Monitorização Clima de Portugal - 2015

StormRic

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No caso de Portalegre que também parecem ter o dobro uma da outra, a correcta é a que tem menos precipitação (Portalegre/Cidade). Na minha estação tive 132,3mm em Outubro. O que é curioso é que nos eventos de precipitação, não me pareciam haver discrepâncias nas observações horárias entre uma e a outra em quase nenhuma vez, o que faz esse total ser um pouco estranho na EMA principal.

Vou verificar se haverá algum erro meu. Mas estatisticamente a mais elevada das estações de Portalegre costuma ter maior precipitação.
 


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O que é curioso é que nos eventos de precipitação, não me pareciam haver discrepâncias nas observações horárias entre uma e a outra em quase nenhuma vez, o que faz esse total ser um pouco estranho na EMA principal.

Acho que essa impressão não transparece dos valores horários e diários, que estão, aliás, praticamente todos publicados neste tópico. Não encontro erro flagrante algum.

Em todos os dias de precipitação significativa, Portalegre tem acumulado maior que a cidade, excepto nos dias 17 e 20; a primeira tem 154 horas de chuva; a segunda 145 horas. Verifica os dados horários que eu publiquei neste tópico e verás que essa ideia de quase não haver discrepâncias está incorrecta.

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Essas diferenças de altitude podem explicar pequenas diferenças, não explicam diferenças como as de Viseu (uma tem o dobro da outra). Certamente que alguma tem um problema no pluviómetro.

Em vários casos nem será problema do pluviómetro (que normalmente detecta-se na série) mas na existência de obstáculos à precipitação, como sejam árvores que já cresceram. Só poderemos concluir algo se tivermos acesso à localização exacta das estações e investigarmos as condições de instalação. No entanto, pela experiência que tenho de observar séries de precipitação, ocorrem por vezes diferenças espectaculares para estações relativamente próximas. O detalhe da distribuição espacial da precipitação pode ser muito complexo, especialmente em dois tipos de situações meteorológicas: eventos convectivos e eventos com vento intenso estável em direcção durante um período longo de tempo.
 

StormRic

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Não, pois este evento tem características de "flashflood" a maior parte escoou para as ribeiras e para o mar o solo não teve tempo de absorver tanta água.

Discordo. Apenas no litoral do Algarve tal aconteceu pontualmente e nesse caso é uma área muito restrita e mesmo nesses casos, pelo aspecto dos terrenos, o solo terá absorvido muito. Para toda a restante área do território a precipitação foi muito bem distribuída no tempo, só que, por enquanto, ainda insuficiente para repôr a normalidade dos níveis freáticos e de água no solo correspondentes à época do ano. No entanto, se situação de seca ainda existe, é em zonas limitadas do Alentejo e Ribatejo, região oeste do centro e também possivelmente no interior do sotavento.
 
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(Aos poucos vai-se aprendendo e melhorando o aspecto deste mapa)

O anticiclone instalou-se já à mesa do S.Martinho, não vai ser fácil empurrá-lo para fora...

Os primeiros seis dias de Novembro apresentam então este aspecto geral dos acumulados:
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A comparação com o Outubro mostra uma distribuição algo semelhante, especialmente no esvaziamento alentejano e no barlavento atolado em água, na faixa das Beiras também mas a diferença mais interessante é no Alto Minho com um incaracterístico mínimo regional.

O Outubro foi relativamente bom para dar um avanço ao alívio da seca no Alentejo, mas o Novembro já está a recuar.
 
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O mapa no Algarve está com erros.

Não. Relativamente às estações que foram usadas, apenas as do IPMA, o mapa não tem "erros". Penso que tenho deixado isso bem claro, até agora ainda só estas estão integradas no mapa. A recolha de dados pelas n entidades que têm estações vai-se fazendo aos poucos, é uma tarefa morosa e que eu nunca vi feita em algum sítio, que me dá prazer fazer e para a qual eu aceito todas as sugestões e ajudas. Já conhecia a DRAPALG, infelizmente esta entidade só publica os dados mensalmente. Desenhei o mapa logo no início deste mês, os dados da DRAPALG ainda não estavam publicados.

Rede de Estações do COTR:

Obrigado pela indicação da existência desta rede de estações, não a conhecia. Também vai ser incluída nas novas versões do mapa de distribuição geográfica da precipitação mensal.

A inclusão de novas estações é feita de uma forma que possibilita a futura recolha de dados de uma forma rápida (a minha disponibilidade de tempo é limitada). Não posso apenas copiar os dados um a um de cada vez que elaboro um mapa, isso tem de ser feito de forma automática.
 

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Novo mapa de Outubro, incluindo as 13 estações da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPALG).
É interessante observar a alteração do traçado das isoietas quando é aumentado o número de estações numa certa área.
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A próxima actualização incluirá as 14 estações do projecto SAGRA do Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio (COTR).
http://www.cotr.pt/cotr/sagra.asp

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Edição: actualização pronta. A distribuição no Alentejo está agora mais detalhada. Confirma-se que há uma zona no Baixo Alentejo que teve à volta de 50 mm ou menos. Aparecem também alguns locais com precipitações próximas ou superiores a 100 mm, associadas a altitudes maiores.

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Estações e valores de acumulados usados neste mapa:
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Já saíu o Boletim Climatológico de Outubro do IPMA para o continente.

