Explosão em Pedreira, Sesimbra

Serrano

Cumulonimbus
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9 Nov 2005
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Eu estou no Barreiro e também ouvi bem a explosão. Até fui à varanda olhar para a Siderurgia Nacional, pensando que fosse lá, mas, passado pouco tempo, disseram-me que tinha sido para os lados de Sesimbra.
 


jonekko

Cumulus
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27 Mar 2013
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Acabei de falar com um colega meu que mora em Santana, muito perto da origem da explosão. Ele diz que tem as ombreiras das portas danificadas bem como alguns vidros danificados.
 

StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Bem pessoal... Eu sei que hoje é dia 1 de Abril mas isto parece inacreditável. Escusava mesmo de ser dia 1 porque isto aconteceu mesmo!

Eu estive na rua e por volta das 22:05 vi uma estrela cadente que desfez-se a meio... achei especialmente bonito porque nunca tinha visto um tão próximo.

O que foi impressionante foi que 20 minutos depois ouvi um estrondo bastante profundo como um trovão mas muito mais profundo. Já confirmei com familiares na margem Sul e também ouviram.

Alguém de zonas mais distantes ouviu também?

Também foi ouvido e sentido aqui em Carcavelos, pouco intenso, os vidros vibraram, mas não fiz caso (estava a dormir) pois por vezes a passagem de um camião num buraco aqui da rua ou o fechar violento de uma porta produzem o mesmo efeito. As linhas rectas que ligam estes dois locais às pedreiras de Sesimbra estão desimpedidas de obstáculos, daí a propagação fácil do som e onda de choque. A estrela cadente não está correlacionada pois o intervalo de tempo entre as duas ocorrências, avistamento e estrondo, 20 minutos, é demasiado grande: 20x60x340=408000m=408 Km. O aspecto visual da explosão do meteorito teria que ser gigantesco e iluminar completamente o céu nocturno para se ouvir e sentir a esta distância. Mesmo a distâncias muito menores o clarão da explosão teria que ser imenso.

Uma vez que já ficou a saber-se que houve uma explosão, passei naturalmente a associar o estrondo à explosão da pedreira.

Estou cada vez mais convencido que realmente foram 2 ocorrências distintas. Afinal de contas, a observação de meteoros não é propriamente rara.

Estou em Setúbal e não dei por nada lol

Mas posso dizer que está uma noite de Verão 21,7ºC e não sopra uma brisa

Setúbal está do outro lado da serra relativamente às pedreiras de Sesimbra, logo é natural que o som e onda de choque sejam completamente obstruídos. Se tivesse sido o estrondo do meteorito não haveria a interposição da serra.

E com mais esta informação leva-me mesmo a concluir que foram 2 ocorrências distintas. A ser assim, grande coincidência que havia de acontecer no dia 1 de Abril. :dry:

Que duas ocorrências? Houve dois estrondos? Houve o avistamento do meteorito e houve o rebentamento na pedreira.

Pessoal, não sei se estará ou não relacionado com o sismo, mas há pouco (sensivelmente há 15 minutos, vi um clarão para Sul e ao fim de uns 2 minutos ouvi um estrondo. Meteorito?

Este relato está de acordo com a explosão na pedreira. Sismo?

Bate certo Geiras. Eu estava deitado a olhar para o céu e de facto vi uma estrela cadente(meteoro) desfazer-se a meio do céu(para o lado Sul) tendo brilhado imediatamente antes de desaparecer. Cerca de 20 minutos depois deu-se o estrondo!

Brilhou com um clarão a Sul? O Geiras diz que ouviu o estrondo cerca de 2 minutos depois, não 20 minutos, como é que bate certo?
 

overcast

Cumulus
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1 Abr 2012
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Cascais
Bom... Tendo em conta a confusão que parece que foi gerada com as minhas afirmações, seguem-se os esclarecimentos.

