Boa Tarde a todos !
Todos nós, independentemente das nossas preferências meteorológicas, devemos considerar-nos uns privilegiados, porque na pequenez de tempo de uma geração (face ao infinito do tempo planetário) estamos a ser contemplados com diversas manifestações meteorológicas, de diferentes sentidos e amplitudes, mas todas elas fascinantes:
1º Um acentuado aquecimento da temperatura global do planeta nas últimas duas décadas.
2º O surgimento de extremos climáticos cada vez mais rigorosos e duradouros.
3º O declínio crescente das tradicionais estações do ano.
4º Um mínimo solar intenso.
5º A perspectivas de alteração da Oscilação Decadal do Pacífico da sua fase quente para a sua fase fria.
6º A pespectivas de uma mudança de sentido da NAO (North Atlantic Ocean) de positiva para negativa.
7º Uma ligeira mas já documentada alteração dos pólos magnéticos do planeta.
Reparem bem na aceleração da variabilidade do clima no último milénio:
Um óptimo climático medieval (mais quente do que o actual) entre os anos 800 e 1200.
Uma Pequena Idade do Gelo nos séculos XVII e XVIII.
E agora atentem no último século:
Um início ameno (a recuperar da Little Ice Age acima referida).
Uns anos 40,50,60,70 muito frios.
Uns anos 80 e 90 muito quentes.
E agora, nos últimos 3/4 anos, um novo arrefecimento ... ?
Espantamo-nos com a neve nos arredores de Lisboa em dois anos consecutivos, ou nas praias da Figueira da Foz, ou em Braga em dois anos consecutivos (apenas no Sameiro no espaço de catorze meses nevou mais vezes do que nas últimas duas décadas, grosso modo), com flocos brancos no Porto, à cota zero, com neve no Alentejo, com o Hemsifério Norte gelado, com as recentes imagens de satélite da Grâ-Bretanha e hoje da Península Ibérica (já viram bem esta última ?) quase todas brancas (fazendo lembrar-nos, ainda que por defeito, as imagens da película The Day After Tomorrow), uma corrente fria potente que chegou até ao Saara, o mar Báltico a iniciar um processo de congelação (algo que não aocntecia há muitos anos), a neve em Sevilha e nas praias mediterrânicasa, a lembrar aquele memorável Fevereiro de 1954, os episódios de freezing rain em Portugal e Espanha, etc.
O que vou dizer a seguir não quer sugerir nada, isto é um forum livre, e como tal há espaço para opiniões cientificamente fundamentadas, mas também há espaço para exposições meramente intuitivas ou opinativas.
No auge da pequena Idade do Gelo, está documentado que a Serra do Marão (a tão poucos Kms do litoral) tinha neve todo o ano, inclusive no pico do chamado Verão. Espantados ? Talvez não ...
Num dos anos da Pequena Idade do Gelo, está documentado que num determinado dia em que a corte portuguesa regressou a Lisboa depiois de uma viagem ao estrangeiro, nesse dia nevava na capital, e nesse ano nevou sete vezes em Lisboa. Admirados ? Eu não ...
Sabiam que na última glaciação (há milhares de anos) o Jet Stream e as suas depressões associadas circulavam muito mais a sul do que actualmente, à latitude do Sara, então verdejante, e que os icebergs chegavam a Gibraltar, passando pelas costas portuguesas ... ?
Talvez não soubessem que na última glaciação, na Iberia nevava com ventos de SW ... sim, de sudoeste ... imaginem agora uma frente marítima destas actuais, mas em vez de chuva, carregadinhas de neve ... interessante, não ?
E já agora, sabiam que uma das características de um início de uma nova era glacial, é um conjunto de extremos climáticos, incluindo um aquecimento súbito prévio a essa glaciação ... ?
É claro que tudo ocorrerá (se ocorrer) em escalas temporais muito grandes, pouco perceptíveis à escala humana ... até porque, se por uma hipótese que peço-vos que respeitem, se estivéssemos já agora, neste momento, no século XXI, a iniciar uma nova glaciação, nunca iríamos sabê-lo, poderíamos estar a testemunhar esse fascinante acontecimento planetário, mas nunca o iríamos reconhecer ... somos ainda muito limitados para tal.
Apenas resta-nos ficar admirados com alguns flocos de neve vindos de SW (!) ocorridos este passado Domingo, com o Jet Stream particularmente activo nas nossas latitudes, com o frio a chegar ao Saara, ou com sucessivos acontecimentos extremos de primeiro calor, agora muito frio, depois secas, logo a seguir rios a transbordar, etc, etc, etc.
E já agora, nunca me canso de pensar, o estado natural do nosso planeta é ser um planeta gelado, estes períodos de clima habitável são interregnos nesse percurso, que por acaso, no presente interregno, deu origem a uma coisa muito complexa chamada humanidade. A chatice é que este novo interregno de clima benigno, segundo as estatísticas, já deveria ter terminado ... mas quem sou eu para garantir qualquer coisa ... resta-me, tal como vocês todos, continuar a assisitir a estes tempos fantásticos que temos o privilégio de assisitir ... mesmo que não tenhamos essa consciência.
Um bom ano a todos, que 2010 promete pela amostra destes dias.
