Energia Geotérmica em Portugal

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Grupo EDA vai executar 8 poços geotérmicos a 50 mil euros por dia no espaço de um ano e meio

O grupo EDA revela na sua revista oficial de Janeiro que vai investir 115 milhões de euros, no período de 2019-2023, que incluem projectos para aproveitamentos de recursos renováveis, a promover pela EDA Renováveis, nas ilhas das Flores, Santa Maria, Corvo, Terceira e São Miguel, além de projectos para instalação de baterias, a promover directamente pela EDA, abrangendo as funções de armazenamento de energia e de regulação da rede, previstos para as ilhas de Santa Maria, Terceira e São Miguel.
Este investimento inclui uma campanha de perfuração, ao nível do aproveitamento geotérmico, contemplando seis poços em São Miguel e 3 poços na Terceira para “reforçar a captação” de fluído geotérmico e permitir o desenvolvimento de três projectos de investimento.
Um dos projectos é saturar a potência instalada na Central Geotérmica da Ribeira Grande (13MegaWatts); o segundo projecto é expandir a capacidade de geração da Central Geotérmica do Pico Vermelho, passando dos actuais 10 para 15 MegaWatts; e o terceiro projecto é saturar a potência instalada na Central Geotérmica do Pico Alto e, caso se, verifique excedente de fluido geotérmico, possibilitar a expansão da capacidade de geração da central passando dos actuais 3,5 para 10 MegaWatts.

Executar 12 poços
Geotérmicos em ano e meio

Na ilha de São Miguel serão executados os poços CL8, CL9 e CL10 no sector Cachaços-Lombadas, para disponibilizar fluido geotérmico adicional tendo em vista saturar a potência instalada e permitir uma maior flexibilização na operação da Central Geotérmica da Ribeira Grande. Estes poços irão prospectar uma nova zona de reservatório, para Este do poço CL3. Assim, segundo a EDA Renováveis, para “minimizar o risco do investimento” a execução dos poços CL9 e CL10, com perfil direccional, está dependente dos resultados do poço CL8.
Quanto ao sector do Pico Vermelho, a expansão da central de 10 para 15 MegaWatts, compreenderá a execução dos poços PV12, PV13 e PV14, seguida da instalação de um segundo grupo gerador, provavelmente de 5 MegaWatts.
Na ilha Terceira, serão executados os poços PA5, PA6 e PA7, que irão prospectar uma nova zona do reservatório, a Norte dos poços PA3 e PA4. Os novos poços visam, por um lado, saturar a potência da central e garantir a sua sustentabilidade a médio-longo prazo e, por outro lado, suportar a expansão da potência da Central Geotérmica do Pico Alto, caso os novos poços revelem excedente de fluido geotérmico.
O ano em curso será dedicado à contratação pública internacional dos serviços de perfuração, assim como dos diversos outros serviços, materiais e equipamentos necessários à execução dos poços e cujos processos de concurso e prazos de entrega poderão ascender, no total, a 16 meses. Para além disso, será iniciada a construção das plataformar dos poços, e respectivos acessos, assim como serão construídos os sistemas de adução de água e essas mesmas plataformas, “elemento fundamental de apoio à perfuração”.
Assim, a EDA prevê o arranque das actividades de perfuração durante o primeiro semestre de 2020. A campanha será iniciada na Terceira, estimando-se a execução dos três poços em cerca de seis meses, após os quais a sonda de perfuração será mobilizada para a ilha de São Miguel, para a execução dos cinco poços previstos para o campo geotérmico da Ribeira Grande, com uma duração estimada de cerca de 8 meses.
A campanha de perfuração, segundo a EDA, terá, assim, uma duração total próxima de ano e meio, sendo caracterizada por trabalhos que decorrem ininterruptamente 24horas/dia, envolvendo equipas internacionais e multidisciplinares, e por custos globais “muito elevados”, de cerca de 50 mil euros por dia, “pelo que este será um período muito exigente e intenso na vida da equipa técnica que ficará alocada à obra”.
Durante as actividades de perfuração, a EDA Renováveis “será responsável pela gestão e direcção de obra, coordenando os serviços e a logística associada ao desenvolvimento dos trabalhos, com destaque para a gestão dos vários consultores internacionais presentes em obra e para a organização diária dos vários fornecimentos de equipamentos, materiais e recursos necessários à perfuração dos poços”.
Durante as fases de perfuração e de ensaios de produtividade, segundo a EDA, “será garantida a gestão dos vários programas de monitorização ambiental que decorrem durante os trabalhos, incluindo os recursos hídricos, a sismovulcânica, a ecologia e os solos”.

Com a completa realização do “ambicioso” programa e investimentos, previsto pelo Grupo EDA para o período de 2019-2023, “contemplando os aproveitamentos de energias renováveis e a instalação de sistema de armazenamento por baterias, estima-se que a contribuição da produção renovável poderá aumentar significativamente dos actuais 38% para cerca de 55%”.

fonte:
http://correiodosacores.pt/NewsDeta...27U08qWCyHEClgxEaR-2tThMvuRJ_rgNBY8Du8CLH6b8A
 
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Nimbostratus
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Passei no dia 30 na Ribeira Grande (São Miguel - Açores), onde via-se um grande nuvem de vapor junto à Central Geotérmica Pico Vermelho. Não é raro ver pequenas "fumarolas" de vapor na encosta norte da Lagoa do Fogo derivada da exploração da energia geotérmica, a própria central de vez em quando tem uns períodos de maior libertação de vapor (nuvem semelhante a esta).
A origem desta nuvem está num furo geotérmico muito próximo da Central Geotérmica do Pico Vermelho, e ao contrário da libertações de vapor que vi na Central, esta fazia um barulho ensurdecedor..
À uns anos atrás num outro furo junto de moradias da freguesia de Santa Bárbara (Ribeira Grande) queixaram-se de um barulho muito semelhante (RTP Açores tem algures uma reportagem sobre isto)..
Não faço ideia que fase da perfuração de um furo geotérmico ocorre esta libertação intensa de vapor, mas acredito que seja normal.

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Ao longe
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Perto
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