Brava: Atividade sísmica anormal leva autoridades a preparar-se para eventual erupção vulcânica
02 de Agosto de 2016, 16:25
A ilha da Brava, situada a sul do arquipélago, vizinha à ilha do Fogo, regista desde segunda-feira "atividade sísmica anormal", estando as autoridades a preparar-se para o caso de acontecer uma eventual erupção vulcânica.
A informação foi avançada hoje à Rádio de Cabo Verde (RCV) pelo vereador pela área do Urbanismo e Proteção Civil da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, indicando que, por ordens da Proteção Civil, a Polícia Nacional (PN) já se encontra na localidade de Cova Joana a sensibilizar as cerca de 300 pessoas para a necessidade de uma eventual evacuação.
Francisco Tavares disse que em finais de Junho aconteceu atividade sísmica na ilha, que teve uma relativa acalmia, mas desde segunda-feira houve uma evolução da atividade "quase alarmante" na localidade de Cova de Joana.
"Tem acontecido registo de atividade sísmica anormal, não em amplitude, mas em frequência muito grande, em espaço de tempo muito curto", assegurou o autarca, salientando que há indicações que a atividade sísmica se assemelha àquela registada antes da erupção vulcânica na vizinha ilha do Fogo, em novembro de 2014.
"As autoridades já estão a preparar-se para o pior cenário, que seria erupção vulcânica na ilha da Brava", prosseguiu Francisco Tavares, para quem a Proteção Civil já está a tomar "medidas drásticas" no sentido de informar a população para estar em alerta em caso de agravamento da atividade sísmica na mais pequena ilha de Cabo Verde.
Além de Cova Joana, o vereador avançou que há outras localidades próximas que podem ser evacuadas, pelo que também estão em alerta, caso aconteça o pior.
Francisco Tavares aconselhou ainda as pessoas da localidade de Cova Joana a se refugiarem em casas de familiares mais próximos, mas informou que a Câmara tem espaços disponíveis em caso de necessidade, e poderá aproveitar as escolas, a paróquia, entre outras instituições locais.
"É preciso preparar para o pior e esperando que não aconteça", terminou o autarca da Brava, ilha situada mais a sul do arquipélago cabo-verdiano, com cerca de seis mil habitantes e que é caracterizada por ter muitas zonas montanhosas.
Entretanto, o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil de Cabo Verde, Arlindo Lima, encontra-se reunido com o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha.
Antes de entrar para a reunião, Arlindo Lima explicou que apesar de ser um fenómeno que se regista todos os dias, hoje "houve um agravamento da atividade sísmica na Brava" e recomendou à população para que tome precauções e que esteja em alerta para, no caso de acontecer o pior não se registarem vítimas.
Inforpress/Lusa/