Petróleo no Golfo. Um problema para as nossas águas ?

Vince

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23 Jan 2007
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Braga
A maré negra no Golfo do México poderá ser um problema para as nossas águas ? Talvez.

Como todos sabem, a fuga de petróleo no Golfo do México continua sem solução apesar dos esforços.

É também sabido que a corrente do Golfo após sair do Golfo sobe ao longo da costa leste dos EUA a grande velocidade virando para o interior do Atlântico, dividindo-se em vários ramos, sendo um deles a Corrente dos Açores.

É certo que o petróleo ao longo de uma viagem de milhares de quilómetros perderá boa parte da sua nocividade, mas de qualquer forma, num cenário em que a fuga não conseguir ser estancada, as nossas águas podem vir a ser afectadas de alguma forma. Claro que nunca com a gravidade do que se está a passar no Golfo.

O NCAR (National Center for Atmospheric Research) divulgou ontem algumas simulações em modelo que mostram esse cenário, mas refira-se que alguns especialistas consideram que o que chegaria já estaria muito disperso para ser nocivo. Embora tudo isto seja novo, e ninguém tem certezas absolutas sobre esta matéria.


[ame="http://www.youtube.com/watch?v=pE-1G_476nA"]YouTube- Ocean currents likely to carry oil to Atlantic[/ame]


Computers See Oil Spreading Far and Fast

As early as this summer, oil spewing from the floor of the Gulf of Mexico is likely to get caught up in the Gulf Loop Current and flow thousands of miles around Florida and up the East Coast, scientists warned Thursday.

The warning came from investigators at the National Center for Atmospheric Research (NCAR) in Boulder, Colorado who put their powerful computer models to the task of simulating how a liquid released from the Deepwater Horizon spill site at different depths is likely to disperse over the next weeks and months.

Last week, Adminstrator Jane Lubchenko of the National Oceanic and Atmospheric Administration observed that the first oil that became entrained in the current that loops around the Gulf before flowing out to the Atlantic as part of the Gulf Stream had become part of an eddy that cut off from the current and remains in the Gulf.

However, Synte Peacock, a member of the NCAR research team, said the six simulations by the sophisticated computer models suggested that the potential for trouble from oil in the upper 65 feet of water could be far-flung -- and fast.

"Actually," she said in a statement released by NCAR, "our best knowledge says the scope of this environmental disaster is likely to reach far beyond Florida, with impacts that have yet to be understood."

(The simulation above shows that once oil reaches the fast-flowing Loop Current, it could reach the Atlantic Coast of Florida in a matter of weeks and travel with the Gulf Stream as far north as Cape Hatteras, North Carolina, before turning east.)

NCAR emphasized that the simulations are not forecasts "because it is impossible to accurately predict the precise location of the oil weeks or months from now." Weather and ocean conditions that govern dispersal patterns -- including the Loop Current -- are too variable.

What happens to the oil in the Atlantic is the subject of more modeling work. German researcher Martin Visbeck, a member of the study team, noted that scientists have been asked about the potential impact along the coasts of Europe.

"Our assumption is that the enormous lateral mixing in the ocean together with the biological disintegration of the oil should reduce the pollution to levels below harmful concentrations," he said. "But we would like to have this backed up by numbers from some of the best ocean models."

http://news.discovery.com/earth/computers-see-oil-spreading-far-and-fast.html


Gulf oil spill news: Computer models show Gulf oil reaching East Coast

NEW ORLEANS — Computer models show oil leaking from a damaged well in the Gulf of Mexico could wind up on the East Coast and even get carried on currents across the Atlantic Ocean toward Europe.

The National Center for Atmospheric Research models showed Thursday that oil could enter the Gulf’s loop current, go around the tip of Florida and as far north as Cape Hatteras, N.C. According to researchers, oil could threaten East Coast beaches by early July, but they cautioned the models were not a forecast.

The oil could then head by Bermuda on its way to Europe.