Também foi ouvido e sentido aqui em Carcavelos, pouco intenso, os vidros vibraram, mas não fiz caso (estava a dormir) pois por vezes a passagem de um camião num buraco aqui da rua ou o fechar violento de uma porta produzem o mesmo efeito. As linhas rectas que ligam estes dois locais às pedreiras de Sesimbra estão desimpedidas de obstáculos, daí a propagação fácil do som e onda de choque. A estrela cadente não está correlacionada pois o intervalo de tempo entre as duas ocorrências, avistamento e estrondo, 20 minutos, é demasiado grande: 20x60x340=408000m=408 Km. O aspecto visual da explosão do meteorito teria que ser gigantesco e iluminar completamente o céu nocturno para se ouvir e sentir a esta distância. Mesmo a distâncias muito menores o clarão da explosão teria que ser imenso.

Em relação a este ponto, eu realmente não sei qual seria o aspeto de um meteoro que pudesse explodir a essa distância.
Uma vez que eu pessoalmente nunca tinha visto uma situação destas (só tenho visto as estrelas cadentes que tipicamente atravessam o céu inteiro mal as conseguindo ver), tive pelos vistos, a má ideia de associar aquele evento ao estrondo.




Que duas ocorrências? Houve dois estrondos? Houve o avistamento do meteorito e houve o rebentamento na pedreira.

As duas ocorrências distintas referem-se ao facto que primeiro pensava que o avistamento do meteoro às 22:05 e, posteriormente o estrondo às 22:25, estivessem de algum modo relacionados. Isto até saber que tinha havido uma explosão na pedreira como o nosso colega Geiras indicou. Ainda assim cheguei a pensar que eventualmente pudesse ter havido algum outro meteorito que tivesse chegado ao solo e provocado estragos.

De qualquer modo, em resumo, as duas ocorrências acabariam por ser:
às 22:05 um meteoro;
às 22:25 o estrondo provocado pela explosão da pedreira.

Duas ocorrências realmente distintas.




Brilhou com um clarão a Sul? O Geiras diz que ouviu o estrondo cerca de 2 minutos depois, não 20 minutos, como é que bate certo?

Finalmente chegamos a este ponto. Aqui não há muito a dizer a não ser que fiz uma leitura muito descuidada da mensagem do Geiras. Se tivesse lido bem precisamente os 2 minutos, facilmente tinha percebido que a minha afirmação lançada não tinha qualquer fundamento. Quanto ao clarão, também não nos referimos ao mesmo clarão, uma vez que a explosão da pedreira com certeza produziu um clarão não sei quantas vezes mais forte(ainda que do Estoril não o tenha visto) que o clarão produzido pelo meteoro, se é que poderia chamar-lhe sequer clarão.


Não tenho por hábito mesmo, lançar uma ideia ao ar sem qualquer sentido. Mas de facto foi uma coincidência muito infeliz começando num avistamento de um meteoro de uma forma que eu nunca vi, culminando com o estrondo que levou a toda esta situação que não foi devidamente avaliada da minha parte.

Peço evidentemente desculpa por isso, uma vez que as causas para a explosão foram claramente outras.
 
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Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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"Queima controlada" deu em "explosão" e lançou o pânico na Península de Setúbal e zona da Grande Lisboa
Um grande estrondo, com deslocação de ar, foi ouvido na noite de quinta-feira desde Setúbal até Lisboa. A explosão ocorreu numa pedreira, em Sesimbra.

A população da zona da Península de Setúbal não ganhou para o susto. O "forte estrondo", que abalou Sesimbra e arredores e criou o pânico na zona, teve origem numa explosão, numa pedreira na serra da Achada, dentro do parque natural da Arrábida e "fazia parte de uma operação de queima de cordão detonante fora de prazo", segundo informou o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra.

"Era suposto ter sido só uma queimada, mas acabou por haver uma forte explosão, ainda por circunstâncias desconhecidas, talvez devido ao excesso de calor", admitiu Augusto Pólvora.

A empresa Maxampor, responsável pela operação, terá cumprido todos os requisitos de segurança e a polícia estava no local, acrescentou o autarca, admitindo: "Não é comum haver explosão. O que era suposto haver era uma queima de material detonante."

Confrontado, se a população não devia ter sido avisada respondeu:"Pelos vistos não era necessário eu ser avisado, nem a população."

No entanto, um dos populares disse que ouviu uma versão diferente da que foi dada ao autarca. "O que eu ouvi foi que a guarda trouxe para aqui explosivos apreendidos para detonar", disse Dionisio.

