De Queluz a Maçores são 7 horas de distância mas até podiam ser 20 porque quem corre por gosto não cansa e eu adoro tal terra e as suas gentes.
No percurso de Lisboa ao Porto muitas nuvens se viam essencialmente entre Fátima e Santarém...Nebulosidade igual só a partir de Aveiro e de igual forma no Porto, terra que por norma não costuma ser muito quente e sim consideravelmente fresca em comparação com Lisboa, o céu estava muito nublado (no Porto) parecia mesmo que ia chover, saído do Porto e já a caminhar em direcção ao Pocinho eis que a partir de Marco de Canaveses o céu começa a ficar pouco nublado e se antes estava fresco agora começava a fazer calor dentro do comboio.
Chegado há Régua eis que começo a ver os primeiros cúmulos a Este, pela muitas viagens que faço e já fiz pela linha do Douro já esperava que a partir daquele ponto (Régua) as nuvens começariam a mudar de aspecto e a passar de simples estractocumulos a cumulonimbos e foi isso mesmo que aconteceu.
Com avançar da viagem, ia-me colocando por baixo do tecto dos cumulonimbos, ia ficando cada vez mais negro e "assustador" com a chegada a Pinhão já estava oficialmente por baixo deles e o céu ameaçava descarregar eu estava já fervoroso para chegar ao meu destino para acompanhar a evolução das nuvens num sítio fixo, já comentava com o meu pai vamos apanhar trovoada
Chegado ao Pocinho eis que o céu estava bastante negro eram 16h30, faltava fazer 10 km até Maçores, então apanhámos o táxi no caminho até à aldeia eis que começam a cair as primeiras pingas grossíssimas típicas de uma trovoada posto isto comenta o taxista "isto é ouro que cai do céu" e era sem dúvida da janela avistava-se uma paisagem sequíssima que implorava que chovesse.
Com chegada a Maçores a chuva intensificasse, e eu mal assento a mochila retiro a máquina fotográfica e corro para a varanda para mais tarde recordar o momento...e eis que a paisagem era esta.
O cheiro da terra molhada já era intenso, não fazia vento nem trovoada até ao momento a chuva caía intensa e certinha.
Passado cerca de 2 horas eis que o céu começa a limpar e começam a evidenciar-se os cumulonimbos, e assim sendo eis que com a paragem da chuva oiço o primeiro trovão longínquo, então pensei para mim "vinha mais chuva a caminho".
Assim foi, passado cerca de 1 hora recomeça a pingar (19h05) a trovoada estava a caminhar pelo Rio Douro abaixo (percurso normal), assim sendo apanhei trovoada apenas ao longe não chegou a estar em "cima" de mim, mas ainda deu para alegrar o espírito e a visão com uma paisagem como esta.
Com o fim do dia e já há noitinha (23h) eis que volta a trovejar, mais uma vez ao longo do rio Douro e vinda de Espanha, quando me apercebi de tal ocorrência agarrei na bicicleta e pedalei para o ponto mais alto que conseguia então fiquei-me pelo meio da serra onde me encontrava acima da aldeia e onde tinha o panorama total daquilo que se passava...os relâmpagos viam-se nitidamente já os trovões ouviam-se quando o vento soprava vindo do sentido da trovoada, fiquei por lá 45 minutos o panorama era esplêndido, não tirei fotos pois era de noite e estava muito escuro era praticamente impossível...passados tais 45 minutos a trovoada acaba por desaparecer no horizonte indo afectar outras terras e regiões.
Estávamos a 30 de Setembro.
Nos dias seguintes até ao meu regresso nada se passou, apenas ouvia as gentes da terra a queixarem-se de que não chovia há meses e que as coisas estavam a ficar muito feias, caso não chovesse poderia haver mesmo uma quebra na produção de azeite (a Oliveira é uma cultura de sequeiro) habituada a pouca chuva e bastante calor, chegava mesmo a temer-se que "este ano não haveria Inverno e que só choveria em condições em Dezembro, a água não perdia o medo estava envergonhada."
No dia do meu regresso a 5 de Outubro estava prevista chuva para a noite não só para Maçores mas um pouco por todo o país, íamos ter uma linha de instabilidade a atravessar o território que iria trazer chuva em condições um pouco por todo país uns mais que outros como é normal neste episódios. Posto isto a paisagem era esta.
Após esta primeira vaga de cúmulos eis que o céu começa a ficar muito nublado, mas as nuvens mudam de "estatura" e passam a "semi-lenticulares"/nuvens altas, algumas nunca tinha visto na vida, fiquei obviamente pois estava a presenciar algo novo, algo que era mais ao menos isto.
