Sensacionalismo ou não, independentemente dos métodos habitualmente utilizados em vários meios de comunicação como a TVI, embora volta e meia a concorrência acabe por cair no mesmo erro se assim se puder chamar, infelizmente e desde há muito que é um hábito que cada vez que o chão que pisamos se manifesta é inevitável que praticamente se repita o discurso de ocasiões anteriores na maioria das vezes logo após ter ocorrido um sismo, apesar de não ter sido o caso desta vez, pelo menos não teve ligação directa a alguma ocorrência específica, creio!
Agora o que é importante extrair de tudo isto, e penso que seria aqui que devíamos centrar a nossa atenção é que não que o teor destas reportagens seja inútil, longe disso, mas acaba sempre por soar a repetição e acaba por se lhe atribuir uma exagerada banalidade sobretudo porque felizmente ou infelizmente, tal como também na peça foi mencionado, as ocorrências sísmicas por cá não só não são muito frequentes e há já demasiados anos que têm ocorrido com fraca intensidade, daí que esta problemática não seja uma prioridade para o País!
Destacou-se a importância que os sucessivos governos, mesmo sendo representados por formados em Engenharia Civil, deviam atribuir à velha questão do parque urbano em muitos locais envelhecidos e sem recuperação de fundo à vista.
Na maioria das situações consideradas muito preocupantes, apenas foi efectuado o dito
pilling para o turista ver, quando o nível estrutural destas edificações perigosamente se manteve e avançaram-se números assustadores em termos de baixas humanas em caso de uma catástrofe (anunciada)!
Não tivesse eu já trabalhado na concepção de projectos há já vários anos, diria que o que vi na reportagem da TVI me soaria a um grande exagero como muitos outros só para vender espaço televisivo! De facto não é assim! Os exemplos de construções no casco antigo nos bairros típicos com as suas perigosas adaptações colocando em sério risco a sustentação dessas edificações bem como os edifícios construídos desde há algumas décadas, muitos praticamente ocos na sua base, apenas sustentados por pilares os quais sem reforços de sustentação lateral, em caso de oscilações sobretudo horizontais, impediriam o seu possível colapso.
Bom, o pântano económico em que o País se encontra está longe de constituir quaisquer condições favoráveis a um qualquer programa de reabilitação urbana na devida proporção de que tanto necessita. Seria necessário um assustador número com muitos zeros em € para dar resposta à situação caótica em que Portugal se encontra e crê-se que nem um terramoto político consiga de alguma forma desbloquear decisões como estas das quais o País tanto depende para enfrentar um hipotético cenário de catástrofe que certamente levaria ao colapso da economia por um período não inferior a pelo menos 3 gerações!