Obrigado pelas infos. Realmente eu não estou nada informado para um rapaz de 22 anos.
Realmente aquela emissão durante toda a madrugada (com paragens, claro) acho que foi exagerada. Deu para manter as pessoas informadas, claro, mas acho que gerou-se, como o Azor diz, "propaganda de terror". No início da madrugada, lembro-me bem de ver alguns jornalistas a dizerem coisas do género: "o vento já começa a soprar e bem, já se sente grandes rajadas, e a chuva já começa a cair com forte intensidade." Eu moro perto de uma zona onde eles filmaram e pude comprovar que estavam a exagerar muito no que diziam! Até nas
imagens podíamos confirmar que não correspondia ao que eles relatavam.
Enfim....
Aquela emissão em directo foi um exagero. Houve muita gente nas ilhas que nem ligou àquilo. Compreendo que os amigos do Continente achem isso "brilhante" e muito bom etc e tal (porque com certeza devem de estar habituados com estas emissões fantásticas), mas já os Açores e os Açorianos, sempre tiveram uma maneira diferente de lidarem com esses fenómenos meteorológicos, e estas "festas" na Comunicação Social nos Açores são muito recentes, pra não dizer mesmo recentíssimas e desde 2006 para cá que temos vindo a cair no exagero. Uma pena.
O Dr Pedro Mata Meteorologista da Delegação Regional do IM dos Açores, foi o próprio a referir que a Comunicação Social do Continente gosta muito de "brilhar em grande". Aliás já houve outras situações em que ele se referiu da mesma maneira aos amigos do Continente, cada vez que há mau tempo. Portanto se ele como meteorologista referiu tal coisa, quem somos nós para pensar o contrário...
Por favor, vejam, o problema não é não avisar, mas sim caírmos na esparrela duma comunicação social alarmista, insensata, sensacionalista e irresponsável (aquela dos jornalistas nos lugares das tragédias previsíveis não lembrava ao diabo!).
Haja juízo e, sobretudo, bom senso. O passado dos Açores tem um grande historial de acontecimentos nesta matéria, só que o homem infelizmente tem a memória curta, muito curta mesmo, e acabam sem querer por cair nos mesmos erros que os repórteres do Continente. "Chove copiosamente em P. Delgada" (até deu-me para rir


) isso dito por um jornalista em directo na RTP - Açores, quando há muitos dias invernais muito piores quando comparados com o que se passou com este furacão, e de que ninguém ouve falar em directos fantásticos no acompanhamento de tempestades.
Os açorianos não estão habituados a tanta "animação televisiva" desta natureza, por isso que muita gente quando entrevistada pelos jornalistas nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria antes da chegada deste furacão, nem ligaram bola a isto. Muitas das pessoas até riram-se com o exagero que foi levado a cabo só por causa deste Gordon.
Concordo que "mais vale prevenir", mas transformar este fenómeno da natureza num filme piroso americano, haja paciência!
À custa deste furacão tive conhecimento de 2 pessoas que deram entrada no hospital depressivos com ataques de pânico. ´Parece incrível mas foi verdade. Isto é alertar? A meu ver isto é propagar o terror da forma como a Comunicação Social faz.
Sempre presenciei tempestades desta natureza aqui nos Açores, eu amigos meus, familiares, avós etc e nunca ninguém se lembra de tanta histeria na televisão por causa disto nem nunca dantes ouvi ninguém ir parar ao hospital com ataques de pânico por causa de um furacão. Querem tentar passar a ideia às pessoas que estas coisas são inéditas nos Açores, quando a nossa realidade diz-nos supostamente o contrário. Precauções, acautelamentos, devem ser tomados sim em situações desta natureza, claro! Agora, que pretenderam tirar dividendos políticos, sem dúvida, não era preciso tanto espectáculo, acabou por ser prejudicial e não benéfico.
Moral da história, o furacão "Comunicação Social" foi bem mais violento que o próprio furacão Gordon
Infelizmente a verdade é que a Comunicação social teima em exercer o poder sem que a Constituição o permita e sem ter meios adequados, nem humanos, nem físicos nem, infelizmente, intelectualmente organizados. A Comunicação Social é um serviço, não um poder, ao dispor do mundo real e não do da fantasia. Prevenir não é alardoar, os cuidados sérios fazem-se sem alardes, porque afinal de contas, o maior perigo deste tipo de jornalismo é a descredibilização. E se isso infetar a nossa, quem perde somos nós. Afinal de contas, não é à toa que se diz que a Comunicação Social, é o segundo Estado/Poder.
Enfim, venham mais Gordon's e menos histerias
Cumprimentos