Erupções artificais são Plano B para o clima
no DN.pt
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon esteve no Árctico e não tem dúvidas: caminhamos para o "abismo" e as alterações climáticas têm ser travadas. A África subsariana será a maior vítima. Os cientistas da Royal Society concordam e caso as negociações de Copenhaga falhem já têm uma estratégia alternativa: a geoengenharia
A três meses do início da Cimeira de Copenhaga (em que se pretende aprovar um protocolo para substituir o de Quioto), muitos especialistas perguntam: E se este plano A contra as alterações climáticas falhar? Provocar erupções vulcânicas ou salinizar as nuvens pode vir a ser o plano B para arrefecer o planeta, dizem especialistas britânicos.
A solução surge numa altura em que o alarme sobre o estado do planeta sobe de tom. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, visitou o Árctico, e avisou ontem que "caminhamos para o abismo", apelando para a urgência dum novo acordo mundial para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e em que foi tornado público um relatório que avalia os riscos de cada país em relação ao aquecimento global (ver caixa).
"Temos o pé colado ao acelerador e avançamos para o abismo", defendeu na III Conferência da ONU sobre o Clima, que decorre em Genebra desde o princípio da semana. Depois de constatar a devastação provocada pelas alterações climáticas no Árctico, o secretário-geral da ONU alertou que "aquilo que está a acontecer nesta altura" deveria, segundo as previsões dos cientistas, acontecer bastante mais tarde.
Para enfrentar o problema alguns dos mais respeitados cientistas da Royal Society propuseram uma alternativa: a geoengenharia. Arrefecer o planeta através de emissões de enxofre para a atmosfera pode parecer drástico e até irrealizável, mas os membros da Academia Britânica de Ciência estão a estudar esta possibilidade.
O grupo de especialistas defendeu esta semana que os futuros esforços para reduzir os gases de efeito de estufa têm de ter muito mais sucesso do que até agora. Isto se quisermos evitar a geoengenharia como a única forma de salvar o planeta.
"Aplicar a geoengenharia no clima da Terra é provável que seja tecnicamente possível. Mas a tecnologia para o fazer está pouco desenvolvida e há ainda grandes dúvidas acerca da sua eficácia e impactos ambientais", diz o relatório publicado pela Royal Society.
Fertilizar o plâncton marinho com pó de ferro ou injectar enxofre na atmosfera para simular o arrefecimento do clima provocado pela erupção de um vulcão são duas das soluções oferecidas pela geoengenharia. São todas controversas e envolvem algum tipo de risco, mas também só devem ser equacionadas caso as medidas convencionais para reduzir as emissões de carbono falhem, diz a Royal Society.
John Shepherd, engenheiro planetário do National Oceanography Center, disse que a geo-engenharia tem de ser preparada como alternativa ao plano A discutido em Copenhaga: "É o plano B, mas um plano que tem de ser levado a sério", afirmou.
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon esteve no Árctico e não tem dúvidas: caminhamos para o "abismo" e as alterações climáticas têm ser travadas. A África subsariana será a maior vítima. Os cientistas da Royal Society concordam e caso as negociações de Copenhaga falhem já têm uma estratégia alternativa: a geoengenharia
A três meses do início da Cimeira de Copenhaga (em que se pretende aprovar um protocolo para substituir o de Quioto), muitos especialistas perguntam: E se este plano A contra as alterações climáticas falhar? Provocar erupções vulcânicas ou salinizar as nuvens pode vir a ser o plano B para arrefecer o planeta, dizem especialistas britânicos.
A solução surge numa altura em que o alarme sobre o estado do planeta sobe de tom. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, visitou o Árctico, e avisou ontem que "caminhamos para o abismo", apelando para a urgência dum novo acordo mundial para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e em que foi tornado público um relatório que avalia os riscos de cada país em relação ao aquecimento global (ver caixa).
"Temos o pé colado ao acelerador e avançamos para o abismo", defendeu na III Conferência da ONU sobre o Clima, que decorre em Genebra desde o princípio da semana. Depois de constatar a devastação provocada pelas alterações climáticas no Árctico, o secretário-geral da ONU alertou que "aquilo que está a acontecer nesta altura" deveria, segundo as previsões dos cientistas, acontecer bastante mais tarde.
Para enfrentar o problema alguns dos mais respeitados cientistas da Royal Society propuseram uma alternativa: a geoengenharia. Arrefecer o planeta através de emissões de enxofre para a atmosfera pode parecer drástico e até irrealizável, mas os membros da Academia Britânica de Ciência estão a estudar esta possibilidade.
O grupo de especialistas defendeu esta semana que os futuros esforços para reduzir os gases de efeito de estufa têm de ter muito mais sucesso do que até agora. Isto se quisermos evitar a geoengenharia como a única forma de salvar o planeta.
"Aplicar a geoengenharia no clima da Terra é provável que seja tecnicamente possível. Mas a tecnologia para o fazer está pouco desenvolvida e há ainda grandes dúvidas acerca da sua eficácia e impactos ambientais", diz o relatório publicado pela Royal Society.
Fertilizar o plâncton marinho com pó de ferro ou injectar enxofre na atmosfera para simular o arrefecimento do clima provocado pela erupção de um vulcão são duas das soluções oferecidas pela geoengenharia. São todas controversas e envolvem algum tipo de risco, mas também só devem ser equacionadas caso as medidas convencionais para reduzir as emissões de carbono falhem, diz a Royal Society.
John Shepherd, engenheiro planetário do National Oceanography Center, disse que a geo-engenharia tem de ser preparada como alternativa ao plano A discutido em Copenhaga: "É o plano B, mas um plano que tem de ser levado a sério", afirmou.