Todos nós, independentemente das nossas preferências meteorológicas, devemos considerar-nos uns privilegiados, porque na pequenez de tempo de uma geração (face ao infinito do tempo planetário) estamos a ser contemplados com diversas manifestações meteorológicas, de diferentes sentidos e amplitudes, mas todas elas fascinantes:
1º Um acentuado aquecimento da temperatura global do planeta nas últimas duas décadas.
2º O surgimento de extremos climáticos cada vez mais rigorosos e duradouros.
3º O declínio crescente das tradicionais estações do ano.
4º Um mínimo solar intenso.
5º A perspectivas de alteração da Oscilação Decadal do Pacífico da sua fase quente para a sua fase fria.
6º A pespectivas de uma mudança de sentido da NAO (North Atlantic Ocean) de positiva para negativa.
7º Uma ligeira mas já documentada alteração dos pólos magnéticos do planeta.
Reparem bem na aceleração da variabilidade do clima no último milénio:
Um óptimo climático medieval (mais quente do que o actual) entre os anos 800 e 1200.
Uma Pequena Idade do Gelo nos séculos XVII e XVIII.
E agora atentem no último século:
Um início ameno (a recuperar da Little Ice Age acima referida).
Uns anos 40,50,60,70 muito frios.
Uns anos 80 e 90 muito quentes.
E agora, nos últimos 3/4 anos, um novo arrefecimento ... ?
Espantamo-nos com a neve nos arredores de Lisboa em dois anos consecutivos, ou nas praias da Figueira da Foz, ou em Braga em dois anos consecutivos (apenas no Sameiro no espaço de catorze meses nevou mais vezes do que nas últimas duas décadas, grosso modo), com flocos brancos no Porto, à cota zero, com neve no Alentejo, com o Hemsifério Norte gelado, com as recentes imagens de satélite da Grâ-Bretanha e hoje da Península Ibérica (já viram bem esta última ?) quase todas brancas (fazendo lembrar-nos, ainda que por defeito, as imagens da película The Day After Tomorrow), uma corrente fria potente que chegou até ao Saara, o mar Báltico a iniciar um processo de congelação (algo que não aocntecia há muitos anos), a neve em Sevilha e nas praias mediterrânicasa, a lembrar aquele memorável Fevereiro de 1954, os episódios de freezing rain em Portugal e Espanha, etc.
O que vou dizer a seguir não quer sugerir nada, isto é um forum livre, e como tal há espaço para opiniões cientificamente fundamentadas, mas também há espaço para exposições meramente intuitivas ou opinativas.
No auge da pequena Idade do Gelo, está documentado que a Serra do Marão (a tão poucos Kms do litoral) tinha neve todo o ano, inclusive no pico do chamado Verão. Espantados ? Talvez não ...
Num dos anos da Pequena Idade do Gelo, está documentado que num determinado dia em que a corte portuguesa regressou a Lisboa depiois de uma viagem ao estrangeiro, nesse dia nevava na capital, e nesse ano nevou sete vezes em Lisboa. Admirados ? Eu não ...
Sabiam que na última glaciação (há milhares de anos) o Jet Stream e as suas depressões associadas circulavam muito mais a sul do que actualmente, à latitude do Sara, então verdejante, e que os icebergs chegavam a Gibraltar, passando pelas costas portuguesas ... ?
Talvez não soubessem que na última glaciação, na Iberia nevava com ventos de SW ... sim, de sudoeste ... imaginem agora uma frente marítima destas actuais, mas em vez de chuva, carregadinhas de neve ... interessante, não ?
E já agora, sabiam que uma das características de um início de uma nova era glacial, é um conjunto de extremos climáticos, incluindo um aquecimento súbito prévio a essa glaciação ... ?
É claro que tudo ocorrerá (se ocorrer) em escalas temporais muito grandes, pouco perceptíveis à escala humana ... até porque, se por uma hipótese que peço-vos que respeitem, se estivéssemos já agora, neste momento, no século XXI, a iniciar uma nova glaciação, nunca iríamos sabê-lo, poderíamos estar a testemunhar esse fascinante acontecimento planetário, mas nunca o iríamos reconhecer ... somos ainda muito limitados para tal.
Apenas resta-nos ficar admirados com alguns flocos de neve vindos de SW (!) ocorridos este passado Domingo, com o Jet Stream particularmente activo nas nossas latitudes, com o frio a chegar ao Saara, ou com sucessivos acontecimentos extremos de primeiro calor, agora muito frio, depois secas, logo a seguir rios a transbordar, etc, etc, etc.
E já agora, nunca me canso de pensar, o estado natural do nosso planeta é ser um planeta gelado, estes períodos de clima habitável são interregnos nesse percurso, que por acaso, no presente interregno, deu origem a uma coisa muito complexa chamada humanidade. A chatice é que este novo interregno de clima benigno, segundo as estatísticas, já deveria ter terminado ... mas quem sou eu para garantir qualquer coisa ... resta-me, tal como vocês todos, continuar a assisitir a estes tempos fantásticos que temos o privilégio de assisitir ... mesmo que não tenhamos essa consciência.
Um bom ano a todos, que 2010 promete pela amostra destes dias.
