Queria dar este contributo (leigo) para o tópico de climatologia mas este está fechado

é só para artigos "peer reviewed"
É um exame rapidíssimo da variação da ACE por época, no Atlântico Norte.
A ACE (accumulated cyclone energy) é uma grandeza que se usa para expressar a intensidade, quer de tempestades individuais, quer de épocas numa determinada área geográfica. É gerado a partir da soma dos quadrados da velocidade máxima do vento, medida ou estimada em intervalos de 6 horas, desde que a mesma velocidade seja igual ou superior a 35 nós (mínimo para que o sistema seja considerado uma tempestade tropical).
Para informações mais precisas pode consultar-se o artigo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Accumulated_cyclone_energy
Os gráficos são gerados a partir da informação disponibilizada pela NOAA:
http://www.aoml.noaa.gov/hrd/tcfaq/E11.html. Dado que nos encontramos perto do final da época de 2012, acrescentei à série publicada o valor da ACE deste ano, até ao momento, sendo, contudo, um valor provisório.
Isto foi feito em google docs

o que limita um pouco a configuração dos gráficos. Não consegui para o segundo tipo de gráfico atribuir a coluna com os anos à legenda do eixo dos xx... Mas o intervalo é idêntico ao do primeiro gráfico, vai de 1851 a 2012. Aqui vai o link para o documento:
https://docs.google.com/spreadsheet/pub?key=0Atxso_LF2CJ7dFhFZjZlbGtvbURNRVZ5ZDdfenp1Wmc&single=true&gid=0&output=html
Fiz uma série de médias aritméticas para intervalos sucessivamente mais longos: contando os 6, 10, 30, 50 e 60 anos anteriores. No início do gráfico todas as médias se assemelham (pois os intervalos mais longos precisam do número correspondente de dados anuais). Deste modo, os primeiros 5 anos da média a 6 anos têm menor relevância, assim como os primeiros 9 da média a 10 anos, 29 da média a 30 anos e assim sucessivamente.
É interessante verificar o famoso "sinal de multi-década", que se torna mais aparente na média dos 30 anos anteriores. É uma variabilidade que manifesta ciclos de 60 anos, sensivelmente, cuja justificação física ainda é pouco conhecida. Verificam-se "picos de intensidade" sensivelmente em torno dos anos de 1895, 1955 e 2005, intercalados por períodos de menor intensidade. (Nota: por se tratarem de médias dos anos anteriores, cada série apresenta algum "atraso" na manifestação dos valores máximos e mínimos relativamente às anteriores).
Por se tratarem de ciclos de 60 anos, a média dos 60 anos anteriores (
considerando apenas a partir de 1910 pelo motivo acima indicado) é relativamente estável. No entanto, parece significativo o facto de esta média de 60 anos ter subido de forma nítida a partir dos anos 90. Correlacioado com isto parece estar o facto de o período de menor intensidade ter sido mais curto entre os picos de 1955 e 2005 do que entre os de 1895 e de 1955.
Dado que esta série de dados apenas permite acompanhar dois ciclos de 60 anos, é completamente insuficiente para desenvolver mais especulações; é perfeitamente admissível que estes ciclos de 60 anos sejam afectados por outros ciclos de período mais longo, cuja manifestação só se tornará aparente com o acumular de mais dados; ou poderá tratar-se de uma manifestação pontual.
Independentemente de se tratar de um fenómeno cíclico ou não, é aparente que nos encontramos no período de maior actividade de ciclones tropicais no Atlântico Norte, desde o início desta série de dados em 1851
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