Deflorestação pode ser positiva para o clima j. paulo coutinho Abate de árvores pode ajudar a controlar emissões em algumas zonas Ao contrário do que se poderia pensar, o abate de árvores em algumas zonas do Mundo pode ter um impacto benéfico no combate ao sobreaquecimento global, defende um estudo norte-americano do Laboratório Nacional Lawrence Livermore. A deflorestação leva à libertação de dióxido de carbono - principal gás com efeito estufa -, que aumenta o aquecimento global; nas partes mais frias da Terra, como a Sibéria ou o Canadá, as árvores acabam por ser prejudiciais, ao absorverem as radiações solares. O abate controlado e consequente substituição pos pastos e arbustos pode contribuir para inverter o aquecimento global.Opinião diferente é defendida por Dennis Meadows, cientista norte-americano autor do livro "Os limites do crescimento", que acredita já ser tarde demais para evitar as alterações climatéricas que se prevêem para os próximos 50 anos. O "colapso total do planeta", como refere, é reflexo do contínuo período de consumo e desenvolimento sem limites. "Esta crise sem precedentes levará o planeta à implantação de uma nova ordem social e uma nova maneira de viver", afirmou. O especialista assegura que a solução passaria por actos tão simples quanto produzir alimentos com menos água, ou evitar o uso excessivo de veículos motorizados. Ontem, foi também conhecido o resultado das investigações de um grupo de trabalho das Nações Unidas sobre o clima, que concluiu que as diferenças entre o Norte e o Sul da Europa vão aumentar. O Norte vai ter mais chuva e produção agrária, ao passo que a Sul a população vai enfrentar uma temperatura mais seca, mais ondas de calor e incêndios. O grupo, coordenado pelo espanhol José Manuel Moreno, relembrou a onda de calor de 2003, que causou 35 mil mortes no Verão desse ano. Uma onda de calor "sem precedentes" que não teria acontecido em "condições normais", assegura. NN www.jn.pt