Desde há uns dias que me pus a pensar na razão que levará Faro a ter noites muito quentes em situações de vento de N.
Muito se fala ( incorrectamente) de efeitos de Fohen, não é esse o caso pois para haver Fohen há que haver precipitação.
Ou seja, o ar que vem de norte deveria precipitar nas vertentes norte do Caldeirão-Monchique, perdendo agua, e aquecendo depois com mais facilidade ao descer na encosta sul em direcção a Faro.
Sucede que não ocorre isso, o ar vem de norte, sobe a serra, desce a serra e não perde carga em agua, pelo que se mantem a mesma massa de ar e aquecerá apenas tanto quanto o gradiente adiabático permite em função da carga em agua desse ar.
( O gradiente médio é de +10ºC por cada Km descido, para ar não saturado, se o ar estiver saturado ou for gasta energia em processos de evapotranspiração será menos.)
Sendo que não há fohen, a diferença de apenas 200m de cota entre Beja e Faro justificaria um aquecimento de apenas 2ºC...só que muitas vezes o aquecimento é bem superior!!
Como se justifica isto?
Bom, a minha ideia é que há uma grande importancia do fenómeno de inversão nocturna.
De noite o ar no Alentejo perde muito calor devido ao facto de ser seco e estar em contacto com solos que na maioria dos casos perdem calor muito facilmente.
Dai as noites serem frescas ou mesmo frias em especial quanto comparadas ao calor diurno.
A formação de uma camada de algumas centenas de metros de ar mais frio e denso ( viscoso), torna esse ar de dificil mobilidade.
Então, esse ar nunca conseguirá subir a serra Algarvia, ficando retido a norte na planicie e nas bacias do Tejo-Sado e Guadiana.
Por cima desse ar frio, talvez 200-300m acima, continua no entanto uma massa de ar quente, restos do calor diurno e tambem ar quente que ocorre na média troposfera proveniente do Saara ou aquecido por processos dinamicos de subsidencia anticiclonica ( AA, cintura subtropical).
É esse ar mais quente, leve e de facil locomoção a uma altura já maior ( 500, 600, 700m), que é empurrado para sul e desce em direcção ao Algarve.
Por vir de cotas mais altas, o aquecimento adiabático é maior!
Isto tambem justifica as diferenças maiores durante a noite do que durante as horas de mais calor!
Porque de dia não há inversão nocturna, logo o ar parte quente do alentejo vindo da superficie ( 35-40ºC) e aquece bem menos quando chega ao Algarve ( 37-42ºC).
Esboço:
Muito se fala ( incorrectamente) de efeitos de Fohen, não é esse o caso pois para haver Fohen há que haver precipitação.
Ou seja, o ar que vem de norte deveria precipitar nas vertentes norte do Caldeirão-Monchique, perdendo agua, e aquecendo depois com mais facilidade ao descer na encosta sul em direcção a Faro.
Sucede que não ocorre isso, o ar vem de norte, sobe a serra, desce a serra e não perde carga em agua, pelo que se mantem a mesma massa de ar e aquecerá apenas tanto quanto o gradiente adiabático permite em função da carga em agua desse ar.
( O gradiente médio é de +10ºC por cada Km descido, para ar não saturado, se o ar estiver saturado ou for gasta energia em processos de evapotranspiração será menos.)
Sendo que não há fohen, a diferença de apenas 200m de cota entre Beja e Faro justificaria um aquecimento de apenas 2ºC...só que muitas vezes o aquecimento é bem superior!!
Como se justifica isto?
Bom, a minha ideia é que há uma grande importancia do fenómeno de inversão nocturna.
De noite o ar no Alentejo perde muito calor devido ao facto de ser seco e estar em contacto com solos que na maioria dos casos perdem calor muito facilmente.
Dai as noites serem frescas ou mesmo frias em especial quanto comparadas ao calor diurno.
A formação de uma camada de algumas centenas de metros de ar mais frio e denso ( viscoso), torna esse ar de dificil mobilidade.
Então, esse ar nunca conseguirá subir a serra Algarvia, ficando retido a norte na planicie e nas bacias do Tejo-Sado e Guadiana.
Por cima desse ar frio, talvez 200-300m acima, continua no entanto uma massa de ar quente, restos do calor diurno e tambem ar quente que ocorre na média troposfera proveniente do Saara ou aquecido por processos dinamicos de subsidencia anticiclonica ( AA, cintura subtropical).
É esse ar mais quente, leve e de facil locomoção a uma altura já maior ( 500, 600, 700m), que é empurrado para sul e desce em direcção ao Algarve.
Por vir de cotas mais altas, o aquecimento adiabático é maior!
Isto tambem justifica as diferenças maiores durante a noite do que durante as horas de mais calor!
Porque de dia não há inversão nocturna, logo o ar parte quente do alentejo vindo da superficie ( 35-40ºC) e aquece bem menos quando chega ao Algarve ( 37-42ºC).
Esboço: