Uma empresa nascida da Universidade Politécnica da Catalunha concebeu um sistema capaz de prever a queda de chuva com uma antecipação de 20 minutos a meia hora. O dispositivo vai ser testado no Campeonato do Mundo de MotoGP este fim-de-semana.
Os engenheiros da Hyds, que surgiu no final de 2007, desenvolveram um algoritmo de análise de dados que prevê a queda de chuva no espaço de um quilómetro quadrado, cerca de meia hora antes de o fenómeno acontecer. A margem de erro do resultado é de 20%.
Segundo a edição online do El País, o sistema será testado já este fim-de-semana, durante a sexta jornada do Campeonato do Mundo de MotoGP, no circuito de Montmeló, próximo de Barcelona. A Hyds irá instalar ecrãs para seguir num mapa a evolução das nuvens em tempo real e a possibilidade de precipitação durante o percurso. Caso exista ameaça de chuva, o sistema enviará alertas aos computadores das equipas, uma informação chave para colocar o tipo adequado de pneus.
“O nosso forte é o prognóstico a muito curto prazo. Há mil dados meteorológicos, o complexo é desenvolver uma aplicação que os analise matematicamente e extraia previsões fiáveis”, explicou Rafael Sánchez-Diezma, o fundador da Hyds, empresa que conta já com dez empregados, meia dezena de clientes e uma facturação de 600.000 euros para este ano.
A sua tecnologia já foi utilizada nas últimas três edições do torneio de ténis Conde de Godó: na final de 2007, com o céu escuro ameaçando descargas de água, o sistema garantiu que no local não iria chover. “Nesse dia choveu em todo o sul de Barcelona, via-se a tempestade desde o court”, recorda o fundador da empresa. A organização da competição confiou na previsão meteorológica e seguiu com as provas, que não foram afectadas por quaisquer chuvas.
A Hyds quer agora aplicar este software à Fórmula1, apesar de as maiores equipas, como a Ferrari, já terem o seu próprio sistema. Além do desporto, o programa já é utilizado para estudar o efeito de chuvas torrenciais sobre a potabilidade de água; também a Confederação Hidrográfica do Guadiana controla de antemão o aumento do nível das águas do rio, pela previsão antecipada da ocorrência de aguaceiros.
Para se expandir pela Europa, o fundador da empresa aponta agora a um novo mercado: os aeroportos. Em conjunto com a Agência Aeroespacial Alemã, a Hyds aplicará o programa na análise do impacto da queda de neve na gestão do tráfego aéreo, adiantando-se a eventuais necessidades de encerrar as pistas de aviação. O sistema será aplicado pela primeira vez em Frankfurt e Munique.
No Diário de Notícias (via @PauloQuerido)