Se calhar não eram lenticulares "inteiras" pois fazia pouco vento, mas já algum pra região cerca de 30 a 35 km/h.
Estava a chegar a hora de vir embora. são 19h e eis que no momento das despedidas começa a chover tal como previa o GFS, seria uma chuva que seria marcada pela chuva e assim foi, com a saída de Maçores eis que a chuva se começa a intensificar há medida que nos aproximamos do Rio Douro, elemento que divide Trás os Montes da Beira Alta. Era a histeria total estava a chover forte e feio na margem do sul do Rio Douro ao passar por Foz Côa já eram visíveis as poças de água e os telhados a escorrer água. Há medida que fomos indo cada vez mais pra sul a chuva ia parando e voltando, era um claro regime de trovoada, pois se fosse uma frente a chuva seria intensa em todos os lugares, a norte da Serra da Estrela foi possivelmente o sítio onde mais chuva apanhei ao passar pela Covilhã ela era intensa, os picos da Estrela estavam cobertos de nuvens pois a altitude a que se encontravam as nuvens era baixíssimo (cerca de 600 a 700 metros). Há medida que nos íamos aproximando do litoral o nevoeiro no horizonte ia ficando cada vez mais intenso e a sensação térmica cada vez mais de um calor infernal abafadíssimo não corria vento algum com a saída da A1 o nevoeiro era já intenso e o poalho era uma constante, chegado a Queluz o nevoeiro era cerrado, eu estava eufórico, pois o tempo estava mesmo espectacular apesar do intenso calor que se fazia sentir, pois afinal saí de lá com cerca de 13ºC a 14ºC e humidade nos 60% e 70 % cheguei cá com 21ºC e 22ºC e a humidade quase nos 100%, eu já comentava chegámos aos trópicos ou quê, eu não esperava um cenário assim.
Chegado a casa a primeira coisa que fiz foi olhar para o painel da estação e lá estava indicava bastante humidade e uma temperatura totalmente estagnada e ausência de vento.
E assim acabou uma ida uma vez mais a Maçores, e o contacto com as gentes do interior onde ainda se sente o espírito português ao contrário deste litoral capitalista e sem escrúpulos. Nada como o interior se pudesse trocar trocaria litoral centro pelo nordeste bem lá ao pé da fronteira, sem qualquer dúvida ou suposição.
No percurso de Lisboa ao Porto muitas nuvens se viam essencialmente entre Fátima e Santarém...Nebulosidade igual só a partir de Aveiro e de igual forma no Porto, terra que por norma não costuma ser muito quente e sim consideravelmente fresca em comparação com Lisboa, o céu estava muito nublado (no Porto) parecia mesmo que ia chover, saído do Porto e já a caminhar em direcção ao Pocinho eis que a partir de Marco de Canaveses o céu começa a ficar pouco nublado e se antes estava fresco agora começava a fazer calor dentro do comboio.
Chegado há Régua eis que começo a ver os primeiros cúmulos a Este, pela muitas viagens que faço e já fiz pela linha do Douro já esperava que a partir daquele ponto (Régua) as nuvens começariam a mudar de aspecto e a passar de simples estractocumulos a cumulonimbos e foi isso mesmo que aconteceu.
Com avançar da viagem, ia-me colocando por baixo do tecto dos cumulonimbos, ia ficando cada vez mais negro e "assustador" com a chegada a Pinhão já estava oficialmente por baixo deles e o céu ameaçava descarregar eu estava já fervoroso para chegar ao meu destino para acompanhar a evolução das nuvens num sítio fixo, já comentava com o meu pai vamos apanhar trovoada
Chegado ao Pocinho eis que o céu estava bastante negro eram 16h30, faltava fazer 10 km até Maçores, então apanhámos o táxi no caminho até à aldeia eis que começam a cair as primeiras pingas grossíssimas típicas de uma trovoada posto isto comenta o taxista "isto é ouro que cai do céu" e era sem dúvida da janela avistava-se uma paisagem sequíssima que implorava que chovesse.
Com chegada a Maçores a chuva intensificasse, e eu mal assento a mochila retiro a máquina fotográfica e corro para a varanda para mais tarde recordar o momento...e eis que a paisagem era esta.
O cheiro da terra molhada já era intenso, não fazia vento nem trovoada até ao momento a chuva caía intensa e certinha.
Passado cerca de 2 horas eis que o céu começa a limpar e começam a evidenciar-se os cumulonimbos, e assim sendo eis que com a paragem da chuva oiço o primeiro trovão longínquo, então pensei para mim "vinha mais chuva a caminho".
