Previsões segundo os modelos (até 2 semanas) - Novembro 2022

Estado
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Dificílmente Novembro será normal no Baixo Alentejo e Algarve. Talvez na costa oeste se aproxime.
Pelas cartas de acumulados nota-se perfeitamente a situação de noroeste com as precipitações retidas no noroeste/oeste e norte da Península e um ponto ali nas serras a sul de Salamanca.
Bacias do Tejo e do Guadiana fortemente penalizadas !
A carta do GFS até acaba por ser mais optimista mas num período mais alargado entrando já em Dezembro o que já é completa futurologia!
Tem havido uma tendência nos 2 principais modelos de ver depressões a 1 semana a descer em latitude com frentes generosas no sul, em que acabam sempre por recuar.
 
ainda muita água vai passar debaixo das pontes

Eu diria, em certos locais, que muita água vai passar por cima das pontes!

Noutros, até se poderá passar por baixo das pontes, a seco ou quase. Incrível, mas típica, esta assimetria Noroeste/Sueste.

Continuação dos restos das frentes no sul do país
Tens a minha solidariedade, é mesmo frustrante. Talvez as cut-offs de Dezembro...
 
É caso para dizer que ainda muita água vai passar debaixo das pontes até ao fim do mês, mais frentes sucessivas nos próximos dias, a consistência dos modelos é bastante elevada:


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Deveria haver uma regra quando alguém mete uma saída mais agreste de um modelo ter que meter depois a saída para a mesma previsão 48 horas depois, para comparar.

Seria divertido e educacional.

Nada de space karens, apenas uma regra divertida para aprender e para diferenciar das redes sociais onde é a saída mais extrema que atrai mais cliques e iteração para manipular algoritmos e audiências, boa parte tornou-se até uma completa inutilidade devido a essa mesma obsessão pelos cliques.

Depois dos últimos anos em que as comunidades como este fórum e centenas de outros perderam muito com o crescimento das redes sociais mais "egocêntricas" e de promoção individual, antevejo um regresso feliz ao "passado" nos próximos 2 ou 3 anos em que o individualismo e a promoção pessoal dará novamente lugar às verdadeiras comunidades que querem apenas partilhar conhecimento e informação em vez de viverem obsessivamente para os cliques e algoritmos e passarem a noite acordados com quantas visualizações tiveram na madrugada.

Acho que já se nota um pouco isso aqui, lentamente, no reddit e comunidades similares também.
 
Pelo que parece, segundo as últimas saídas dos modelos, existe a possibilidade de se formar uma depressão a sul/sudoeste de Portugal Continental no final deste mês e início do próximo, no eixo mais crítico (Açores-Madeira-Canárias). :surprise: Ainda não é possível dizer ao certo qual vai ser a posição desta depressão, mas se tal ocorrer como se prevê agora poderá ser uma faca de dois gumes: ou a depressão fica longe de Portugal Continental e vem o Antílope, como de costume, ou fica ao largo de Portugal Continental e deixa bons acumulados no Sul, podendo inclusive quebrar o anticiclone e trazendo precipitação generalizada. :rain:
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Veremos o que acontece! :pray:
 
Só uma cut off nos pode salvar
 
Cut-off foi cortada pelo modelo europeu, mas Atlântico fica aberto a mais um monstro de 940 hPa, cuja crista a sul vai trazer bastante chuva no dia 27. Seria suficiente para avisos laranja serem lançados, mas até lá muita coisa pode mudar.

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GFS 6z discorda do cenário e mete um bloqueio de AA, mas esta saída operacional tende a ser má no geral.
Também ainda não há consenso quanto à oscilação atlântica após o dia 25, está tudo em aberto.

Neste caso, só o ECMWF vos pode salvar...
 
Oscilação atlântica muito incerta na troca do mês, alguns modelos dão graus bem altos de positividade. GFS 12z mete um AA de 1042 hPa no Golfo da Biscaia :rolleyes:

Façam as vossas apostas...

A regra de ouro é olhar para os ensembles, especialmente o EPS/GEFS, que são os melhores, e ver o que se passa nas latitudes altas.
Anomalias positivas do geopotencial entre os 55-70ºN e os 50ºW-40ºE são sempre para desconfiar.
Se bater certo com o que se passa nos trópicos, MJO, ainda mais se desconfia.

Para já temos assinatura clara de bloqueio anticiclone na área geográfica referida:

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A assinatura da MJO, com a maioria da convecção centrada sobre a América do Sul entre dias 24-30, correspondente à fase 8 da MJO para Novembro.