Martin Visbeck, a research team member with the University of Kiel in Germany, says it is unlikely any oil reaching Europe would be thick enough to be harmful.

http://www.news-press.com/article/2...uter-models-show-Gulf-oil-reaching-East-Coast




Algumas imagens dramáticas do Boston.com:

o0123681845.jpg


o0523681817.jpg


Mais aqui:
http://www.boston.com/bigpicture/2010/06/caught_in_the_oil.html
 


Paulo H

Cumulonimbus
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2 Jan 2008
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Penso que seria pior caso a fuga tivesse ocorrido no início do inverno, pois no verão a intensidade dos ventos é menor, pelo menos na latitude média (cinturão anticiclonico), o que deverá atrasar o deslocamento da mancha. Como o crude flutua, deverá estar sujeito apenas às correntes de superfície. Em todo o caso, as consequências serão nefastas, muitos documentários serão feitos no futuro narrando a história, as suas consequências e até onde chegou. As consequências, para além de nefastas para a qualidade da água, irão refletir-se em cascata na cadeia trofica dos seres vivos locais incluindo também aqueles que migram para o golfo. Também haverá uma sobre-exploração das reservas de peixe de outras regiões do mundo para abastecer os mercados naqueles países. Em princípio a mancha de crude não deve chegar a portugal continental, passaria primeiro pelas ilhas britânicas, e o crude depois de tão longa viagem oxida-se e vai perdendo flotabilidade. Muita fauna e flora irá morrer, alguma há-de sobreviver e acumular componentes tóxicos, pelo que deverá haver um maior controlo por parte das entidades competentes pela saúde humana.
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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18 Abr 2009
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Para além de muito preocupante é bastante revoltante e já não é só com base em imagens como as apresentadas abaixo já de si dramáticas, mas a curto e médio prazo o que se pode esperar?
Certamente mais uma dor de cabeça associada à preocupação da preservação das nossas águas e toda a vida marinha que alberga. Poderíamos estar apenas relativamente tranquilos se a fuga fosse estancada, mas pelos vistos ainda nada de concreto foi conseguido. :mad:
Até quando esta agonia? :angry:
 

Brunomc

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7 Abr 2008
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Para além de muito preocupante é bastante revoltante e já não é só com base em imagens como as apresentadas abaixo já de si dramáticas, mas a curto e médio prazo o que se pode esperar?
Certamente mais uma dor de cabeça associada à preocupação da preservação das nossas águas e toda a vida marinha que alberga. Poderíamos estar apenas relativamente tranquilos se a fuga fosse estancada, mas pelos vistos ainda nada de concreto foi conseguido.
Até quando esta agonia?

situação muito preocupante :disgust:

só espero que as nossas águas não sejam afectadas...
 

MSantos

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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Esta é sem duvida uma grande tragédia ambiental, as fotos comprovam isso mesmo:disgust:

Esperemos que não chegue às nossas águas...
 

Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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Braga
A grande nojice em que se transformou parte do Golfo do México. Vamos ver o que sucederá se esta temporada passar algum ciclone pela zona. Apenas uma parte do petróleo está à superfície, parece que há plumas submarinas enormes.

petroleo.jpg
 

iceworld

Nimbostratus
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18 Dez 2007
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coimbra ( 85m )
Ouro Negro??
Aquilo a que assistimos era inevitável. No golfo do México, Alasca, Sibéria ou em qualquer outro campo petrolífero a grande profundidade.
A quantidade de energia que se consome nos dias de hoje obriga a explorar estes poços que se situam a mais de 4800 quilómetros abaixo do subsolo oceânico,o que acarreta enormes riscos.
Ghawar na Arábia Saudita que é o maior campo petrolífero do mundo situa-se a 335 metros de profundidade.
O golfo de México nos últimos 20 anos foi o único local que aumentou a sua produção, e seguramente os investimentos vão continuar, estando previsto que aumente a sua produção para os 4milhões de barris diários até ao fim da década.
Os EUA consomem 20 milhões de barris por dia.
O famoso Tupi ao largo do Brasil esta debaixo de 600 metros de água,3.000 metros de rocha e 2.000 metros de sal e contém cerca de 8.000 milhões de barris.
Esperemos que aprendam e rápido a lidar com este tipo de situações ou a estas profundidades os riscos são enormes.
 

