Boas. A fronteira das placas Euroasiática e Africana passa pelos Açores, inclusive em vários modelos que encontrei, passa mesmo por baixo da cidade em que habito (Ponta Delgada - Ilha de S.Miguel). Tive a ler e o movimento destas duas placas é considerado ultra lento a comparar com outras zonas, mas mesmo assim é capaz de deixar algumas marcas visíveis do movimento ao longo de décadas, séculos. Sabem dizer se o movimento destas placas em S.Miguel pode deixar marcas? E como identificá-las? Exemplo. Falha de S. Andrea (EUA)
Não percebo grande coisa do assunto mas provavelmente quanto mais lento é o movimento menos sinais serão visíveis à superfície, sendo o movimento ultra lento como disseste provavelmente não encontras grandes sinais dessa deslocação, mas posso estar redondamente enganado, esperamos por mais opiniões.
Finalmente encontrei a imagem que explica bem o movimento das placas nos Açores. Não sei até onde o Rift da Terceira se extende, mas falam em 3mm/a ou 5mm/a e a comparar com a movimentação de outras zonas, ex: 40/60 mm/a na falha de St Andreas, é considerado ultra lento. Mas se num certo local a movimentação da junção das placas fosse uns estáveis 3mm/a, ao fim de 100 anos, teria um movimento de 30 cm..não seria possível verificar visualmente esse impacto numa estrutura? O que não falta por exemplo nos Açores são muros de pedra centenários, o problema é que os muros em si, não são muito direitos. Tambem não percebo muito do assunto e a informação sobre este assunto na internet é praticamente nula.
Nula? Só para teres uma ideia .... Morpho-tectonic analysis of the Azores Volcanic Plateau from a new bathymetric compilation of the area Active tectonics and first paleoseismological results in Faial, Pico and S. Jorge islands (Azores, Portugal) Analysis of geometry of volcanoes and faults in Terceira Island (Azores): Evidence for reactivation tectonics at the EUR/AFR plate boundary in the Azores triple junction Closure of the Africa-Eurasia-North America plate motion circuit and tctonics of the Gloria Fault
Isso são tudo boas infos Mas falei na falta de informação sobre como localizar visualmente a fronteira entre duas placas tectónicas. Talvez num dos cortes da construção recente da via rápida Sul PDL-Vila Franca seja possível verificar. Seja como for a minha ideia é construir um "creepmeter" para registar o movimento das placas. Chamam-se "creep events" quando a placa se desloca, por vezes alguns mm´s numas horas e depois abranda o movimento, no total o movimento pode durar durante umas semanas..estes eventos tambem são chamados como "sismos lentos". Ao colocar um "creepmeter" entre as duas placas num certo ângulo é possível registar esses eventos e fazer um cálculo anual. Mas para saber se consigo arranjar uma localização para instalar um instrumento desses, preciso de saber onde é a fronteira das placas.
Este é daqueles temas quentes para os geólogos dos Açores. Existem uns quantos modelos, uns semelhantes, outros que até colocam uma microplaca de Marrocos à mistura. O limite inferior da dita microplaca açoriana, que a delimita da africana/núbia, é algo complicado de se definir.