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As correlações da fase 8 são favoráveis a bloqueio no Atlântico, com áreas de baixa pressão mais a leste sobre África-Ibéria-Mediterraneo.
Não é um sinal ideal de AO/NAO negativa, que daria chuva generalizada e intensa, mas não é mau.

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Portanto há consistência nos padrões sub-sazonais e no que os modelos estão a prever, pelo que a minha opinião é que não há absolutamente nenhuma indicação clara de tempo consistentemente seco pelo menos nos próximos 10-15 dias, pelo contrário, deverá chover bem em especial no norte e centro.

A longo prazo (sazonal-mensal), temos alguns indicadores interessantes, como os padrões de distribuição global das anomalias da temperatura da água do mar, o QBO, a atividade solar ou a persistência da La Niña, que neste momento apresentam-se favoráveis para Dezembro. Já em Jan/Fev alguns dos sinais ficam um pouco menos ciclónicos, e depois volta a ficar melhor para Março.

Ou seja, apostaria que Dezembro segue um tom assim mais para o chuvoso, talvez com algum período mais seco/frio pelo meio, e depois o resto do Inverno poderá ser algo variável com diferentes padrões em concorrência. Se ganhar a influencia da dinamica oceanica, talvez a coisa se mostre mais normal em precipitação, se ganhar a dinamica associada ao QBO/Solar poderá ser manifestamente mais seco. Final do Inverno/inicio da primavera talvez de novo mais húmido.

E pronto fica aqui feita a análise, alguma partilha do que vou aprendendo sobre isto, a ver como envelhece este post heheh
 
Eu vejo isto com cara, de ser mais um Dezembro seco, ameno e muito pouco interessante para o sul, pelo menos para a 1a metade de Dezembro.
Última saída (06z) do GFS, pelo menos, corrobora as tuas palavras. Termina a previsão de precipitação, de uma forma drástica, às 00h do dia 25 com a entrada brusca do anticiclone vindo de sudoeste, para todo o continente.

Depois, lá muito longe, aquela previsão de uma cut-off no dia 4 daria uns chuviscos para o litoral sul.
E a situação de Leste/Nordeste iria prevalecer toda a primeira semana de Dezembro.

Aguardemos e comparemos com os outros modelos.

Mas o UKMO concorda com a entrada do AA no dia 25:
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Na saída das 12z, o GFS mantém, e isso já parece consensual com outros modelos, a interrupção pelo anticiclone desde o dia 25 ao dia 3.
Portanto, a partir de Sábado 25 e até ao Sábado 03, temos em princípio uma semana inteira seca para limpar pluviómetros. :unsure:

Novidade nesta saída é a cut-off de dia 4 intensificar-se, mas a 300 horas esta previsão vale praticamente zero.:rolleyes:

Entretanto, é este o horário das frentes dos próximos três dias, todos de chuva em princípio a atingir todo o território continental:

Frente quente de um sistema frontal complexo envolvendo um sector quente muito alargado chegará durante a próxima madrugada/manhã, precedida dos últimos aguaceiros frios do pós-frontal da frente fria que está nesta altura a acabar de passar no Algarve:
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Carta mais actual (saída das 18h de hoje):
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O continente situar-se-á nesse sector quente até à madrugada de 4ªfeira, com precipitações especialmente volumosas no Noroeste:
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Ao meio-dia de 4ª, a segunda frente fria, que terminará o sector quente, está prevista ter passado rapidamente pelas Regiões Norte e Centro, mas não chegando a descer em latitude o suficiente para passar da AML para sul, enquanto nos Açores se forma...
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... um novo incipiente sector quente alargado, pela ondulação daquela frente fria. Ou seja, todo o Sul nunca sairá, por enquanto, da massa de ar sub-tropical.

Na 4ª à noite, um segmento da frente passará assim a frente quente que irá progredir para nordeste. Logo atrás deste sector vem a última frente fria empurrada já pela crista anticiclonica que é uma extensão para NNW do AA (que esteve sumido a sul/sudoeste dos Açores).
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5ª ao meio-dia, a frente fria deste sector recém-formado mas pouco activo, chega ao litoral Oeste. Até à noite, e madrugada seguinte, de sexta, passará esta e a outra frente que fechará por uma semana os longos episódios de precipitação no continente.
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Edição: inserida carta para as 18h de amanhã 22.
 
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