MSantos

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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Ouro Negro??
Aquilo a que assistimos era inevitável. No golfo do México, Alasca, Sibéria ou em qualquer outro campo petrolífero a grande profundidade.
A quantidade de energia que se consome nos dias de hoje obriga a explorar estes poços que se situam a mais de 4800 quilómetros abaixo do subsolo oceânico,o que acarreta enormes riscos.
Ghawar na Arábia Saudita que é o maior campo petrolífero do mundo situa-se a 335 metros de profundidade.
O golfo de México nos últimos 20 anos foi o único local que aumentou a sua produção, e seguramente os investimentos vão continuar, estando previsto que aumente a sua produção para os 4milhões de barris diários até ao fim da década.
Os EUA consomem 20 milhões de barris por dia.
O famoso Tupi ao largo do Brasil esta debaixo de 600 metros de água,3.000 metros de rocha e 2.000 metros de sal e contém cerca de 8.000 milhões de barris.
Esperemos que aprendam e rápido a lidar com este tipo de situações ou a estas profundidades os riscos são enormes.

4800 Km:eek:?? Acho que querias dizer metros e não quilometros:huh:

Quanto mais profundo se explora o petroleo mais dispendioso se torna. No caso de algo correr mal mas dificil é resolver o problema:(
 

Mário Barros

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18 Nov 2006
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Tempestade tropical nas Caraíbas faz temer complicações no Golfo do México

Uma tempestade tropical a ganhar força nas Caraíbas é a última má notícia para as equipas da BP que tentam travar e limpar o derrame de petróleo no Golfo, num esforço infrutífero há mais de dois meses.

A primeira tempestade tropical da temporada de furacões no Atlântico, denominada Alex, formou-se hoje na costa Oeste do Caribe e dirige-se para o Belize e para a península mexicana de Yucatan, anunciou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.

A tempestade potencialmente perigosa poderá complicar os esforços para controlar a maré negra no Golfo do México, afirmou hoje o Governo americano.

As primeiras notícias que deram conta do fenómeno referiam que a tempestade não estava na rota do derrame, mas que a situação pode mudar.

Ainda é cedo para saber as exactas consequências, segundo as cadeias de televisão.

A Alex, com ventos de 65 quilómetros por hora desloca-se a uma velocidade de 13 quilómetros/hora em direcção a Oeste-Noroeste e poderia complicar os trabalhos para conter o derrame.

Segundo o Centro de Furacões, com base em Miami, a tempestade situava-se a 355 quilómetros a Leste de Belice, às 09:00 GMT.

O alerta de tempestade tropical entrou em vigor na costa oriental de Belice, a península mexicana de Yucatan e nas ilhas costeiras das Honduras.

A península separa o mar das Caraíbas do Golfo do México.

O aviso está em vigor no México, do Norte de Chetumal a Cancun.

Com menor intensidade e mais tarde, a Alex também pode afectar a costa hondurenha, desde Limon até à fronteira com a Guatemala.

Após passar pelos países da América Central, a tempestade poderá dirigir-se para o Golfo do México.

Lusa
 

Mário Barros

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18 Nov 2006
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Golfo do México: alarme da plataforma da BP estava desligado para não acordar pessoal

Um alarme de emergência da plataforma Deepwater Horizon da BP, no Golfo do México, estava desligado para não acordar o pessoal depois de uma série de alertas falsos. A informação foi avançada ontem por um engenheiro da plataforma à comissão de investigação dos Estados Unidos.

Segundo a Reuters, Mike Williams, engenheiro chefe da plataforma, adiantou que este alarme poderia ter detectado uma concentração anormal de metano inflamável. Esta sinalização poderia ter prevenido a morte de 11 funcionários e, talvez, outros danos maiores que provocaram já a maior maré negra da história dos EUA. "Eles não queriam que o pessoal acordasse às três da manhã com falsos alarmes", disse Williams.