Após a explosão, os meios da proteção civil, do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) e dos bombeiros foram ativados para o local mas acabaram por não ser necessários, sendo confrontados com a presença da GNR e informados da legalidade dos rebentamentos. O incidente não provocou vítimas, segundo, confirmou ao DN os Bombeiros de Sesimbra, mas terá havido estragos em algumas habitações próximas.

Apesar de se tratar de "uma queima controlada" a proteção civil, o CDOS e os bombeiros, não estavam a par e por isso mesmo irá seguir-se uma investigação, disse o comandante Pedro Araújo, da proteção civil à RR, não fazendo comentários sobre o que terá corrido mal.

(Atualizada às 00:30)
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=4489439&page=-1


Explosão em pedreira de Sesimbra sentida de Setúbal a Lisboa
Estrondo chegou a vários locais de Lisboa e até Oeiras. Não há vítimas, mas haverá danos nos edifícios mais próximos.

Um estrondo, com deslocação de ar e trepidação, foi sentido esta quarta-feira à noite em vários locais da região de Setúbal e Lisboa. Algumas pessoas saíram de imediato à rua para perceber o que se passava, depois de as janelas e vidros terem estremecido. O fenómeno gerou de imediato reações nas redes sociais. Há testemunhos de que chegou a Oeiras e Cascais.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil adiantou que o impacto foi provocado por uma explosão numa pedreira em Sesimbra. Ao que parece, terá sido controlada. Uma situação que "não é normal" para as autoridades, tendo em conta a hora e o alcance da onda de choque. Os bombeiros de Sesimbra adiantaram ao Expresso que a explosão ocorreu num paiol da empresa Sobrissul - Sociedade de Britas Selecionadas do Sul. A informação seria posteriormente confirmada pelo presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora.



Queima de material detonante que poderia estar "fora do prazo"
Em declarações às televisões a partir do local, o autarca clarificou que tinha sido colocada "uma grande quantidade de material detonante, com cerca de 9000 metros, no fundo da pedreira", localizada na freguesia do Castelo. Esse "cordão" foi preparado para depois "ser feita uma ignição e ser queimado", acrescentou, supondo que esse trabalho tenha sido realizado durante o dia. O autarca que esteve reunido com a empresa Maxampor, proprietária do material explosivo, e a PSP, adiantou que "supostamente" fez-se uma distribuição de material "fora de prazo".

De acordo com Augusto Pólvora, "era suposto que ele tivesse ardido sem explosão e o que aconteceu de imprevisto foi que houve uma explosão cerca das 22h20". O que terá causado esse "imprevisto" ainda não foi possível apurar.

A Proteção Civil recebeu o primeiro aviso através de populares às 22h23 e as comunicações estavam a chegar desde o Braço de Prata ao Poço do Bispo, Almada e Sesimbra, disse ao Expresso o comandante de operações Pedro Araújo, do comando nacional. Para o local foram mobilizados 11 veículos e 25 operacionais e duas ambulâncias.

Não se sabe quais as dimensões dos estragos, mas o impacto foi alargado - haverá danos em algumas habitações nas proximidades. Não há vítimas.

"Não estavam por perto trabalhadores na altura da explosão. O material terá sido colocado no fundo da pedreira durante o dia com a ajuda de dois trabalhadores da pedreira da Sobrissul e com os próprios responsáveis da Maxampor para depois lhe pegarem fogo. Estavam na zona de entrada da pedreira quando se deu a explosão", esclareceu o presidente da Câmara. Foram reportados danos materiais em edifícios, como "vidros partidos".

O comandante Pedro Araújo já tinha referido ao Expresso que, "após várias diligências e cruzamento de informações" tudo indiciava que se tratou de uma explosão "controlada". "Supomos que sim, que terá sido uma explosão controlada de material detonante, mas carece de um processo de investigação", especificou. Porém, a confirmar-se esta informação, "alguma coisa falhou para ter tido este impacto".

Questionado pelo Expresso se é habitual proceder-se a uma explosão controlada à noite, Pedro Araújo respondeu que "não é normal" e "não era suposto a empresa estar a laborar àquela hora". Este tipo de procedimentos "ocorre durante o dia" e, dependendo da quantidade, poderá ser feito de uma forma faseada. Até ao momento, não se sabe a quantidade de material detonante utilizado nesta explosão, nem como ocorreu o processo de rebentamento.



