Barragem de Sambade já enche
Domingo, 6 de Julho de 2008
Já começou a encher a barragem de Sambade, em Alfândega da Fé. Vai dar de beber, em quantidade e qualidade, àquele concelho e a algumas freguesias do concelho vizinho de Vila Flor, situadas no vale da Vilariça. Esta é uma das seis grandes barragens que a empresa intermunicipal Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro (ATMAD), tem concluídas ou em fase de conclusão, em toda a região, para abastecimento público.
A de Veiguinhas, em Bragança, está em fase de Avaliação de Impacte Ambiental. A barragem de Sambade, que foi visitada por responsáveis e técnicos da empresa, está fechada desde Maio e neste momento já tem armazenados 105 mil metros cúbicos de água. "Pensamos que antes do próximo Inverno estará cheia para abastecer toda a comunidade", perspectivou Alexandre Chaves, presidente do Conselho de Administração da ATMAD. A par da barragem foi construída uma Estação de Tratamento de Água. Foram instalados também cerca de 30 quilómetros de condutas adutoras para abastecer algumas povoações.
Alexandre Chaves garante que, "a partir de Novembro", as populações que hão-de beber água de Sambade podem contar com "qualidade, quantidade, fiabilidade e segurança". A barragem foi construída pelo método de aterro, "o mais adequado a este tipo de barragens". Daí que Alexandre Chaves não tema que venha a acontecer o mesmo que na de Valtorno/Mourão, em Vila Flor, que já está a funcionar. Aquele equipamento, construído em betão, revelou fissuras algum tempo depois de entrar em funcionamento. Aberturas subterrâneas por onde se escoava alguma água. Foi necessário gastar mais 150 mil euros para resolver o problema.
Por ser construída por aterro, o presidente da ATMAD pensa o problema não se colocará a Sambade. Pelo sim, pelo não, está a decorrer a primeira fase de enchimento, que há-de revelar se houve falhas na construção. "Se os houver será necessário pôr-lhes termo", notou, observando que, até ao momento, "não há registo de qualquer perda da água armazenada".
Para além de Sambade, cuja inauguração oficial será presidida, em breve, "por quem de direito", estão também a armazenar água as barragens de Valtorno/Mourão, em Vila Flor, e Pinhão, nos limites dos concelhos de Sabrosa e Vila Pouca de Aguiar. Falta concluir e fechar a barragem das Olgas, em Torre de Moncorvo e a da Ferradosa, em Freixo de Espada à Cinta.
"Estão em estado adiantado de construção e pensamos fechá-las ainda durante este Verão", afiançou Alexandre Chaves. E revelou que a de Pretarouca, em Lamego, está concluída "até ao final deste ano". O investimento total feito pela ATMAD no abastecimento público de água em toda a região é de 250 milhões de euros.
Das 2200 origens que existiam antes de 2001 passou-se para 26. Para além das novas barragens houve intervenções para melhorar algumas existentes. "É um salto qualitativo do terceiro para o primeiro mundo", entende Alexandre Chaves. Os investimentos incidiram nos 31 concelhos que aderiram ao sistema intermunicipal de águas. De fora permanecem Carrazeda de Ansiães, Miranda do Douro, Vimioso e Penedono.
Eduardo Pinto
Fonte:
http://gerotempo.blogspot.com/2008/07/barragem-de-sambade-j-enche.html
Bragança: População continua a ser abastecida de água por camiões cisterna
Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007
O presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, garantiu hoje que não faltará água nas torneiras da cidade apesar do abastecimento à população continuar a ser garantido com recurso a camiões cisterna. "Não encaramos sequer a hipótese de fazer cortes de água à população", assegurou o autarca num debate na assembleia municipal.
Jorge Nunes reforçou que "nem que seja necessário transportar toda a água" para consumo, a população não será afectada no abastecimento. O município de Bragança está a viver uma situação inédita no país com a barragem da Serra Serrada, que abastece cerca de 30 mil habitantes, praticamente vazia, apesar de ainda em Julho estar na sua capacidade máxima de armazenamento e do Verão favorável. Desde quarta-feira que dois camiões cisterna fazem duas viagens diárias entre Bragança e Macedo de Cavaleiros para transportar água da albufeira do Azibo para os depósitos da capital de distrito.
Este é o primeiro de seis níveis de um plano de contingência que, a partir da próxima terça-feira será reforçado para o nível quatro, triplicando os meios envolvidos, segundo anunciou o autarca. Desta forma, o presidente da Câmara de Bragança garante que a água não vai faltar aos munícipes e pretende prolongar o processo até ocorrer um pico de chuva, que espera seja para breve.
A oposição na autarquia responsabilizou Jorge Nunes pela situação, com a vereação do PS a acusar o edil de "má gestão da água por alegadamente "gastar as reservas em produção de energia esquecendo-se que este é o único ponto de abastecimento à população". Jorge Nunes reconheceu que neste Verão não houve necessidade de abrir a barragem tão cedo como em anos anteriores e que só a 16 de Julho começou a ser feito o abastecimento a partir da Serra da Serrada.
A albufeira tem capacidade de armazenamento de 1,2 milhões de metros cúbicos de água, que dariam para quase meio ano sem chuva e sem sistemas alternativos, de acordo com os consumos médios mensais de sete mil metros cúbicos divulgados pela autarquia. Jorge Nunes reiterou que o problema de Bragança só será resolvido com a construção de uma segunda barragem, a de Veiguinhas.
A oposição apoia o empreendimento, mas alega que, enquanto não forem ultrapassados os obstáculos ambientais que têm impedido de avançar o projecto com 20 anos, o autarca deve procurar alternativas. O autarca insiste na barragem de Veiguinhas que vai ser alvo de um terceiro estudo de impacte ambiental por estar projectada para o Parque Natural de Montesinho. Se Veiguinhas não avançar no próximo ano, Jorge Nunes reiterou a sua intenção de promover um referendo local para perguntar à população se prefere a barragem ou preservar um pedaço ínfimo de vegetação de Montesinho".
Fonte:
http://gerotempo.blogspot.com/2007/12/bragana-populao-continua-ser-abastecida.html