Secretário de Estado admite que acordo climático global é “inalcançável” em Cancún
O principal desafio da conferência climática que começa na segunda-feira será reorientar os compromissos conseguidos em Copenhaga, havendo condições para avançar em algumas áreas, mas não é esperado um acordo global, considera o secretário de Estado do Ambiente. Humberto Rosa defendeu que “o principal desafio de Cancún é reorientar os compromissos positivos do acordo de Copenhaga [realizada em Dezembro do ano passado] no contexto da Convenção Quadro das Nações Unidas” para o Clima.
“Parece-nos que é inalcançável chegar a Cancún e fazer um acordo global, juridicamente vinculativo, um novo tratado climático. Tal como acontecia antes de Copenhaga, não está feito trabalho de casa suficiente para estarmos à beira de ter um tratado global”, especificou. Mas “creio que há condições para haver progressos significativos em algumas áreas”, como o financiamento, o compromisso de transferência de tecnologia ou a forma de abordar a desflorestação, frisou o secretário de Estado.
A Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas inicia-se na amanhã em Cancún, México, e reúne representantes de cerca de 200 países que vão tentar chegar a um acordo global sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o apoio à adaptação dos países em vias de desenvolvimento. Portugal vai ter na conferência uma delegação de técnicos aos quais se juntará depois a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, e o secretário de Estado do Ambiente, que participam na cimeira dos governantes.
Para Humberto Rosa, a conferência de Copenhaga “não é um insucesso tão grande como isso em certas ópticas, no sentido em que veio trazer algumas novidades relevantes, nomeadamente compromissos para todos”. Daquela reunião, resultaram “o que se chamam compromissos de financiamento rápido para as alterações climáticas, ou seja, verbas que os países desenvolvidos disponibilizam aos países em desenvolvimento mais carenciados no curto prazo, de 2010 a 2012”.
Em Cancún, “há um primeiro assunto que será uma demonstração de boa-fé e de boa vontade dos países desenvolvidos que é demonstrar como estamos a concretizar este nosso financiamento rápido”, realçou o governante. No quadro do compromisso da União Europeia (UE), de 2,4 mil milhões de euros até 2012, Portugal tem a sua parte de 12 milhões de euros assegurada.
Já foram concretizados protocolos de entendimento com Moçambique e Angola, mas estão em análise outros projectos de capacitação para as alterações climáticas, onde estará envolvido o Fundo Português de Carbono. O protocolo de Quioto vai vigorar até 2012 e os países procuram um acordo para o período seguinte.
Os EUA, um dos maiores emissores de gases com efeito de estufa, vão chegar a Cancún sem a sua legislação definida, mas “o mundo não pode ficar refém disso”, afirmou também o secretário de Estado.
PÚBLICO (Ecosfera)
O principal desafio da conferência climática que começa na segunda-feira será reorientar os compromissos conseguidos em Copenhaga, havendo condições para avançar em algumas áreas, mas não é esperado um acordo global, considera o secretário de Estado do Ambiente. Humberto Rosa defendeu que “o principal desafio de Cancún é reorientar os compromissos positivos do acordo de Copenhaga [realizada em Dezembro do ano passado] no contexto da Convenção Quadro das Nações Unidas” para o Clima.
“Parece-nos que é inalcançável chegar a Cancún e fazer um acordo global, juridicamente vinculativo, um novo tratado climático. Tal como acontecia antes de Copenhaga, não está feito trabalho de casa suficiente para estarmos à beira de ter um tratado global”, especificou. Mas “creio que há condições para haver progressos significativos em algumas áreas”, como o financiamento, o compromisso de transferência de tecnologia ou a forma de abordar a desflorestação, frisou o secretário de Estado.
A Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas inicia-se na amanhã em Cancún, México, e reúne representantes de cerca de 200 países que vão tentar chegar a um acordo global sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o apoio à adaptação dos países em vias de desenvolvimento. Portugal vai ter na conferência uma delegação de técnicos aos quais se juntará depois a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, e o secretário de Estado do Ambiente, que participam na cimeira dos governantes.
Para Humberto Rosa, a conferência de Copenhaga “não é um insucesso tão grande como isso em certas ópticas, no sentido em que veio trazer algumas novidades relevantes, nomeadamente compromissos para todos”. Daquela reunião, resultaram “o que se chamam compromissos de financiamento rápido para as alterações climáticas, ou seja, verbas que os países desenvolvidos disponibilizam aos países em desenvolvimento mais carenciados no curto prazo, de 2010 a 2012”.
Em Cancún, “há um primeiro assunto que será uma demonstração de boa-fé e de boa vontade dos países desenvolvidos que é demonstrar como estamos a concretizar este nosso financiamento rápido”, realçou o governante. No quadro do compromisso da União Europeia (UE), de 2,4 mil milhões de euros até 2012, Portugal tem a sua parte de 12 milhões de euros assegurada.
Já foram concretizados protocolos de entendimento com Moçambique e Angola, mas estão em análise outros projectos de capacitação para as alterações climáticas, onde estará envolvido o Fundo Português de Carbono. O protocolo de Quioto vai vigorar até 2012 e os países procuram um acordo para o período seguinte.
Os EUA, um dos maiores emissores de gases com efeito de estufa, vão chegar a Cancún sem a sua legislação definida, mas “o mundo não pode ficar refém disso”, afirmou também o secretário de Estado.
PÚBLICO (Ecosfera)