para os sistemas terrestres, Ribeiro Telles só tem paralelo no que [o político e oceanógrafo] Mário Ruivo fez pelos oceanos", considerou.

Matos Fernandes recordou a lição que Ribeiro Telles costumava dar aos seus alunos sobre os jardins que projetou para a sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa: "Ele dizia que os jardins não precisam de ter caminhos, deve-se pôr relva por todo lado e depois são as pessoas que acabam por trilhar caminhos no seu percurso pelo jardim".

Ribeiro Telles foi também "um homem muito importante para a causa rural", salientou Matos Fernandes. "Lamento profundamente a sua perda", declarou.

Gonçalo Pereira Ribeiro Telles, figura pioneira da arquitetura paisagista em Portugal, morreu hoje à tarde, na sua casa, em Lisboa, aos 98 anos, disse à Lusa fonte próxima da família.

Nascido em 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles idealizou os chamados "corredores verdes" da capital e concebeu os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, em conjunto com o arquiteto António Viana Barreto.

O Governo decidiu hoje decretar um dia de luto nacional, na quinta-feira, pela morte do arquiteto paisagista e fundador do PPM (Partido Popular Monárquico), Gonçalo Ribeiro Telles, disse à agência Lusa fonte oficial do executivo.

https://expresso.pt/politica/2020-1...-lamenta-morte-de-homem-a-frente-do-seu-tempo
 

Thomar

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belem

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Parabéns, estão no bom caminho, esses castanheiros, assim se fazem uma árvores bem resilientes, pois nada melhor do que serem semeadas, logo no local definitivo.

Concordo perfeitamente.

Na reserva lightalive de Óbidos existem dois castanheiros e todos os anos, dão castanhas, mas são mais pequenas, do que as que vês na zona transmontana.
Ambos têm uma copa grande, sobretudo tendo em conta o tamanho do tronco.
Existem mais alguns castanheiros jovens a crescer na reserva, mas como estão um pouco longe dos dois exemplares principais, é provável que tenham sido semeados por alguém ou por algum animal (acidentalmente).
No terreno ao lado da Reserva, além de muitas outras árvores, existe uma nogueira que também é uma árvore que normalmente não se encontra nesta região (pelo menos atualmente).
Se calhar em outras eras, foram mais abundantes...

Em Sintra, tenho encontrado castanheiros, nogueiras e até aveleiras e parecem ser aqui mais abundantes, do que na maior parte das outras localidades da Estremadura.
Um sítio onde também existe um castinçal notável na Estremadura é na Serra de Montejunto (perto da Real Fábrica de Gelo e do Centro de Interpretação Ambiental).
 

belem

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É realmente curiosa a localização dessa mancha de carvalho-negral.
Provavelmente as condições edafoclimáticas locais, são favoráveis à ocorrência da espécie (mas sem nunca descurar a hipótese de que poderia ter tido uma distribuição mais alargada no passado) e por alguma razão não desapareceu nesse local.
Em Sintra, normalmente só tenho encontrado o carvalho-negral nas alturas da Peninha, onde em locais muito ventosos, são uns autênticos anões, (desenvolvendo-se antes para os lados e de forma retorcida), enquanto uns 150 metros ao lado (já dentro da floresta) alcançam dimensões significativas e configurações mais normais para a espécie.
 
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