Portugal e Espanha serão os dois países europeus mais afectados pelo aquecimento global em 2025, ano em que não haverá água potável na Península Ibérica, segundo previsões das Nações Unidas. A escassez dos recursos hídricos, provocada pelo aumento da temperatura, resultado do aquecimento, afectará milhões.
Os sucessivos alertas das Nações Unidas apontam para a necessidade urgente de se duplicarem os esforços para aumentar a poupança de água, com risco de milhões de pessoas sofrerem com falta deste recurso. 'Se todos os países do Mundo deixassem de emitir gases com efeito de estufa, seriam necessários três séculos para a natureza recuperar dos danos sofridos', afirmou o meteorologista Anthímio de Azevedo, baseando-se nas conclusões do Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas. O problema de falta de água em Portugal já é uma realidade (ver info): 'Não é algo que acontecerá num futuro longínquo. É daqui a 17 anos e afectará a maioria dos portugueses.'
A explicação, esclarece Anthímio de Azevedo, está no posicionamento do anticiclone dos Açores que tem vindo a mudar a sua localização. 'A tendência é ficar mais a Sudeste, num triângulo formado entre as ilhas Britânicas, Açores e Península Ibérica, bloqueando as superfícies frontais que trazem chuva para Portugal e Espanha', sustenta, acrescentando que o percurso dessas massas de ar será alterado: 'Os países mais afectados serão as ilhas Britânicas, que já estão a ser fustigadas com inundações, e os do Norte da Europa. Quando as massas de água chegarem à Península Ibérica, já vêm sem chuva.'
Na Madeira e no Algarve, já está em prática um mecanismo que poderá ser a solução para o problema da escassez de água potável. As centrais de dessalinização permitem transformar a água salgada do mar em água potável.
FILIPE DUARTE SANTOS, PROFESSOR CATEDRÁTICO: 'TEMOS POUCO TEMPO PARA MUDAR COMPORTAMENTOS'
Correio da Manhã – As previsões apontam 2025 como o ano em que Portugal e Espanha ficam sem água potável...
Filipe Duarte Santos – O problema da água é muito grave. Todos os modelos de alterações climáticas apontam problemas enormes para o Sul da Europa. A tendência para Portugal é a de que os períodos de seca sejam cada vez mais frequentes.
– O que pode ser feito para inverter essa tendência?
– Temos pouco tempo para mudar comportamentos. A população e os governantes têm de se consciencializar de que o Planeta está a mudar.
– O degelo, o aumento do nível médio do mar e a falta de água estão relacionados como?
– Caso derretam os campos de gelo acima do mar, como os glaciares da Gronelândia e das grandes montanhas, haverá graves danos. Calcula-se que, se todo esse gelo desaparecer, o nível do mar aumente cerca de sete metros. Esta subida da água salgada acabará por contaminar os depósitos de água doce, deixando de existir água potável.
Correio da Manhã
Os sucessivos alertas das Nações Unidas apontam para a necessidade urgente de se duplicarem os esforços para aumentar a poupança de água, com risco de milhões de pessoas sofrerem com falta deste recurso. 'Se todos os países do Mundo deixassem de emitir gases com efeito de estufa, seriam necessários três séculos para a natureza recuperar dos danos sofridos', afirmou o meteorologista Anthímio de Azevedo, baseando-se nas conclusões do Painel Intergovernamental para Alterações Climáticas. O problema de falta de água em Portugal já é uma realidade (ver info): 'Não é algo que acontecerá num futuro longínquo. É daqui a 17 anos e afectará a maioria dos portugueses.'
A explicação, esclarece Anthímio de Azevedo, está no posicionamento do anticiclone dos Açores que tem vindo a mudar a sua localização. 'A tendência é ficar mais a Sudeste, num triângulo formado entre as ilhas Britânicas, Açores e Península Ibérica, bloqueando as superfícies frontais que trazem chuva para Portugal e Espanha', sustenta, acrescentando que o percurso dessas massas de ar será alterado: 'Os países mais afectados serão as ilhas Britânicas, que já estão a ser fustigadas com inundações, e os do Norte da Europa. Quando as massas de água chegarem à Península Ibérica, já vêm sem chuva.'
Na Madeira e no Algarve, já está em prática um mecanismo que poderá ser a solução para o problema da escassez de água potável. As centrais de dessalinização permitem transformar a água salgada do mar em água potável.
FILIPE DUARTE SANTOS, PROFESSOR CATEDRÁTICO: 'TEMOS POUCO TEMPO PARA MUDAR COMPORTAMENTOS'
Correio da Manhã – As previsões apontam 2025 como o ano em que Portugal e Espanha ficam sem água potável...
Filipe Duarte Santos – O problema da água é muito grave. Todos os modelos de alterações climáticas apontam problemas enormes para o Sul da Europa. A tendência para Portugal é a de que os períodos de seca sejam cada vez mais frequentes.
– O que pode ser feito para inverter essa tendência?
– Temos pouco tempo para mudar comportamentos. A população e os governantes têm de se consciencializar de que o Planeta está a mudar.
– O degelo, o aumento do nível médio do mar e a falta de água estão relacionados como?
– Caso derretam os campos de gelo acima do mar, como os glaciares da Gronelândia e das grandes montanhas, haverá graves danos. Calcula-se que, se todo esse gelo desaparecer, o nível do mar aumente cerca de sete metros. Esta subida da água salgada acabará por contaminar os depósitos de água doce, deixando de existir água potável.
Correio da Manhã