Seguimento Açores e Madeira - Setembro 2025

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IPMA AÇORES:

Hoje, dia 24 de setembro, às 09:00 UTC (hora local dos Açores), o ciclone tropical Gabrielle
localizava-se a aproximadamente 2190 km a oeste (W) do Grupo Ocidental dos Açores. No seu
centro, registava-se uma pressão mínima de 959 hPa, deslocando-se para és-nordeste a uma
velocidade de 41 km/h. Neste momento, o ciclone Gabrielle é classificado como um furacão de
Categoria 3 na escala de Saffir-Simpson.

Mantém-se a previsão de que o centro do ciclone deverá passar entre os Grupos Ocidental e Central,
mais próximo das ilhas do Grupo Central. Os primeiros efeitos deverão começar a sentir-se no
arquipélago a partir do final do dia de quinta-feira, 25 de setembro. Espera-se que, à medida que se
aproxima dos Açores, o Gabrielle perca gradualmente intensidade, atingindo a região com força de
furacão de Categoria 1.

Tendo em conta a informação meteorológica disponível à hora da emissão deste comunicado, são
esperadas condições meteorológicas adversas em especial nos Grupos Ocidental e Central.
No Grupo Ocidental, a precipitação será forte, o vento com rajadas até 150 km/h de sul a rodar para
norte, e a agitação marítima com ondas entre os 8 a 10 metros de altura significativa, podendo a
onda máxima atingir os 14 a 18 metros.

No Grupo Central, poderá ocorrer precipitação por vezes forte, o vento com rajadas que poderão
atingir os 200 km/h de sul a rodar para noroeste, e a agitação marítima com ondas entre os 8 a 10
metros de altura significativa, podendo a onda máxima atingir os 14 a 18 metros.
O Grupo Oriental deverá ser o menos afetado, sendo esperada precipitação por vezes forte, vento a
soprar com rajadas até 90 km/h e a ondulação a variar entre os 6 a 7 metros de altura significativa.
[Novo comunicado será emitido dia 24 de Setembro às 21:00 UTC (hora local dos Açores)].

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Salvo erro, com o Lorenzo as rajadas previstas ficaram nos 190, com 40% de chegarem aos 200 (IPMA).

No NHC, aviso 39 (último aviso antes das ilhas):

ESTIMATED MINIMUM CENTRAL PRESSURE 960 MB
MAX SUSTAINED WINDS 85 KT WITH GUSTS TO 105 KT.
64 KT.......100NE 130SE 120SW 80NW.
50 KT.......200NE 240SE 230SW 150NW.
34 KT.......300NE 340SE 300SW 270NW.
12 FT SEAS..420NE 600SE 660SW 680NW.

As rajadas inserem-se num possível sting jet previsto pelos modelos, algo que até está na discussão do atual aviso.

Gabrielle should continue to weaken due to increasing shear and decreasing sea surface temperatures along the forecast track. However, the ECMWF and the GFS are in good agreement that the cyclone should have 75-80 kt winds in the southwestern quadrant as it approaches and moves through the Azores. These forecast winds are likely due to a baroclinic sting jet as Gabrielle interacts with an upper-level trough and undergoes extratropical transition.

Apesar de no ECMWF (e já de vez no UKMO) as rajadas excedem os 200 qph (não necessariamente sobre as ilhas), no GFS elas 'apenas' rondam os 150 qph nas redondezas das ilhas e ligeiramente acima a norte das ilhas. O HAFS, o modelo mais moderno e específico para CTs, também indica um fortalecimento dos ventos mas o pior ficaria bem a norte das ilhas.

Sting Jets ocasionalmente ocorrem nas ciclogéneses explosivas, havendo alguns pontos importantes a reter. As ciclogéneses explosivas são pouco comuns nos Açores, nem todas as ciclogéneses explosivas têm sting jets e só se especula que ocorreu um sting jet quando há danos incomuns associados ao vento. Sting jets não têm propriamente grandes dimensões e as ilhas são pequenas. Sting jets têm uma configuração específica no satélite.

O mesmo se aplica aos CTs. Nem todas as transições extra-tropicais produzirão um SJ. Mas quando ocorrem, como dá para ver, podem ser uma grande chatice. O Lorenzo era uma besta em nome próprio, não tendo ocorrido uma TET nas ilhas.
 
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GFS mostra um hit directo do olho nas ilhas do grupo central. O que pode não ser mau de todo porque significaria que o grosso do vento e precipitação nos flancos ficaria no mar.

Já agora, há exemplos na história recente do olho fazer landfall nas ilhas?
 
Já agora, há exemplos na história recente do olho fazer landfall nas ilhas?

Direto, direto o Alex 2016.

A poucas dezenas de quilómetros, Lorenzo 2019, Gaston 2016.

Landfall 'direto' nos Açores é muito difícil por razões óbvias. Do olho de algumas dezenas de quilómetros ou menos, o NHC escolhe um pequeno ponto.

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