Este funcionário já processou a concessionária Transocean pelo acidente, e foi o último de uma série de testemunhos sobre o acidente do passado 20 de Abril. Apesar deste testemunho, outros garantem que os alarmes estariam a funcionar.

A confirmar-se, não era só este dispositivo que estava fora de serviço. Também o sistema informático que monitorizava as perfurações estaria desactivado devido a problemas técnicos.

A próxima ronda de investigações está marcada para a semana de 23 a 27 de Agosto, em que serão ouvidos os responsáveis da BP e Transocean.

I
 

Brunomc

Nimbostratus
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7 Abr 2008
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Plataforma de petróleo explode no Golfo do México


Uma plataforma de petróleo explodiu no Golfo do México, a oeste do local da plataforma Deepwater Horizon

A agência France Press anunciou que uma plataforma de petróleo no Golfo do México explodiu esta quinta-feira. As informações ainda são escassas mas sabe-se que algumas pessoas foram projectadas para a água, apesar de estarem localizadas.


A plataforma localiza-se a oeste do local onde estava a antiga plataforma Deepwater Horizon. Tal como esta, também a nova explosão aconteceu numa exploração da BP. Vários helicópteros foram destacados para o local.

( em actualização )


Fonte : http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=61132

mais uma :disgust:
 

Brunomc

Nimbostratus
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7 Abr 2008
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Plataforma de petróleo explodiu no Golfo do México

Uma plataforma petrolífera situada no Golfo do México explodiu, hoje, quinta-feira, projectando 13 pessoas para a água. De acordo com a Guarda Costeira dos Estados Unidos, todos os tripulantes foram localizados e a plataforma está a arder. Um ferido foi transportado para um centro médico. O acidente terá provocado uma mancha de petróleo com mais de um quilómetro de extensão.

A plataforma está situada 130 quilómetros a sul de Vermilion Bay, no Estado da Luisiana. Nove helicópteros foram enviados para o local, informou o porta-voz da Guarda Costeira, John Edwards, acrescentando que um dos tripulantes está ferido e foi transportado para o hospital. Quatro navios da Guarda Costeira dirigem-se também para a zona da plataforma, que pertence à empresa Mariner Energy, uma empresa de Houston, no Texas.

A plataforma está a arder, o que faz temer um novo desastre ecológico, mas as equipas de salvamento estão concentradas nas operações de busca e salvamento da tripulação. "Depois vamos preocupar-nos com as causas da explosão", explicou John Edwards. A agência France-Presse adianta que uma mancha de petróleo com cerca de 1,5 km de extensão é visível no local.

O responsável da Guard Costeira explicou que os tripulantes saltaram para a água para se protegerem e estavam todos equipados com fatos de sobrevivência.

A plataforma não estava a produzir no momento da explosão, explicou um responsável da Guarda Costeira citado pelo canal de televisão CNN.

Este acidente acontece cerca de quatro meses após a explosão seguida de naufrágio da plataforma "Deepwater Horizon", também no Golfo do México. Este acidente provocou a morte de 11 pessoas e desenacdeou a pior maré negra da história dos Estados Unidos.

Fonte : http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1653902
 

frederico

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9 Jan 2009
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Porto
Li há uns tempos uma entrevista de um especialista em petróleo que falava nos problemas dos custos de produção. Afirmava que havia petróleo para cem anos, que a Venezuela e o Canadá seriam os grandes produtores do futuro, mas que a exploração seria caríssima por causa da profundidade e de estarem debaixo de umas areias (não percebi bem esta parte). Os custos de produção associados ao aumento da procura por parte das economias emergentes levarão a que o petróleo tenda voltar aos 100 dólares por barril, e que assim se mantenha depois por muito tempo.

Países como Portugal, onde a população é muito dependente do transporte privado para as deslocações diárias, serão os mais prejudicados.