Ano de 1995
O ano de 1995 foi, globalmente, o mais quente desde 1931, em Portugal Continental.
A análise estatística das séries climatológicas da temperatura média do ar em Portugal Continental, com base em 40 estações no período 1931-1995, indica que o ano de 1995 foi globalmente o mais quente, com uma temperatura regional média anual de 16.2°C e um desvio em relação à média de 1961-90 de +1.2°C. Para esta anomalia positiva da temperatura média do ar contribuíram quer a média da temperatura máxima, quer a média da temperatura mínima, com desvios de +1.0°C a +2.2°C. A temperatura média do ar no ano de 1995 foi superior ao valor médio (referido ao período de 1961-90) em quase todos os meses, com excepção para o mês de Setembro. O valor da média anual da temperatura mínima no ano de 1995 foi o mais elevado desde 1931, e o valor da média da temperatura máxima foi o 2º valor mais elevado
Neste ano merece particular realce a 3ª década de Março e o período de 1 a 18 de Abril, em que as temperaturas máximas observadas foram muito elevadas; de referir ainda a grande sequência de dias com elevados valores da temperatura do ar, fenómeno pouco frequente para esta época do ano. A partir do dia 19 de Abril deu-se uma descida brusca dos valores da temperatura do ar, com queda de neve e granizo e ocorrência de geadas; registaram-se descidas de 12 a 15ºC na temperatura máxima e de 9 a 11ºC na temperatura mínima, entre dois dias consecutivos.
Em Julho, nos dias 23 e 24, registaram-se valores elevados da temperatura do ar tendo sido ultrapassado os máximos absolutos em alguns locais, nomeadamente no Alentejo: Beja : 45.3°C dia 23 (máximo absoluto anterior de 43.7°C em 15 de Julho de 1991) Amareleja: 46.5°C dia 24 (máximo absoluto anterior de 44.0°C em 17 de Julho de 1991)
A ocorrência de valores elevados da temperatura do ar, associada por vezes a condições favoráveis de vento, deu origem a um número elevado de fogos, 31236, a que correspondeu um total de área ardida de 128 165 ha, três vezes superior à àrea ardida no ano de 1994. As regiões mais afectadas foram as do Norte e Centro, com 6937 fogos (um total de 56 185 ha).
O ano de 1995,quanto à precipitação,foi caracterizado pela continuação da situação de seca até Agosto, que afectou em particular as regiões a sul do rio Tejo, nomeadamente as bacias hidrográficas dos rios Sado, Mira e Guadiana. Devido aos valores pouco significativos da quantidade de precipitação, as consequências da situação de seca agravaram-se devido à diminuição dos níveis de água nas barragens com prejuízos na agricultura. A partir de Outubro a situação alterou-se radicalmente. As quantidades de precipitação registadas nos meses de Novembro e Dezembro permitem classificá-los de chuvoso e extremamente chuvoso, respectivamente. De referir que, no mês de Dezembro, nas regiões do sul cerca de 60% da quantidade de precipitação total no mês ocorreu num período de 7 dias (7 a 13 de Dezembro). Estes valores elevados da quantidade de precipitação contribuiram para a ocorrência de inundações nas zonas urbanas do Alentejo e Algarve. Nas regiões do norte e centro, cerca de 80 a 90% da quantidade de precipitação total no mês de Dezembro ocorreu num período de 10 dias (22 a 31). Ainda neste mês o período de retorno dos máximos diários observados foi, para algumas estações, de 10 a 20 anos; no entanto é de salientar os casos de Coimbra e Tavira em que o máximo diário registado corresponde ao período de retorno de 70 anos. Pode assim dizer-se que a quantidade de precipitação diária teve um carácter excepcional. Os elevados valores da precipitação registados fizeram subir consideravelmente o nível dos cursos de água, tendo ocorrido cheias e inundações.
Copyright © 1997 Instituto de Meteorologia
O ano de 1995 foi, globalmente, o mais quente desde 1931, em Portugal Continental.
A análise estatística das séries climatológicas da temperatura média do ar em Portugal Continental, com base em 40 estações no período 1931-1995, indica que o ano de 1995 foi globalmente o mais quente, com uma temperatura regional média anual de 16.2°C e um desvio em relação à média de 1961-90 de +1.2°C. Para esta anomalia positiva da temperatura média do ar contribuíram quer a média da temperatura máxima, quer a média da temperatura mínima, com desvios de +1.0°C a +2.2°C. A temperatura média do ar no ano de 1995 foi superior ao valor médio (referido ao período de 1961-90) em quase todos os meses, com excepção para o mês de Setembro. O valor da média anual da temperatura mínima no ano de 1995 foi o mais elevado desde 1931, e o valor da média da temperatura máxima foi o 2º valor mais elevado
Neste ano merece particular realce a 3ª década de Março e o período de 1 a 18 de Abril, em que as temperaturas máximas observadas foram muito elevadas; de referir ainda a grande sequência de dias com elevados valores da temperatura do ar, fenómeno pouco frequente para esta época do ano. A partir do dia 19 de Abril deu-se uma descida brusca dos valores da temperatura do ar, com queda de neve e granizo e ocorrência de geadas; registaram-se descidas de 12 a 15ºC na temperatura máxima e de 9 a 11ºC na temperatura mínima, entre dois dias consecutivos.
Em Julho, nos dias 23 e 24, registaram-se valores elevados da temperatura do ar tendo sido ultrapassado os máximos absolutos em alguns locais, nomeadamente no Alentejo: Beja : 45.3°C dia 23 (máximo absoluto anterior de 43.7°C em 15 de Julho de 1991) Amareleja: 46.5°C dia 24 (máximo absoluto anterior de 44.0°C em 17 de Julho de 1991)
A ocorrência de valores elevados da temperatura do ar, associada por vezes a condições favoráveis de vento, deu origem a um número elevado de fogos, 31236, a que correspondeu um total de área ardida de 128 165 ha, três vezes superior à àrea ardida no ano de 1994. As regiões mais afectadas foram as do Norte e Centro, com 6937 fogos (um total de 56 185 ha).
O ano de 1995,quanto à precipitação,foi caracterizado pela continuação da situação de seca até Agosto, que afectou em particular as regiões a sul do rio Tejo, nomeadamente as bacias hidrográficas dos rios Sado, Mira e Guadiana. Devido aos valores pouco significativos da quantidade de precipitação, as consequências da situação de seca agravaram-se devido à diminuição dos níveis de água nas barragens com prejuízos na agricultura. A partir de Outubro a situação alterou-se radicalmente. As quantidades de precipitação registadas nos meses de Novembro e Dezembro permitem classificá-los de chuvoso e extremamente chuvoso, respectivamente. De referir que, no mês de Dezembro, nas regiões do sul cerca de 60% da quantidade de precipitação total no mês ocorreu num período de 7 dias (7 a 13 de Dezembro). Estes valores elevados da quantidade de precipitação contribuiram para a ocorrência de inundações nas zonas urbanas do Alentejo e Algarve. Nas regiões do norte e centro, cerca de 80 a 90% da quantidade de precipitação total no mês de Dezembro ocorreu num período de 10 dias (22 a 31). Ainda neste mês o período de retorno dos máximos diários observados foi, para algumas estações, de 10 a 20 anos; no entanto é de salientar os casos de Coimbra e Tavira em que o máximo diário registado corresponde ao período de retorno de 70 anos. Pode assim dizer-se que a quantidade de precipitação diária teve um carácter excepcional. Os elevados valores da precipitação registados fizeram subir consideravelmente o nível dos cursos de água, tendo ocorrido cheias e inundações.
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