Snifa
Furacão
Bola de fogo entrou na atmosfera a 161 mil km/h mas não atingiu a superfície terrestre.
19 maio, 2024 às 12:48.O clarão que, no sábado à noite, foi visto por portugueses e espanhóis foi uma rocha espacial que se libertou de um cometa, Depois de entrar na atmosfera, sobre a localidade de Don Benito, na província espanhola de Badajoz, atravessou Portugal e vaporizou-se sobre o Atlântico.
O Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC), com sede em Granada, registou o fenómeno, confirmando que o objeto entrou na atmosfera a uma velocidade de 161 mil quilómetros por hora e se vaporizou a 54 quilómetros de altitude. Os cientistas acreditam que não será, por isso, expectável encontrar fragmentos.
Segundo avança o jornal "Granda Hoy", José María Madiedo, investigador do referido instituto, acredita que a rocha espacial se desintegrou de um cometa, entrando na atmosfera terrestre. O fenómeno foi registado em várias câmaras do projeto SMART, que monitoriza continuamente a atmosfera para analisar este tipo de objetos.
O investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Universidade de Coimbra Nuno Peixinho já tinha afirmando que, nestes fenómenos, é habitual que as rochas se desintegrem, não chegando a atingir a superfície da Terra.
Tal como acontece com as estrelas cadentes, afirmou, estes objetos consomem-se na atmosfera e é desse processo químico que resulta o rasto de luz visível. Neste caso, sendo azul, "indica que o tipo de material que está a arder, a vaporizar, é o magnésio".
"Como andam a vários quilómetros por segundo, contra o ar, a pressão que aquilo faz na atmosfera é tão grande que as temperaturas atingem facilmente os 25 mil graus, e a essa temperatura vaporiza tudo", sublinhou Nuno Peixinho.
Fenómeno "isolado": não há motivo para receio.
Em declarações à Lusa, Nuno Peixinho realçou que não há motivo para qualquer receio face ao meteoro observado em Portugal, uma vez que se tratou de um "fenómeno isolado".
A maioria dos meteoritos caem no oceano e, estatisticamente, dada a dimensão de Portugal, é menos provável que caia no solo nacional. "Seria preciso muito azar para um meteorito cair em cima de alguém ou de alguma coisa", acentuou.
No seu portal oficial, a Proteção Civil chegou a dar conta, no sábado à noite, da eventual queda de um meteorito em Castro Daire, notificação que, entretanto, foi retirada.
Seis veículos auxiliados por 20 operacionais da GNR e dos bombeiros da localidade do distrito de Viseu estiveram na zona de Pereira e da serra de Montemuro para dar resposta à ocorrência, mas sem sucesso.

Bola de fogo entrou na atmosfera a 161 mil km/h mas não atingiu a superfície terrestre
O clarão que, no sábado à noite, foi visto por portugueses e espanhóis foi uma rocha espacial que se libertou de um cometa, Depois de entrar na atmosfera, sobre a localidade de Don Benito, na província espanhola de Badajoz, atravessou Portugal e vaporizou-se sobre o Atlântico.
