Listas das principais tempestades que assolaram os Açores nos últimos 125 anos
FINAIS DO SÉC. XIX
O furação de 24 de agosto de 1887, que provocou grandes estragos no Grupo Central;
O ciclone de 10 para 11 de setembro de 1889, que também provocou grandes danos;
O ciclone de 28 de agosto de 1893, considerado pelo jornal «O Telégrafo» (nascido nesse ano) a maior tempestade do Século. Até aos nossos dias nunca se reconstruiram portos destruídos em várias ilhas e ficaram perdidos para sempre monumentos arrasados pela tempestade. No Grupo Central quase toda a construção humana sofreu algum dano.
SÉC. XX
O grande temporal de 28 de Fevereiro de 1952 que destruiu estradas e portos no Faial e no Pico.
Tempestade de 15 de Fevereiro de 1986. O vento atingiu 260 Km/h, com elevados prejuízos em habitações, milhares de árvores partidas nas ilhas dos Grupos Ocidental e Central. A rebentação das ondas atingiu os 60 metros de altura na ilha do Faial.
A 2 de novembro de 1995 o furação Tanya assolou as ilhas do Grupo Ocidental e um pouco as do Grupo Central. Foram arrancados alguns telhados e muitas árvores centenárias derrubadas.
A 2 de setembro de 2006 o furacão também chamado Gordon era esperado nos Açores para passar entre as ilhas de São Miguel e Terceira, mas acabou por desviar-se para sul, só provocando estrados com alguma relevância na ilha de Santa Maria.
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EDIT: (Nos séculos anteriores a lista é infinita de desastres ocorridos nos Açores devido a ciclones tropicais desde que há registos escritos:
1588 — Grandes inundações em São Bento e Porto de Pipas, Terceira - A 26 de Fevereiro chuvas muito intensas provocaram grandes cheias em São Bento. As águas seguiram uma canada em direcção ao Porto de Pipas, lugar onde destruíram as muralhas soterrando algumas embarcações ali varadas.
1588 — Inundações nas Velas, ilha de São Jorge - A 8 de Novembro, ocorreu nas Velas uma enxurrada que "levou muita gente ao mar e alagou muitas casas", dando origem a um romance popular.
1589 — Um raio mata duas pessoas na Terceira - A 26 de Setembro, durante uma tempestade (provavelmente um ciclone tropical), um raio atingiu uma casa palhoça na Serra de Santiago, Praia, matando o proprietário e um soldado castelhano que lá estava hospedado.
1606 — Inundações nas Velas, ilha de São Jorge - Em Fevereiro grandes chuvadas provocaram grandes danos na vila de Velas. Muitas ruas ficaram "de modo que se não podia andar a pé".
1608 — Grandes inundações em Angra, Terceira - A 11 de Fevereiro, pelas 9 horas da noite começou a chover intensamente em Angra, situação que se manteve durante toda a noite. Pela madrugada a chuva intensificou-se, provocando o extravasamento da Grota de Santa Luzia. As águas correram pela Rua da Miragaia, dividindo-se pelas Ruas do Marquês e do Palácio (que então era da Natividade), todas confluindo na Rua Direita. A corrente derrubou as muralhas do portão do porto (a "famosa" Porta do Mar), provocando a morte a 19 pessoas e arrastando consigo várias casas, destruindo o recheio de muitas mais. Os prejuízos foram avaliados "na melhora de seis mil cruzados".
1630 — Escorregamento do Castelo, ilha de São Miguel - Em 1630 ocorreu um gigantesco escorregamento de terras naquilo que hoje é a extremidade oeste da "fajã" onde se localiza a povoação da Ribeira Quente, ilha de São Miguel. O escorregamento de terras atingiu o mar em torno do lugar hoje denominado Castelo e deu origem à actual Ponta da Albufeira. Este escorregamento está associado à erupção das Furnas, do mesmo ano. (há relatos escritos que referem que este escorregamento de terras aliado à erupção vulcânica, se deu também devido a chuvas fortes em Agosto desse mesmo ano. Provavelmente um Ciclone Tropical.
1636 — Furacão atinge a Terceira - No dia 3 de Agosto uma forte tempestade atingiu a ilha Terceira causando graves danos
1649 — Uma tempestade provoca o naufrágio de 4 navios em Angra; sismo na Terceira - Uma tempestade com fortes ventos de SE provocou a perda de 4 navios em Angra, com um número indeterminado de vítimas.
1668 — Tempestade causa grandes prejuízos na Calheta, ilha de São Jorge - A 23 de Novembro uma violenta tempestade provocou "tal alteração de mar que este entrou pela dita vila derrubando casas" e obstruindo o porto com penedia.
1690 — Grande tempestade e um sismo causam o pânico na Terceira - Uma grande tempestade abateu-se sobre a ilha no dia de Páscoa (26 de Março), provocando a queda de chaminés, o destelhamento das casas, a destruição das casas "palhoças" que existiam nos "bairros" da cidade e um naufrágio na baía de Angra. No dia 5 de Abril seguinte, ainda com os angrenses mal refeitos do susto da tempestade, um sismo, longo mas pouco intenso, causou uma onda de pânico, que associada às memórias recentes da erupção na ilha do Faial (1672) e da caída da Praia (1614), conduziu à multiplicação das procissões, preces contínuas e auto-flagelações. Esta histeria colectiva atingiu o seu paroxismo quando correu o boato que a ilha seria destruída no dia 15 de Abril.
