O Hazores até começou o post dele com "na minha humilde opinião" ....
E quanto a mim disse coisas bem acertadas de quem foi para além de um mero palpite. Não é habitual uma rota destas um ciclone desenvolver-se ou manter-se muito, convém dar uma volta um pouco mais "alargada" por Oeste para apanhar água mais quente.
Numa pesquisa que fiz, desde 1920, só uma vez um ciclone tropical teve uma rota próxima da prevista para o Fred daqui a dias e que passasse posteriormente a pelo menos 150 milhas da Ilha do Pico.
A única excepção foi o Furacão Ivan (Cat 1) em 1998, numa semana infernal em que estavam 4 ciclones tropicais em simultâneo no Atlântico no dia 26 de Setembro de 1998: Georges, Ivan, Karl e Jeanne.
O Ivan só se tornou Furacão bem mais tarde que o Fred, passando depois a norte dos Açores como Cat1 onde baixou para Tempestade Tropical.
Outro mapa, todos os ciclones tropicais que passaram a pelo menos 100 milhas da posição prevista para o Fred para daqui a 120 horas.
Regressando ao Fred, ainda tem o pior pedaço pela frente, a partir de amanhã vamos ver como evolui. Além da água mais fria e atmosfera mais estável, também está previsto o aumento do windshear. E a previsão é a de que morra devido a um cavado em altura no meio do Atlântico. O facto de ser já Cat3 deverá ajudar a aguentar melhor a água menos quente e o ar estável, pois estes ciclones muito potentes muitas vezes quase que criam o seu próprio ambiente que lhes permita sobreviver algum tempo até regressar a um ambiente mais favorável. Mas o windshear do cavado, esse poderá ser fatal.
Para já o Fred já bateu um registo histórico, é o Furacão mais intenso registado tão a Leste. Se não me engano, o ano passado foi também batido um registo deste género, penso que a formação de uma Tempestade Tropical mais a leste, mas depois confirmo.
Tal como o NHC ressalva, e já várias vezes ditas por aqui, registos históricos anteriores à era dos satélites (anos 60/70 século XX) podem ser bastante deficientes, e esta é uma das zonas mais problemáticas quanto a isso.