Sacristão é o meteorologista "infalível" da povoação de Lanhelas
É uma das figuras mais populares da freguesia de Lanhelas, em Caminha, onde todos já se habituaram a vê-lo, diariamente, faça chuva ou faça sol, a cirandar pela zona da igreja.
Além de sacristão, há mais de 30 anos, o "Tio Zé", de seu nome de batismo José Sequeiros e alcunha de família (por parte do pai) "Zé da Caca", é "infalível" nas suas previsões meteorológicas. O povo pergunta e ele responde certeiro, se vai chover, nevar, fazer sol ou vento.
Um misto entre a vocação familiar para as "artes divinatórias" da meteorologia e a informação a que assiste religiosamente na televisão espanhola tornaram-no numa espécie de "Borda d"Água" ou "Seringador" (almanaques populares que apresentam prognósticos para o ano, conselhos práticos baseados na sabedoria popular) em que os lanhelenses confiam.
Influencia o calendário
"Era eu menina e já o Zé fazia a meteorologia. Acerta sempre. O conhecimento empírico é muito importante. É a experiência de vida e a atenção que presta ao ambiente, às nuvens, ao sol, à lua, e depois compila tudo na cabeça, faz uma mistela e sai a meteorologia", contou ao JN a presidente da Junta de Lanhelas, Josefina Covinha, garantindo que até se calendarizam eventos "de acordo com a previsão do Zé".
Ao JN, José Sequeiros, de 67 anos, previu o ano de 2017. "Pelos primeiros 12 dias de janeiro já se consegue calcular o que vai acontecer durante o ano. A seguir a fevereiro, dão algumas chuvas até abril, embora março venha mais brando de frio. A partir de maio, vem o bom tempo, mais firme. E depois começa um verão de cinco meses", adianta.
Para outubro, o "Tio Zé" já vê influência do princípio de outono, mas assegura que, "em novembro abranda, com algumas chuvas e nevoeiros, e em dezembro já dá tempo mais chuvoso e severo". Já este mês acredita que vai continuar "um bocado ruim, com frio, aguaceiros e por vezes alguma neve, e ventos de noroeste e norte". "Até à primeira semana de março ainda pode haver alguma influência, mas depois já abranda", avisa.
Verão de cinco meses
Mas o "meteorologista" de Lanhelas acredita que de maio a setembro virá muito calor. "A tendência do século XXI é para invernos mais frios e rigorosos e verões quentes", diz.
Olhar o céu para descortinar o tempo é prática natural para José Sequeiros. "É uma herança de família. Antigamente era assim. Agora há tecnologias, mas às vezes não saem tão certas", conclui o homem que "adivinha" o tempo.
in: http://www.jn.pt/local/noticias/via...nfalivel-da-povoacao-de-lanhelas-5655821.html
É uma das figuras mais populares da freguesia de Lanhelas, em Caminha, onde todos já se habituaram a vê-lo, diariamente, faça chuva ou faça sol, a cirandar pela zona da igreja.
Além de sacristão, há mais de 30 anos, o "Tio Zé", de seu nome de batismo José Sequeiros e alcunha de família (por parte do pai) "Zé da Caca", é "infalível" nas suas previsões meteorológicas. O povo pergunta e ele responde certeiro, se vai chover, nevar, fazer sol ou vento.
Um misto entre a vocação familiar para as "artes divinatórias" da meteorologia e a informação a que assiste religiosamente na televisão espanhola tornaram-no numa espécie de "Borda d"Água" ou "Seringador" (almanaques populares que apresentam prognósticos para o ano, conselhos práticos baseados na sabedoria popular) em que os lanhelenses confiam.
Influencia o calendário
"Era eu menina e já o Zé fazia a meteorologia. Acerta sempre. O conhecimento empírico é muito importante. É a experiência de vida e a atenção que presta ao ambiente, às nuvens, ao sol, à lua, e depois compila tudo na cabeça, faz uma mistela e sai a meteorologia", contou ao JN a presidente da Junta de Lanhelas, Josefina Covinha, garantindo que até se calendarizam eventos "de acordo com a previsão do Zé".
Ao JN, José Sequeiros, de 67 anos, previu o ano de 2017. "Pelos primeiros 12 dias de janeiro já se consegue calcular o que vai acontecer durante o ano. A seguir a fevereiro, dão algumas chuvas até abril, embora março venha mais brando de frio. A partir de maio, vem o bom tempo, mais firme. E depois começa um verão de cinco meses", adianta.
Para outubro, o "Tio Zé" já vê influência do princípio de outono, mas assegura que, "em novembro abranda, com algumas chuvas e nevoeiros, e em dezembro já dá tempo mais chuvoso e severo". Já este mês acredita que vai continuar "um bocado ruim, com frio, aguaceiros e por vezes alguma neve, e ventos de noroeste e norte". "Até à primeira semana de março ainda pode haver alguma influência, mas depois já abranda", avisa.
Verão de cinco meses
Mas o "meteorologista" de Lanhelas acredita que de maio a setembro virá muito calor. "A tendência do século XXI é para invernos mais frios e rigorosos e verões quentes", diz.
Olhar o céu para descortinar o tempo é prática natural para José Sequeiros. "É uma herança de família. Antigamente era assim. Agora há tecnologias, mas às vezes não saem tão certas", conclui o homem que "adivinha" o tempo.
in: http://www.jn.pt/local/noticias/via...nfalivel-da-povoacao-de-lanhelas-5655821.html