"Abanou tudo, até os cortinados"
Isabel Abreu, geofísica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referiu ao Expresso que, logo após o estrondo e as trepidações, surgiram vários telefonemas de pessoas a queixarem-se de que sentiram as casas a tremerem e a perguntaram o que se tinha passado. "Sismo sabemos que não foi", garantiu. As chamadas eram provenientes maioritariamente da margem sul do Tejo - Barreiro, Seixal e Charneca da Caparica. No Twitter e no Facebook, há relatos de quem o tenha sentido noutras zonas como Azeitão, Quinta do Conde, Palmela, Setúbal, Alcácer do Sal e até Oeiras, Cascais e Santarém.

"A casa abanou toda e os vidros também. O barulho foi tão intenso que fui à janela ver se tinha acontecido alguma coisa nas redondezas. Estranhei ver tantas pessoas à janela", refere ao Expresso Paula Santos, residente no Fogueteiro, concelho do Seixal. "Senti medo e liguei para vizinhos para saber se tinham sentido o mesmo", descreveu ainda.

Tiago Marques, que vive no concelho de Sesimbra, o epicentro da explosão, estava em casa quando sentiu "uma onda de energia a invadir a casa". "Abanou tudo, até os cortinados", disse impressionado ao Expresso.

O caso foi entregue à GNR.

http://expresso.sapo.pt/explosao-em...ida-de-setubal-a-lisboa=f918136#ixzz3W8IQEsMy
 
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StormRic

Furacão
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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Bom... Tendo em conta a confusão que parece que foi gerada com as minhas afirmações, seguem-se os esclarecimentos.

:thumbsup: excelente esclarecimento! O cruzamento de informações de vários membros a par da prontidão com que os primeiros testemunhos ocorrem, como o teu, é uma das grandes qualidades deste fórum.
E não tens que pedir desculpa ;), todas as opiniões são necessárias para se construir a conclusão mais plausível. Nada mais natural que uma primeira avaliação em cima do acontecimento não seja a mais correcta.
Só se não testemunharmos e não opinarmos é que não nos arriscamos a incorrecções, e por mim falo que já cometi muitas.
Portanto parece que o Geiras terá visto o clarão da explosão (e segundo as últimas notícias afinal não era para ser explosão mas uma combustão controlada de material, esperemos pelos desenvolvimentos durante o dia de hoje porque o caso não deve ficar por aqui, houve danos) e os dois minutos aproximados correspondem à distância de 40 Km. Não era impossível que este segundo evento tivesse sido um impacto de meteorito.
Tenho pena de não ter presenciado nenhum dos eventos porque até tinha a câmara instalada desde o poente, até seria provavel eu estar a tomar vistas do céu nocturno nessa altura, mas temos que dormir alguma vez...:o
 
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Snifa

Furacão
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16 Abr 2008
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Porto-Marquês:145 m Mogadouro:749 m
Explosão na pedreira foi "imprevisto" e tinha autorizações

Hoje às 01:06

O presidente da Câmara de Sesimbra, Augusto Pólvora, explicou que a explosão ocorrida na pedreira local foi "um imprevisto" e que tinha as "necessárias autorizações" da PSP.

"Esta operação ocorreu no fundo da pedreira. De acordo com aquilo que me disseram a explosão foi um imprevisto, porque, por norma, aquele material vai queimando", afirmou Augusto Pólvora aos jornalistas, no local do acidente.

O autarca disse também que a explosão programada tinha a necessária autorização da PSP e que um elemento daquela força de segurança acompanhou a operação.

"O que correu mal foi ter havido a explosão", que não provocou vítimas, disse Augusto Pólvora.

Questionado pelos jornalistas sobre a falta de avisos à população sobre a explosão programada, Augusto Pólvora disse que nunca foi avisado daquelas operações.

"E não sei se tinha de ser avisado e a população também", acrescentou.


Bem, grande coincidência o nome do presidente da Câmara : Augusto Pólvora..:D :D

Fora de brincadeiras, parece que há bastantes danos ao nível de vidros e portas que alguém vai ter que pagar, acho estranho as populações não serem avisadas destes procedimentos e o presidente da Câmara não saber se tinha de ser avisado ou não.. :huh: