Se existisse na altura qual teria sido a relevância do radar aquando do aluvião de 2010? As minhas recorrentes queixas não se referem aos fenómenos convectivos. O radar está a uns 70 kms da Madeira e a orografia não ultrapassa os 2000 metros. A convecção dificilmente não será captada pelo radar. Quanto aos eventos estratiformes não sei muito bem que diferença fará os conhecimentos do meteorologista. As principais fontes de informação continuarão a ser os modelos e as observações das estações. A sul das montanhas o radar pode não dar (e em alguns casos não dará) uma perspetiva realista e a norte das montanhas o eco é basicamente irrelevante (no que concerne à Madeira). O meteorologia de serviço vai acabar por inferir a severidade do evento com base nos ecos a oeste da Madeira (a mais de 100 kms de distância). Será realista? Eu estou em pulgas para ver o radar operacional Se continuamos a discordar, bom, é a vida. Continuo a escrever que a climatologia da Madeira não a torna um local prioritário para a instalação de um radar mas a culpa reside no Governo Regional dos Açores
Mas à distância que está o radar da ilha da madeira, a sombra, ou cegueira que dizes do radar para sul, é pequena, ocupa poucos graus nos 360 disponíveis, acredita. Ainda há pouco tempo fiz essas contas por alto, ver se encontro o esquema. Se estivesse na encosta norte da ilha era enorme a cegueira, obviamente! Assim é bastante pequena, permite ver quase tudo mesmo para sul, a sério, oculta muito menos do que estás a supor. Relativamente ao resto, como te disse, se houvesse radar testado e calibrado desde há 20 anos não sei se teria feito diferença no dia da catástrofe recente. Talvez tenhas razão e nada mudasse. Isso é precisamente o que disse, que agora será testado e avaliado em termos de mais valia ou não que possa trazer para eventos desse tipo. Enviado do meu ALE-L21 através de Tapatalk
O radar entrado em funcionamento, em regime experimental, em 16 de novembro de 2017. Com as observações que passaram a ser disponibilizadas em tempo real, tem sido possível, desde então, acompanhar as situações meteorológicas que têm dado origem a precipitação, em particular as que estiveram associadas às tempestades de finais de fevereiro e meados de março de 2018. IPMA
Acho que já entendi porque o alcance está apenas a 100 km. Se repararem, o nome da task do radar é VENTO_A (em vez do MAXZ), o que me faz pensar que estão a usar as imagens da medição Doppler de vento (produto muito utilizado em fenómenos severos convectivos), que geralmente só chegam aos 100 km (é assim nos radares do Continente), o que pode explicar também os artefactos na imagem. Não sei porque fariam isso na imagem pública de reflectividade, talvez seja um erro de integração, já que internamente utilizam outras imagens. A imagem que publicaram nas notícias é a correcta, alcance maior e tudo.