Sem o El Nino teremos menos shear e mais sistemas a formarem-se na zona de Cabo Verde e previsões de longo prazo do ECMWF apontam para a continuação de um padrão de anticiclone enfraquecido, o que poderia significar ciclones a formarem-se e a curvarem mais cedo para norte, podendo afectar por exemplo os Açores.
Se as previsões dos modelos se confirmarem com a suposta fragilidade do El Niño, teremos de enfrentar um Verão bastante activo e com maiores chances de se formarem verdadeiras tempestades atlânticas em rumo a Nordeste e mesmo a Norte do Atlântico sem o devido bloqueio anticiclónico estando os Açores uma vez mais no seu caminho.
Mas por experiência posso dizer que as pessoas já nem irão fazer muito caso dos alertas. Até porque em dias de ciclones ou furacões as pessoas continuam a sair à rua como sempre fizeram.
Prova disso foi o alerta dado ao Gordon que tudo levava a crer que ia passar pelas ilhas, quando de facto a unica ilha que foi mais fustigada foi Santa Maria. O Governo dos Açores tinha tomado todas as providências necessárias com portos fechados, escolas , ligações marítimas, e outras instituições públicas fechadas, bem como os aeroportos. Isso tudo implicou um enorme gasto financeiro em mantimentos vários que acabaram por se deteriorar nos portos, em pessoas que não tiveram meio nenhum de ir aos hospitais de ilhas mais próximas por motivos vários de saúde e até para irem dar à luz, por terem estado fechados todas as ligações que seriam destinadas das ilhas mais pequenas como Flores, Graciosa, Corvo São Jorge e Santa Maria para as ilhas maiores, daí que se tal acontecer novamente, as pessoas já nem vão fazer caso porque houve muita gente nos Açores que perdeu muito dinheiro à custa desse furacão que de furacão só teve o seu nome.
Mas pronto! O que é certo é que ainda estamos um pouco longe longe do Verão e os modelos certamente irão sendo mais actualizados ao pormenor, mas é uma situação a acompanhar.