BOLETIM CLIMATOLÓGICO MENSAL – Outubro de 2015
Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 1|10
Resumo
VALORES EXTREMOS – OUTUBRO 2015
Menor valor da temperatura mínima -0.7 °C em Lamas de Mouro, dia 15
Maior valor da temperatura máxima 31.8 °C em Coruche, dia 2
Maior valor da quantidade de precipitação em 24h 105.9 mm em Lamas de Mouro, dia 5
Maior valor da intensidade máxima do vento (rajada) 169.2 km/h em Cabo da Roca, dia 17

Outubro 2015 - Desvios em relação à média
Temperatura média do ar Precipitação total
Outubro caracterizou-se como um mês chuvoso e quente.
O valor médio da temperatura média do ar, 17.06 °C, foi superior ao valor normal, com anomalia de
+ 0.85 °C. Valores da temperatura média superiores aos de outubro de 2015 ocorreram em cerca de
30% dos anos.
O valor médio mensal da temperatura mínima do ar, 12.54 °C, foi superior ao normal com anomalia de
+ 1.35 °C, sendo o 6º valor mais alto desde 2000 e o 15º mais alto desde 1931 (valor mais alto, 13.95 °C
em 2006). O valor médio da temperatura máxima do ar, 21.57 °C também foi superior ao normal com
anomalia de + 0.34 °C.

O valor médio da quantidade de precipitação em outubro, 147.1 mm, foi uma vez e meia superior ao
valor médio, classificando-se este mês como chuvoso. Desta forma a situação de seca meteorológica
que se verificava no final de setembro, terminou em quase todo o território, mantendo-se apenas
alguns locais da região Sul em seca meteorológica fraca (8 % do território em de seca meteorológica
fraca).

No dia 17 de outubro uma depressão em fase de cavamento deslocou-se ao longo da costa ocidental
portuguesa no sentido sul-norte (Figura 1) e durante este percurso as condições meteorológicas no
território, foram afetadas muito significativamente em especial a variação da pressão atmosférica, o
aumento da intensidade do vento e a precipitação. O vento atingiu valores excecionalmente elevados
do vento médio, entre 70 a 90 km/h, e rajadas superiores a 140 km/h, sendo de destacar o valor de
rajada ocorrido no Cabo da Roca, 169 km/h.

Em linhas gerais, o mês chuvoso conseguiu retirar quase todo o território da situação de seca. Mantém-se 8% em seca fraca, no Alentejo, zona que em Novembro ainda não foi contemplada com valores de precipitação sequer próximos da média.

Reparo para a habitual incorrecção de chamarem "Maior valor da quantidade de precipitação em 24h" ao que é na verdade o Maior valor da quantidade diária de precipitação. E neste caso enquadra-se correctamente nas notas finais do Boletim.
O valor assim definido não dá, no entanto, uma ideia correcta da intensidade da intempérie de chuva. Com o nome dado, "em 24h", o valor correspondente é 118,9 mm, das 4h do dia 4 às 4h do dia 5.

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O mapa apresentado tem, obviamente, algumas discrepâncias em relação ao que eu apresentei. Em primeiro lugar porque as isoietas são traçadas automaticamente, algo que eu ainda não consigo fazer. Em segundo lugar porque é um mapa referente ao total das 9h de dia 30/Set às 9h de 31/Out, enquanto que o que eu apresentei se refere ao período das 0h à 0h. Em geral isso significa menores valores no período 9h-9h, visto que não choveu no dia 30/Set mas ainda choveu com algum significado entre as 9h e as 24h do dia 31/Out.

Nota-se no mapa do IPMA que não foram tidas em conta estações geridas por outras entidades, nomedamente nas áreas do Alentejo e Algarve. Assim o mapa não espelha completamente a realidade da precipitação observada em todas as estações. Apenas alguns exemplos mais notáveis:
- No Algarve,o mapa do IPMA coloca toda a área de Faro ao Barlavento abrangida pela isoieta dos 100 mm. Nas estações da DRAPALG nessa área os valores são inferiores a 100mm.
- O mapa do IPMA não indica áreas de precipitação inferior a 50 mm, mas ocorreram pelo menos no Baixo Alentejo, como se comprova pelos registos de estações da COTR.
- No mapa do IPMA as áreas de precipitação superior a 200 mm de Portalegre e Proença-a-Nova aparecem ligadas formando uma única zona. No entanto estas duas áreas correspondem a zonas diferentes de altitude mais elevada; entre elas não há estações conhecidas e situa-se o vale do Tejo. Tendo-se observado que a precipitação nestas zonas esteve correlacionada positivamente com a altitude, não vejo razão para considerar que nas zonas baixas do vale do Tejo também tenha excedido os 200mm.

Relativamente ao registo do vento, é muito interessante que tenham sido referidos valores registados pelas estações "não oficiais" , leia-se amadoras, de Alcabideche e Cova da Moura/Torres Vedras. :thumbsup:
 

StormRic

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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Acumulados registados na primeira década de Novembro (não foram filtradas as estações com falhas de registo):

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E comparação das temperaturas máximas registadas com os máximos que figuram nas Normais disponíveis e Boletins dos últimos quatro anos:

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Não há alterações às conclusões tiradas ontem, até porque em geral as máximas de ontem não foram tão altas como nos dias anteriores.
 

jonas_87

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11 Mar 2012
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Relativamente ao registo do vento, é muito interessante que tenham sido referidos valores registados pelas estações "não oficiais" , leia-se amadoras, de Alcabideche e Cova da Moura/Torres Vedras. :thumbsup:

Bem não esperava por esta, de falarem da estação do Pai do Vento(Alcabideche) grande surpresa... foi um evento incrível, um dia que ficará para sempre na minha memoria.
 

StormRic

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A precipitação oculta dos últimos dias sem precipitação. Normalmente desconhecida, ela existe e contribui, a par da humidade elevada que lhe está na origem, para a manutenção das condições favoráveis ao coberto vegetal:

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É observável especialmente em algumas estações costeiras e estações em zonas baixas, no entanto é muito variável, nem todas as estações a registam, cada local nestas situações anticiclónicas de vento fraco ou nulo e elevada humidade tem um microclima específico.