1707 - No dia 14 Novembro abateu-se sobre a ilha de S. Miguel um temporal que deu origem a várias enxurradas devido a chuvas fortes. Muitas casas foram destruídas e algumas vidas ceifadas.
1713 — Inundações na vila de Velas, ilha de São Jorge - A 10 de Dezembro deste ano, chuvas muito intensas na zona entre a Urzelina e os Rosais provocaram grandes inundações, destruindo 27 casas na vila de Velas. A Ribeira do Almeida veio tão carregada de caudal sólido que criou uma praia que permitia a passagem a pé entre a vila e a Queimada.
1732 — Cheias provocam 5 mortos em São Jorge - A 6 de Dezembro grandes cheias provocaram destruição em São Jorge, matando 5 pessoas. Os lugares mais afectados foram Urzelina, Figueiras, Serroa e Velas.
1744 — Ciclone tropical causa grandes cheias - A 5 de Outubro "caíram nestas ilhas copiosíssimas chuvas que inundaram as terras correndo em caudalosas ribeiras". Em resultado dessas cheias, na Prainha do Galeão (Pico) morreram 7 pessoas arrastadas ao mar; na Prainha do Norte (Pico) morreram 6 pessoas e outras 5 pereceram em São Roque (Pico). Em São Miguel também houve mortes em Água de Pau e nos Fenais.
1761 — Ciclone tropical atinge o Grupo Central - A 29 de Setembro de 1761 foi a Terceira atingida por um temporal "por efeito do qual ficaram derribadas muitas casas e arrancadas muita quantidade de árvores". Copiosas chuvas fizeram transbordar as ribeiras.
1779 — Ciclone tropical atinge o Grupo Central e Oriental - Na noite de 30 para 31 de Outubro levantou-se um rijo temporal que trouxe à costa 7 navios e arruinou as muralhas da Horta e de Ponta Delgada.
1811 — Grande tempestade provoca destruição e morte na Terceira - Na noite de 3 para 4 de Dezembro "levantou-se uma tão grande tempestade de vento sudoeste, entre uma chuva grossa e relâmpagos de tamanha força, que igual não havia memória entre os presentes". Todo o Grupo Central foi atingido. Ventos ciclónicos e chuvas diluvianas destruíram muitas casas, arrancaram muitas árvores, derribaram paredes e causaram cheias. As ribeiras transbordaram na Vila Nova, Agualva, Serreta e Santa Bárbara, matando muita gente e muitos gados. O mar entrou no Porto Judeu, Porto Martim, Praia e São Mateus, causando grandes estragos. O vento e a ressalga não deixaram folha verde, o que causou grande fome para os gados. No porto de Angra naufragaram sete navios, causando muitos mortos.
1813 — Cheia provoca mortos na Terceira - Em Setembro deste ano, grandes chuvadas nas encostas da Serra de Santa Bárbara (certamente resultado de uma tempestade tropical) provocaram o extravasamento das ribeiras. A igreja de São Bartolomeu foi inundada e várias casas das imediações destruídas, morrendo 5 pessoas. Em Santa Bárbara também houve mortos. Há tradição oral de grandes enchentes nas Doze Ribeiras e Altares
1842 — Cheia provoca grandes danos nas Velas - No Domingo da Trindade grandes chuvadas provocaram inundação de parte da vila de Velas. Na praça junto à Câmara a enxurrada foi tal que em algumas casas saiu a "água pelas janelas de sacada"
1893 — Furacão provoca grande destruição no Grupo Central - A 28 de Agosto a maior tempestade de que há memória nos Açores atingiu o Grupo Central, provocando grande enchente de mar e arruinando casas, igrejas e palheiros. Também os portos foram severamente atingidos com perda de muitas embarcações. A destruição dos milhos nos campos causou fome generalizada no ano seguinte. A ilha de São Jorge foi severamente atingida, particularmente o Topo. Os danos do Furacão de 1893 ainda são visíveis nalguns pontos da costa, nomeadamente na antiga, e hoje abandonada, Igreja Velha de São Mateus da Calheta, na Terceira, e nas ruínas da Baía do Refugo, no Porto Judeu.
1899 — Furacão atinge o Grupo Central - A 17 de Outubro um furacão atravessou o Grupo Central provocando destruição generalizada das habitações e perda de colheitas e de gados. Em São Jorge verificaram-se os maiores danos.
1997 — Escorregamento da Ribeira Quente, São Miguel - Em 31 de Outubro de 1997, após mais de uma semana de chuvadas intensas, que culminou com cerca de duas horas de precipitação excepcional na madrugada de 31 de Outubro, ocorreu um escorregamento de terras na encosta do Outeiro das Freiras, sobranceira à povoação de Ribeira Quente, ilha de São Miguel, provocando 29 mortos, 3 feridos graves e levando ao desalojamento de 36 agregados familiares, num total de 114 pessoas. Particularmente afectada foi a Canada da Igreja Velha, onde diversas habitações ficaram soterradas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Cronologia_de_desastres_naturais_nos_Açores
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crónicas_da_Província_de_S._João_Evangelista_das_Ilhas_dos_Açores
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saudades_da_Terra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Historia_Insulana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espelho_Cristalino