Formou-se no Atlântico o 13º sistema nomeado da época, a Tempestade Tropical MICHAEL. Trata-se de um sistema pequeno que se situa a cerca de 1965km a Sudoeste dos Açores. No entanto olhando para o cone de incerteza do NHC este sistema não parece dirigir-se para os Açores mas sim para Norte mas de forma muito lenta e errática nos próximos dias. Sistema compacto mas de pequena dimensão, os ventos com intensidade de tempestade não excedem os 55km a Norte do centro.
http://www.nhc.noaa.gov/refresh/graphics_at3+shtml/083929.shtml?tswind120?large#contents Interessante... Vão se "juntar"?
O cenário nos próximos dias parece-me ser este: Se o furacão Leslie continuar com a mesma velocidade de deslocação que terá entre sábado e segunda-feira, penso que se o furacão Michael cruzar a «rota» do Leslie, o Leslie nessa altura já terá passado, isto é o meu ponto de vista. E falo em furacões porque na altura já o serão, penso eu.
Atingir os açores é quase impossível. Mas juntar-se ao Leslie? Category 3 + Category 1 (ou 2)... vai ser um fenómeno interessante se acontecer.
Não se pode dizer que vai ser porque não se sabe se acontecerá. NHC: Ensemble Members/GFS (Leslie): Ensemble Members/GFS (Michael): Nota-se uma grande incerteza na definição da trajectória do furacão Michael, vamos ver as próximas actualizações.
O GFS e o ECMWF mostram o Michael a progredir para N/NW pois a ondulação de grande amplitude no jet ( que vai afectar a PI a partir de amanhã, trazendo instabilidade e ar tropical maritimo), irá passar a norte do ciclone sem ter influencia no mesmo, seguindo-se o rebustecimento da dorsal subtropical a E, forçando o deslocamento do Michael para NW. Neste cenário o Michael aproximar-se-ia perigosamente ( para ele) da Leslie, acabando por ser destruido pelo shear imposto pelo outflow da Leslie, e acabando por ser absorvido pelo ciclone maior ou pelo ex-Leslie depois da transição ET. Esta é para já a ideia que o NHC reforça. No entanto boa parte dos modelos e o ensemble do GEFS, no ultimo ciclo, aumentaram a dispersão para alem das 48h, pois vão admitindo que a tal onda de grande amplitude tenha algum efeito no Michael. Assim sendo, não só aumentou a indefenição no médio e longo prazo como tambem houve um ajustamento á direita do trajecto, com algumas perturbações a colocar o Miachel bastante perto dos Açores. Na minha opinião, dada a intensificação rápida do ciclone e o establecimento de um anticiclone em altura forte por cima do mesmo, associado ao intenso outflow, é pouco provavel que o Michael seja afectado pela presença da ondulação do jet a N, pelo que nas proximas 24 a 48h deve manter uma rota para N. No médio prazo, dependendo da força do ciclone e do anticiclone associado ao outflow, e de como ambos vão interagir com o reforço do anticiclone subtropical, é provavel que o Michael se desloque num movimento entre os 350 e os 300º, afastando-se para N/NW dos Açores.
Os furacões não se "juntam" propriamente, portanto os que estão à espera duma espécie de sessão "porno tropical", esperem sentados. Como o stormy referiu, o que usualmente acontece nestas situações se se aproximarem demasiado é o outflow do ciclone maior vai destruir o mais pequeno, sendo que nestas circunstâncias o maior ciclone com melhor outflow não quer dizer que seja o mais intenso (em termos de vento), e o Leslie está mesmo a ficar enorme, mesmo enorme , o pequeno Michael até se pode aproximar com categoria 5 que será cilindrado na mesma, pelo menos para já. Geralmente nestas circunstâncias um ciclone acaba por destruir o outro, outras raras vezes, até podem a certa altura acabar ambos a dançar a dança do "Fujiwhara" pelo menos durante algum tempo. No Atlântico é muito difícil isso acontecer, há sempre muitos outros factores que impedem que ambos "dancem", no Pacífico já é um pouco menor raro. O GFS até ontem tinha ambos os sistemas a serem absorvidos/sugados por uma potente depressão extra-tropical, hoje a tendência já tem sido a de deixar o Michael para trás. De qualquer forma, eles podem mesmo "juntar-se", mas jamais como ciclones tropicais. Parte da energia de ambos (humidade, vorticidade, etc) pode ser absorvida pela mesma frente ou depressão extra-tropical.
É interessante saber que, se tudo correr bem, o Leslie ainda vai chegar aqui à Islândia em fase de ex-tropical (e se for pedir muito) como tempestade tropical. Provavelmente ainda passará no Canadá como cat1: é um cenário possível mas ainda díficil de determinar. Porque digo isto? O furacão parece vir a mover-se para norte-noroeste para a Costa do Canadá e depois apanhando a circulação zonal irá mover para nordeste, em direcção à Islândia. Não é nada raro levarmos com restos de depressão extra-tropicais, a última foi mesmo há uma semana, o Kirk. Outras ocasiões foram: Irene em 2011, Danielle em 2010, Ike e Berta em 2008, Maria em 2005. Em alguns destes casos, as tempestades podem ainda chegar em fase de tempestade tropical, mas geralmente só provocam ventos e chuvas fortes. Geralmente a maioria dos furacões no Atlântico que tenta deslocar-se para norte ou nordeste, é impedida de se dirigir para Portugal devido ao anticiclone geralmente presente nos Açores. Estes acabam por se dirigir mais facilmente ao Reino Unido, Islândia e até costa da Gronelândia.
O pequeno Michael está com excelente aspecto, é curioso o que temos visto nesta temporada, em que vemos ciclones tropicais a ter imensas dificuldades nas zonas mais favoráveis, e vemos outros em zonas que tradicionalmente são mais hostis a tornarem-se os mais intensos.