Monitorização Clima de Portugal - 2025

Aparte aquele "buraco" muito seco no meio do Baixo Alentejo (que eu acho muito improvável), a comparação com a situação na mesma data nos três anos anteriores mostra que atravessámos um período de seca multi-anual mas que parece terminado à superfície. Resta saber qual é a situação em profundidade.

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Mês de Abril 2025 classificado como chuvoso e quente. Assim, temos uma sequência de 4 meses sem nenhum mês seco. Janeiro - muito chuvoso, Fevereiro - normal (mas 2a quinzena chuvosa), Março - muito chuvoso e Abril - chuvoso.

Maio parece encaminhar-se para um mês normal ou chuvoso, mas vamos acompanhando.
 
Mês de Abril 2025 classificado como chuvoso e quente. Assim, temos uma sequência de 4 meses sem nenhum mês seco. Janeiro - muito chuvoso, Fevereiro - normal (mas 2a quinzena chuvosa), Março - muito chuvoso e Abril - chuvoso.

Maio parece encaminhar-se para um mês normal ou chuvoso, mas vamos acompanhando.
Apesar de chuvosos, todos mais quentes que o normal, exceto Março.
 
No Algarve Abril foi ligeiramente seco a normal, em termos gerais as precipitações oscilaram entre os 35 e os 60 mm, as médias andam em torno os 40/50 mm no litoral.

No que diz respeito ao ano hidrológico temos grandes discrepâncias, no Sotavento há pontos acima dos 900 mm e é possível que haja acima dos 1000. Cacela, por exemplo, está com 931 mm. Por outro lado no Barlavento há locais que estão pouco acima dos 500 mm, como Lagoa. Será um ano chuvoso no Sotavento e na região de Aljezur, mas longe de máximos históricos, e normal na região de Lagoa e Portimão. O que choveu não chega para compensar o défice hídrico dos anos secos recentes. Seria necessário um ano muito chuvoso, especialmente no Barlavento e Alentejo Litoral.
 
Temperaturas de dia 28 e/ou 29 de Maio a superarem, de longe, as máximas normais do mês mais quente (Julho ou Agosto). Comparadas com as máximas normais típicas destas datas finais do mês corrente, média entre as normais médias das máximas de Maio e as de Junho, a diferença é ainda mais espantosa: até 10º ou 11ºC mais altas que o normal 91-20.
Há extremas de Maio das Normais 91-20 que já foram superadas ou igualadas (Nome da estação em negrito)

Para já, basta listar alfabeticamente as estações com inicial A ou B para se ter a ideia de que os recordes estão a caír em grande número neste final do mês.

Máx dia 28; Máx dia 29; Máxima normal; (média normal das máximas do mês mais quente); Extrema Maio 91-20; Estação

26,9; 33,3; 23,3; (Agosto 27,0); 35,3ºC 2006-dia 27; Alcobaça
37,6; 38,9; 27,6; (Agosto 32,9); 38,1ºC 2012-dia 16; Alvalade
37,1; 39,9; 28,1; (Agosto 33,8); 38,5ºC 2001-dia 29; Alvega <---- :shocking:
39,5
; 38,9; 29,2; (Agosto 35,3); 39,5ºC 2015-dia 13; Amareleja
30,2; 35,9; 24,7; (Agosto 29,3); 36,6ºC 2017-dia 24; Anadia
35,5; 38,0; 27,4; (Agosto 33,5); 37,8ºC 2001-dia 29; Avis/Benavila
37,4
; 36,9; 27,7; (Agosto 33,4); 38,7ºC 2015-dia 13; Beja
33,5; 35,6; 24,5; (Agosto 28,7); 35,5ºC 2001-dia 28; Braga/Merelim
30,8; 32,5; 23,7; (Agosto 29,6); 33,6ºC 2001-dia 29; Bragança

(continua)

Se encontrarem algum erro digam, p.f.
 
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Tornados em 2 e 3 de maio - Atualização​


No seguimento da notícia publicada a 2 de maio de 2025 (abaixo) acerca dos tornados em Beja e Campo Maior, foi possível, com novos elementos documentais e relatos de testemunhas entretanto recolhidos, aprofundar a análise dos fenómenos.

No dia 3 de maio registaram-se duas novas ocorrências em Portugal e, pela primeira vez, o Instituto aplicou a escala de Fujita Internacional (IF, International Fujita) para a categorização quantitativa dos fenómenos. Esta escala, cuja versão atual foi publicada pelo ESSL (European Severe Storms Laboratory), em 2023, constitui uma tentativa de exprimir a intensidade de fenómenos de vento forte de uma forma suficientemente genérica, de modo a permitir comparações internacionais. Acresce que ao contrário de anteriores escalas, como a escala clássica de Fujita (F, 1971), a de Torro (T, 2012) e a de Fujita melhorada (EF, 2004), que fazem corresponder a cada classe uma gama de valores de vento máximo instantâneo (média deslizante de 3 s), a escala IF atribui a cada classe um valor de vento máximo instantâneo.

Analisando os vários fenómenos por ordem cronológica, constatamos que no início de maio:

- No dia 2, às 07:09-07:11 UTC (UTC = hora local -1) ocorreu o tornado de Porto de Peles (Beja), classificado como IF1.5, ou seja, com vento máximo instantâneo de magnitude 50 m/s (ou 180 km/h), com um trajeto de, pelo menos, 1200 m e orientação sul/sueste-nor/noroeste.

- No dia 2, entre as 10:50 e as 12:00 UTC (UTC = hora local -1), ocorreu o tornado de Degolados (Campo Maior), classificado como IF2, ou seja, com vento máximo instantâneo de magnitude 60 m/s (ou 220 km/h), com um trajeto de, pelo menos, 700 m e orientação sul/sueste-nor/noroeste.

- No dia 3, às 07:06-07:07 (UTC = hora local -1) ocorreu o tornado de Sesimbra (Sesimbra) que se dissipou ao alcançar terra, não tendo sido possível recolher elementos para o categorizar. O trajeto seguiu um rumo sudoeste-nordeste.

- No dia 3, às 11:42-11:44 UTC (UTC igual a hora local - 1), ocorreu o tornado de Sardoal (Sardoal), classificado como IF1.5, ou seja, com vento máximo instantâneo de magnitude 50 m/s ou 180 km/h), com um trajeto de extensão superior a 3000 m, segundo um rumo sul/sudoeste-nor/nordeste. As figuras 1 e 2 mostram alguns dos efeitos produzidos por este tornado em árvores.

Fonte

Em relação ao tornado de Degolados (Campo Maior) passei por lá uns dias depois e a quantidade de árvores com ramos partidos era mesmo impressionante, com alguns sobreiros arrancados pela raiz. 220km de vento máximo instantâneo é obra.
Felizmente não houve mais danos em casas da localidade porque o tornado passou na zona do campo de futebol, à saída da localidade (sentido Arronches - Campo Maior), onde já só há mais campo.
 
No registo horário, Portalegre igualou o recorde de Faro em 26/07/2004, com uma mínima de 32ºc (isto partindo do princípio que já não baixa mais hoje).

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Resta saber se a mínima real baixou mais ou não, mas o recorde não foi batido.

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