Assim foi, passado cerca de 1 hora recomeça a pingar (19h05) a trovoada estava a caminhar pelo Rio Douro abaixo (percurso normal), assim sendo apanhei trovoada apenas ao longe não chegou a estar em "cima" de mim, mas ainda deu para alegrar o espírito e a visão com uma paisagem como esta.
Com o fim do dia e já há noitinha (23h) eis que volta a trovejar, mais uma vez ao longo do rio Douro e vinda de Espanha, quando me apercebi de tal ocorrência agarrei na bicicleta e pedalei para o ponto mais alto que conseguia então fiquei-me pelo meio da serra onde me encontrava acima da aldeia e onde tinha o panorama total daquilo que se passava...os relâmpagos viam-se nitidamente já os trovões ouviam-se quando o vento soprava vindo do sentido da trovoada, fiquei por lá 45 minutos o panorama era esplêndido, não tirei fotos pois era de noite e estava muito escuro era praticamente impossível...passados tais 45 minutos a trovoada acaba por desaparecer no horizonte indo afectar outras terras e regiões.
Estávamos a 30 de Setembro.
Nos dias seguintes até ao meu regresso nada se passou, apenas ouvia as gentes da terra a queixarem-se de que não chovia há meses e que as coisas estavam a ficar muito feias, caso não chovesse poderia haver mesmo uma quebra na produção de azeite (a Oliveira é uma cultura de sequeiro) habituada a pouca chuva e bastante calor, chegava mesmo a temer-se que "este ano não haveria Inverno e que só choveria em condições em Dezembro, a água não perdia o medo estava envergonhada."
No dia do meu regresso a 5 de Outubro estava prevista chuva para a noite não só para Maçores mas um pouco por todo o país, íamos ter uma linha de instabilidade a atravessar o território que iria trazer chuva em condições um pouco por todo país uns mais que outros como é normal neste episódios. Posto isto a paisagem era esta.
Após esta primeira vaga de cúmulos eis que o céu começa a ficar muito nublado, mas as nuvens mudam de "estatura" e passam a "semi-lenticulares"/nuvens altas, algumas nunca tinha visto na vida, fiquei obviamente pois estava a presenciar algo novo, algo que era mais ao menos isto.
Se calhar não eram lenticulares "inteiras" pois fazia pouco vento, mas já algum pra região cerca de 30 a 35 km/h.
Estava a chegar a hora de vir embora. são 19h e eis que no momento das despedidas começa a chover tal como previa o GFS, seria uma chuva que seria marcada pela chuva e assim foi, com a saída de Maçores eis que a chuva se começa a intensificar há medida que nos aproximamos do Rio Douro, elemento que divide Trás os Montes da Beira Alta. Era a histeria total estava a chover forte e feio na margem do sul do Rio Douro ao passar por Foz Côa já eram visíveis as poças de água e os telhados a escorrer água. Há medida que fomos indo cada vez mais pra sul a chuva ia parando e voltando, era um claro regime de trovoada, pois se fosse uma frente a chuva seria intensa em todos os lugares, a norte da Serra da Estrela foi possivelmente o sítio onde mais chuva apanhei ao passar pela Covilhã ela era intensa, os picos da Estrela estavam cobertos de nuvens pois a altitude a que se encontravam as nuvens era baixíssimo (cerca de 600 a 700 metros). Há medida que nos íamos aproximando do litoral o nevoeiro no horizonte ia ficando cada vez mais intenso e a sensação térmica cada vez mais de um calor infernal abafadíssimo não corria vento algum com a saída da A1 o nevoeiro era já intenso e o poalho era uma constante, chegado a Queluz o nevoeiro era cerrado, eu estava eufórico, pois o tempo estava mesmo espectacular apesar do intenso calor que se fazia sentir, pois afinal saí de lá com cerca de 13ºC a 14ºC e humidade nos 60% e 70 % cheguei cá com 21ºC e 22ºC e a humidade quase nos 100%, eu já comentava chegámos aos trópicos ou quê, eu não esperava um cenário assim.
Chegado a casa a primeira coisa que fiz foi olhar para o painel da estação e lá estava indicava bastante humidade e uma temperatura totalmente estagnada e ausência de vento.
E assim acabou uma ida uma vez mais a Maçores, e o contacto com as gentes do interior onde ainda se sente o espírito português ao contrário deste litoral capitalista e sem escrúpulos. Nada como o interior se pudesse trocar trocaria litoral centro pelo nordeste bem lá ao pé da fronteira, sem qualquer dúvida ou suposição.